A magia em ser Papai Noel

Rafaela Martins

De roupas vermelhas, barba e cabelos brancos, o bom velhinho tem escutado os mais variados pedidos de crianças do mundo todo. A história diz que o papel do Papai Noel é levar presentes aos lares de crianças bem-comportadas na noite da Véspera de Natal, em 24 de dezembro.

A busca pela atenção e presentes do Papai Noel tem movimentado muitas crianças que desejam, além de realizar seu sonho, poder se assentar ao lado do bom velhinho e viver um momento mágico.

Em Artur Nogueira essa realidade não é diferente. Na casa do Papai Noel, montada no centro da cidade, esse senhor simpático e sorridente recebeu mais de 7 mil crianças. De pedidos mirabolantes à pedidos simples e tocantes, os pequenos nogueirenses encontraram no personagem do Natal, atenção e carinho.

Detentor de diversas histórias e pedidos, que tiraram daquela barba branca sorrisos e lágrimas, o nogueirense Valdécio de Moura (conhecido como Dé), de 49 anos, foi por 17 dias o Papai Noel de Artur Nogueira.

Cristão e cheio de amor para transmitir ao próximo, Valdécio, nogueirense há 23 anos, explica que seu trabalho vai além do que apenas uma profissão. “Eu amo ser o Papai Noel. Eu fico de janeiro a novembro me programando para essa época”. O bom velhinho nogueirense nos contou que tem prazer em sentar-se em sua poltrona e escutar cada pedido direcionado a ele.

Há 8 anos fazendo parte do Natal de diversas crianças, esse nogueirense teve início em sua jornada através de um evento direcionado aos casais da igreja católica. Foi nesse encontro que o grupo decidiu fazer uma boa ação, levando presentes para a comunidade.

“Tudo começou através do encontro de casais. E adivinha quem era o único da turma gordinho e com o cabelo branco? Foi assim que me tornei o Papai Noel nogueirense”, explica rindo.

Além de ser detentor das características do bom velhinho, Valdécio ama o que faz. “Eu faço isso porque sempre gostei de crianças. Idosos e crianças me cativam constantemente. Além disso quando me firmei na igreja conheci um verso da bíblia que nos diz que tratando bem uma criança estaremos tratando bem a Deus. Eu amo a Deus e as crianças”, conta sorridente e satisfeito.

Mas a vida de Papai Noel não é fácil. Nessa época o bom velhinho tem estado atento a muitos pedidos. Dentre diversas histórias e situações algumas vieram para marcar o coração desse nogueirense. Um dos momentos mais marcantes foi escutar uma menina de apenas 8 anos deixando de lado seus desejos e pedindo pela avó. “A menina não pediu nada para ela, só pediu para orar pela avó, que estava com câncer e estava sendo operada naquele momento”.

Outro caso que arrancou lágrimas do Papai Noel de Artur Nogueira foi o momento em que um menino se aconchegou em seu colo e pediu pela presença, mais constante, do pai. “Nesse momento o pai do menino, que estava junto, não se conteve, derramou muitas lágrimas. Pude então, além de escutar aquela criança, acalmar o coração e explicar o que o menino não conseguia entender”. Além de pedidos comoventes houveram aqueles pequenos que pediram grandes coisas. “Teve uma menina que pediu uma moto e que a mãe dela ganhasse no Hiper Cap. Para mim foi uma surpresa”, ri o bom velhinho.

Para esse Papai Noel, o trabalho de escutar e conversar com crianças, adultos e idosos, passa longe de ser cansativo e entediante. Para ele, ser o Papai Noel é ser um mensageiro, pois além de escutar, esse bom velhinho pode também dar conselhos e fazer a diferença na vida de muitas pessoas. “Para mim não é um papel e sim uma dádiva ser Papai Noel. Por isso fico chateado quando as pessoas dizem que Papai Noel está relacionado, apenas, a presentes. Ser Papai Noel é se doar para o próximo”, afirma emocionado.