25/10/2018

70 anos do plebiscito de emancipação reúnem memórias de Artur Nogueira

Sediado no espaço Iguana Café e Bistrô, ato contou parte da história do município Berço da Amizade através de palestras e mostra de objetos e imagens

Diego Faria

Em comemoração aos 70 anos do plebiscito de emancipação de Artur Nogueira, foi realizado o evento ‘Café com História’. O ato contou parte da memória do município Berço da Amizade através de palestras e, mostra de objetos e imagens que fazem parte do acervo nogueirense.

Com início às 16 horas, o ‘Café com História’ ocorreu no espaço Iguana Café e Bistrô, com realização da Casa da Memória. Cerca de 50 pessoas estiveram presentes no evento para prestigiarem as palestras do diretor da Casa da Memória e historiador Geso Franco de Oliveira, e da doutoranda em Artes Visuais Museóloga, Janaína Silva Xavier. Entre os presentes estavam o ex-prefeito Atílio Arrivabene Junior, o ex-vereador Reinaldo Américo Tagliari, Dr. Décio Queiroz Telles, o engenheiro, urbanista e ex-vereador Edson Faveri, o engenheiro Edmo José Cardoso, o historiador Luiz Carlos Fromberg (Mano Fromberg), o vereador Rodrigo de Fáveri (PTB), entre outros espectadores.

Geso Franco, um dos organizadores do ato, lembrou da importância do dia 24 de outubro para Artur Nogueira, além do valor histórico e social que o acervo representa para a memória da cidade. “A data é muito importante, em que comemoramos os 70 anos do plebiscito, em que a população de Artur Nogueira, na época, escolheu que a cidade deveria se tornar município. Então, 11 homens, além de outros envolvidos nessa causa, levantaram essa bandeira e foram a fundo com isso. É importante levarmos através dessas oficinas e palestras, o conhecimento da nossa história à população, é nosso dever lembrar a sociedade daquilo que ela esquece. Nossa intenção é que a data de seja sempre lembrada”, observa Franco.

Além do valor da representatividade do evento, Geso Franco também salientou a importância da dedicação de um espaço físico permanente voltado para a memória e o acervo material da cidade como fonte de cultura e aprendizado para as futuras gerações. “Temos aqui apenas alguns itens, além de imagens digitais que serão transmitidas pelo telão, mas a intenção é que um dia tenhamos um espaço físico fixo, que abrigue o acervo sobre a história da cidade para que a população possa conhecer todo esse material de maneira integral”, acrescenta Franco.

Durante o evento, o público pode conferir imagens históricas de patrimônios e construções históricas (Capela de Santa Bárbara – 1920; Igreja Matriz de Nossa Senhora das Dores – 1917; antigo Grupo Escolar Francisco Cardona – 1920; Capela de São João – 1923, etc), também de personalidades e nomes importantes para a memória da cidade como por exemplo, os pioneiros Fernando Arens Júnior, João de Souza Leite, Horácio Ramos, Francisco Cabrino, além de Raul Grosso, Rodolpho Rossetti, Agostinho Berni, Jacob Stein, Luiz Guidotti, Dr. Décio Queiroz Telles, Arthur Vicente Caetano entre outras personalidades.

Dr. Décio Queiroz Telles, que carrega o mesmo nome do tio – ex-deputado estadual – lembra com carinho do familiar que contribuiu para o desenvolvimento e avanço de Artur Nogueira. “Meu tio, Dr. Décio Queiroz Telles, foi deputado estadual por três vezes e colaborou com sua verba pessoal para a implantação do primeiro serviço de tratamento de água de Artur Nogueira. É uma honra poder ver o nome dele exposto em uma das placas comemorativas da cidade”, relata Dr. Décio Telles, ex-vereador, ex-presidente da Câmara de Vereadores e morador do município há 45 anos.

Natural de Artur Nogueira e admirador da história nogueirense, Reinaldo Amélio Tagliari (Melinho) também expressou carinho e reforçou a importância da valorização da história da cidade. “Eu tive o privilégio de nascer em Artur Nogueira. Gosto muito da cidade e de toda a sua história. Acho que atos como este evento devem ser incentivados, pois muitos dos nossos antepassados e o pessoal da velha guarda já se foram, então, é importante que as novas gerações tenham conhecimento de como Artur Nogueira nasceu e se formou. É o fruto de pessoas que trabalharam muito para que houvesse esse plebiscito que deu caminho para a emancipação do município, muito importante que todos conheçam e valorizem essa história”, observou Melinho.

Janaína Silva Xavier ministrou uma das palestras durante o ‘Café com História’. Licenciada em Artes Visuais, especialista em Patrimônio Cultural, mestre em Memória Social, Patrimônio Cultural e em Museologia, doutoranda em Artes Visuais, museóloga e professora do Centro Universitário Adventista de São Paulo (Unasp) campus Engenheiro Coelho (SP), ela abordou temas ligados à representatividade de pertencimento do indivíduo em meio ao patrimônio cultural e o valor em meio à sociedade.

“Recordar a história, a memória e o patrimônio cultural da cidade traz o sentido de pertencimento, de identidade e de valor, que agrega para a comunidade essa noção e o sentimento de identidade. Nesse momento, em que a gente tem essa comemoração, é importante lembrarmos desses fatos para que tenhamos um alicerce seguro de como agir diante do futuro e do que a cidade se propõe em relação à valorização de sua história, de seu patrimônio e da sua memória. Nossa expectativa é motivar as pessoas para que percebam a importância de seu patrimônio, se sintam valorizadas, e a partir disso, tanto o poder público como a própria comunidade, possam agir de forma conjunta para preservar esse patrimônio. A universidade Unasp, à qual eu represento, está aqui para somar e apoiar essa causa”, pontua Janaína.

Além do conteúdo das palestras do ‘Café com História’, o público presente também pode vivenciar a arte e o clima aconchegante e agradável do espaço Iguana Café e Bistrô, situado na Rua Nossa Sra. das Dores, nº 860, bairro José Capelo. A realização de novos eventos ligados à história e acervo de Artur Nogueira deverão ocorrer posteriormente com organização da Casa da Memória do município.

História

O povoamento da região em que hoje está Artur Nogueira se deu após a chegada da Estrada de Ferro Funilense. Famílias chegaram à Estação Arthur Nogueira por volta de 1906 e se instalaram em terras próximas. O povoado de Lagoa Seca, como ficou conhecido em seus primeiros anos, foi declarado Distrito de Paz da comarca de Mogi Mirim (SP) em 30 de dezembro de 1916, mediante Lei assinada pelo então governador, doutor Altino Arantes.

Fernando Arens Jr. (de terno preto) José Sanseverino e João Pulz (montado no cavalo) na época

A declaração, por sua vez, foi obtida graças aos esforços de Fernando Arens Júnior, João de Souza Leite, Horácio Ramos, Francisco Cabrino e outros pioneiros. O município ‘Berço da Amizade’ tinha então o primeiro documento de existência. Após 32 anos, a cidade passou a caminhar com as próprias pernas e foi emancipada, em 1948.

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