27/03/2018

Teatro de Artur Nogueira continua sem prazo para reforma

No Dia Mundial do Teatro, dois principais palcos da cidade estão fechados

Da redação

O Dia Mundial do Teatro é comemorado nesta terça-feira, 27 de março. Artur Nogueira, porém, não tem muito o que celebrar: os dois principais palcos da cidade estão fechados. Enquanto o Teatro Municipal Renê Marcos Posi não abre as portas há seis anos, o Teatro “O Fingidor”, da Escola Monteiro Lobato (Escola Modelo) está desativado desde o fim do ano passado para obras de manutenção.

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Interditado desde janeiro de 2012, o Renezinho – como também é conhecido o Teatro Municipal – continua sem uma data para o início da prometida reforma. O local foi fechado há mais de seis anos por conta do desgaste da estrutura física, que ficou cerca de 15 anos sem receber qualquer manutenção, tornando o espaço muito precário para abrigar pessoas e espetáculos.

Apesar da Câmara Municipal já ter aprovado o convênio para a reforma do prédio, ainda não há uma data para o início das obras. O Portal Nogueirense perguntou à Prefeitura de Artur Nogueira qual a previsão para o início da reforma do teatro. O Poder Executivo, no entanto, se limitou a dizer que “processo de reforma do Teatro Renê Marcos Posi está em licitação”.

Segundo a prefeitura, o dinheiro para a obra é fruto de uma emenda parlamentar do deputado estadual Chico Sardelli (PV). A verba de R$ 220 mil, prometida pelo parlamentar em 2014, foi assinada por ele em junho do ano passado e liberada pela Câmara Municipal em fevereiro. O montante, contudo, é apenas a primeira parcela dos R$ 500 mil que Sardelli (PV) prometera há quatro anos.

Enquanto isso, o Teatro “O Fingidor” também está inoperante. Segundo a prefeitura, o espaço passa por uma reforma e não há previsão para o término das obras. Além disso, um decreto assinado pelo prefeito Ivan Vicensotti (PSDB) estabelece uma série de regras para a utilização do espaço, que devem entrar em vigor assim que ele for reativado.

Manifestação

No domingo (25), o Movimento Cultural Brincantti, juntamente com outros dois grupos teatrais da cidade, realizou um ato em prol da reforma do Teatro Municipal. Cerca de 15 pessoas participaram da manifestação em frente à antiga Biblioteca Municipal, que fica bem ao lado do Renezinho. Foi o sexto ano consecutivo que o protesto aconteceu.

Elaine Queiroz, membro do Brincantti e uma das principais vozes da cidade pela reforma do teatro, afirma que essa é uma das suas últimas bandeiras em Artur Nogueira. “Porque a gente começa a ver que o legado vai sendo deixado. Outras gerações têm que construir essa história, assim como a gente construiu”, comenta.

A reinauguração do espaço é um de seus maiores desejos, como artista e como cidadã nogueirense. “Não precisa ser como ele era, mas que ele seja a vida para artistas, que aquele espaço seja usado”, explica. “Porque, sim, existe o teatro. O teatro está vivo de alguma forma na cidade. Mas não temos um espaço público para isso”, lamenta.

Elaine conta alguns de seus maiores questionamentos nos últimos tempos sobre o assunto. “Isso é importante? O que Artur Nogueira perdeu com o fechamento do teatro? Será que é uma coisa que só me afeta ou será que é uma coisa que é do município mesmo? Será que o fechamento do Renezinho é uma preocupação só de nós, artistas do teatro?”.

A artista afirma que pretende realizar uma ação política, coletando assinaturas e levando a demanda para a Câmara Municipal. “É importante frisar que eu não faço isso de agora. Não é uma perseguição política, é um ato político. São coisas diferentes”, esclarece.

Ela acrescenta que não gostaria de deixar o teatro para as futuras gerações do jeito que está. “Não queria que os futuros artistas tivessem essa herança da gente. Então alguma coisa tem que ser feita”, finaliza.

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