14/03/2017

Surto em crianças repercute na Câmara de Artur Nogueira

Vereadores apresentaram números e se manifestaram sobre as crianças que passaram mal na cidade durante a última semana

Da redação

O surto que afetou centenas de crianças de Artur Nogueira na semana passada foi um dos principais temas da sessão da Câmara municipal nesta segunda-feira (13). Entre as afirmações dos vereadores, se destacaram a apresentação de números que evidenciam ser o Rotavírus o responsável pelo mal-estar nas crianças, manifestações de indignação pela expulsão de dois parlamentares do Hospital Bom Samaritano na sexta-feira (10) e a aprovação de um requerimento que solicita a criação da Comissão de Saúde no município.

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O vereador Cristiano da Farmácia (PR) leu alguns relatórios que recebeu da Secretaria de Saúde de Artur Nogueira e que, segundo ele, evidenciam que a causa do mal-estar das crianças na última semana foi um surto de Rotavírus. De acordo com o que foi lido pelo parlamentar, na quinta-feira (9), 86 crianças de dois a oito anos foram atendidas no Pronto-Socorro da cidade; na sexta-feira (10), 60 crianças, entre quatro e 11 anos, foram atendidas; e, no sábado (11), foram atendidas 42 crianças de um a 11 anos de idade.

Cristiano alega que diversos adultos foram atendidos também. “Não foi um caso isolado”, afirmou. Ele também se posicionou contra as manifestações em redes sociais de pessoas que acusaram funcionários públicos de servirem “alimentação com problema” nas escolas municipais. “Os números mostram que foi um problema de Rotavírus e que atingiu praticamente a cidade inteira”, declara. Ele reconhece, porém, que houve uma concentração maior de casos no Parque dos Trabalhadores e na Escola Ederaldo Rossetti (Caic).

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Indignação

Os vereadores Lucas Sia (PSD) e Davi da Rádio (DEM) também comentaram o assunto, mas deram ênfase à atitude do Hospital Bom Samaritano de os expulsar do local na sexta-feira (10) enquanto aguardavam um médico para conversar sobre o surto. “Não estamos aqui questionando o Executivo, estamos questionando a postura da administração do hospital”, afirma Davi. “A gente gostaria de acreditar que o responsável por isso foi um profissional mal instruído, mas uma mulher que se dizia diretora do hospital veio com os dedos na minha cara e disse que nós não tínhamos autorização para estar no local”, acrescenta.

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Durante sua fala em plenária, o parlamentar afirmou que ele e seu colega Lucas Sia estavam no hospital a convite da Assessoria de Imprensa da Prefeitura e aguardavam um médico que havia pedido para conversar com eles. “Foi uma atitude da administração do hospital. E por que não nos deixaram entrar? Por que não querem ser fiscalizados? Como já disseram, quem não deve, não teme”, alfinetou.

“Pela maneira como fomos tratados quando nos viram lá, algo estava sendo escondido pelo hospital”, destaca Lucas Sia. Ele afirma ainda que estavam apenas cumprindo o dever deles como vereadores, que é o de fiscalizar. “O importante é que exista um posicionamento do hospital em relação ao que aconteceu, e não um ataque aos vereadores. O hospital deveria ter consciência do erro, e já descobrimos que esse hospital, pelo tanto que erra, não reconhece os erros”, dispara.

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Comissão da Saúde

Durante a sessão, também foi lido e aprovado o Requerimento 008/2017, de autoria do vereador Rodrigo de Fáveri (PTB), que estabelece a criação da Comissão de Saúde da Câmara na cidade. Segundo o documento, a comissão será composta de três a cinco vereadores, terá um prazo de atuação de 90 dias, e deve “fiscalizar a situação da saúde do município, promovendo diligências e debates que visem identificar os problemas e promover melhorias na Pasta da Saúde”.

De acordo com o parlamentar, a criação da comissão foi sugerida pelo secretário de Saúde de Artur Nogueira, Zeedivaldo Miranda, na última reunião mensal entre membros do Executivo e do Legislativo da cidade, que ocorreu no dia 3 de março. O Requerimento foi elaborado pouco depois, em 6 de março. “Ou seja, foi algo que, antes que tudo isso estivesse acontecendo [surto nas crianças], eu já estava enxergando a necessidade de uma comissão”, afirma.

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Em sua fala na plenária, o parlamentar contou que participou de uma audiência pública em fevereiro sobre os gastos da administração municipal no último quadrimestre. “Me chamou a atenção o gasto da saúde, que ultrapassa em 100% o que é previsto”, afirmou. Segundo o vereador, a Saúde pode gastar até 15% do orçamento do município, mas está gastando 30%. “Nesse momento, acendeu uma luz vermelha na minha cabeça, dizendo que havia alguma coisa errada”, disse. Segundo ele, essa foi uma das motivações dele para criar a comissão.

Falta de obstetras

Durante a sessão, o vereador Cristiano da Farmácia (PR) também afirmou não ser verdadeira a afirmação do médico obstetra Marcos Santos feita ao Portal Nogueirense de que Artur Nogueira não tenha outros especialistas da área além dele. Segundo o parlamentar, há três ginecologistas obstetras atuando no município, que realizaram, só na semana passada, 148 atendimentos.

Cristiano também afirma que Marcos Santos foi demitido da função e que um novo profissional da área já foi requerido. Quando chegar, o novo obstetra será o quarto na cidade, de acordo com o vereador.

O vereador Davi da Rádio afirmou que fará um requerimento que vai indagar quem são esses outros médicos, quando foram contratados e qual o número de procedimentos que esses médicos estão fazendo. “Eu desconhecia que havia outro profissional da área na cidade, e vamos levantar informações sobre isso também”, declara.

Sessão

A sessão contou ainda com a leitura de dois Projetos de Lei. O PL 007/2017, de autoria do Executivo, que “autoriza a abertura de crédito especial que indica e dá outras providências”; e o PL 008/2017, de autoria dos Vereadores Lucas Sia Rissato e Davi César Fernandes, que “dispõe sobre vaga em creche e escolas municipais para criança filho(a) de mulher vítima de violência doméstica, de natureza física ou sexual”.

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Além do Requerimento 008/2017, que cria a Comissão da Saúde, foi encaminhado o Requerimento 009/2017 ao Executivo, de autoria de Lucas Sia (PSD) e Davi da Rádio (DEM), que solicita informações sobre os gastos do Executivo com o Carnartur 2017. Uma moção e 11 indicações também foram lidas nesta segunda-feira.

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