08/04/2016

Risco de H1N1 provoca falta de álcool em gel nas drogarias de Artur Nogueira

Nogueirenses estão com dificuldades em encontrar produto.

Da redação

Está mais difícil de encontrar álcool em gel nas farmácias e drogarias de Artur Nogueira. A partir de abril, com o avanço do vírus H1N1 no estado de São Paulo, inclusive na região, a procura pelo produto teve um aumento expressivo, segundo farmacêuticos. A procura por máscaras de proteção também registrou aumento. No entanto, profissionais da área da saúde alertam que nem todo tipo de álcool em gel é indicado na hora de se prevenir.


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Donos de farmácias relatam que houve um aumento considerável na procura de álcool gel em Artur Nogueira. Para Ricardo Duzzi, empresário do ramo farmacêutico, há cerca de um mês não havia praticamente nenhuma procura pelo produto. “O pessoal nem procurava muito, mas agora o ligam todos os dias atrás do álcool em gel”. Duzzi, além de revender o álcool em gel industrializado em sua drogaria, produz o álcool manipulado, para comercializar na farmácia. O farmacêutico afirma, porém, que além de não conseguir obter o produto industrializado, devido à falta nas distribuidoras, o produto manipulado também se esgota rapidamente do estoque. “Deixo alguns frascos prontos, já que os industrializados acabaram. Mas todos os dias temos que produzir mais devido à grande demanda”.

Duzzi diz ainda que para o álcool em gel ser eficaz na prevenção do H1N1, é necessário que o produto apresente, no mínimo, 70% de álcool em sua composição. “É importante observar, no momento da compra, se o produto informa a quantidade de álcool em sua composição. Se for inferior a 70%, não terá a mesma funcionalidade”. Para o farmacêutico, possuir um frasco de álcool em gel em momentos de epidemia de doenças como a Influenza A, causada pelo vírus H1N1, é de extrema importância. “Nem sempre você encontra um banheiro público onde pode lavar as mãos. O álcool cumpre muito bem a função de higienização”.

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Outro farmacêutico, Marcelo Linares, constatou que nas últimas semanas o aumento na procura de máscaras também foi elevado. “Estes casos de H1N1 na região foram provavelmente a razão por este aumento. As máscaras quase não apresentavam venda, agora temos que encomendar toda semana”, afirmou. A Organização Mundial da Saúde (OMS), a principal forma de transmissão não é pelo ar, mas sim pelo contato com superfícies contaminadas. Por isso, o uso de máscaras pela população não é recomendado pelo Ministério da Saúde. Entretanto, quem está doente deve fazer uso de máscara, a fim de evitar o contágio a outras pessoas.

Carmen Andrade, de 56 anos, também é proprietária de uma farmácia em Artur Nogueira.“A maior procura é pelo recipiente menor, que pode ser levado na bolsa. Deste realmente está em falta por conta da demanda. Já o pote maior, de 1 kg, temos aqui disponível, mas a procura por ele é menor”, relata. A Farmacêutica também explica que o álcool mais recomendado para a higienização das mãos, em prevenção contra a gripe H1N1, é o disponibilizado em gel. De acordo com Carmen, a durabilidade deste produto é maior, já que não evapora tão rápido como o álcool líquido.

A auxiliar de cozinha Maria Aparecida de Lima, de 47 anos, reconhece que a prevenção contra o vírus é fundamental, mas pela alta procura do produto, ainda não conseguiu comprá-lo. “Eu sempre uso no trabalho, lá temos disponível o tempo todo, mas em casa eu ainda não tenho. A procura está muito grande”, relata.

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De acordo com o Ministério da Saúde, o número de suspeitas de H1N1 no estado é maior do que todas as outras regiões do país juntas. A doença, também conhecida por influenza A, já matou 46 pessoas no Brasil em 2016, 38 só no estado de São Paulo. Os dados fizeram com que Artur Nogueira entrasse em estado de atenção.

O secretário de Saúde de Artur Nogueira, Dr. Zeedivaldo Miranda, afirma que não há ocorrência de suspeitas de infectados pelo vírus em Artur Nogueira. “Não há nenhuma suspeita até o momento. Caso alguém tenha alguma suspeita, deve ir ao pronto-socorro imediatamente. Estamos reforçando a demanda de Tamiflu, que é o remédio indicado quando for constatada a doença”, afirma.

Segundo o Dr. Dalton Liedke, diretor do pronto-socorro do Hospital Bom Samaritano, o maior cuidado é saber distinguir o H1N1 de outras doenças. “Nós estamos tendo uma grande quantidade de casos de virose, mas de H1N1 ainda não tivemos nenhum. Como alguns sintomas são parecidos, é importante tomarmos um grande cuidado na hora do diagnóstico”, explica o médico. “Quando o paciente notar que tem febre e dor no corpo, é necessário que seja feita logo uma consulta, já que os sintomas dessas viroses são muito parecidos com os da H1N1 e até com os da própria dengue”, completou Liedke.

H1N1

A gripe H1N1 ou influenza A, é provocada pelo vírus H1N1 da influenza do tipo A. Ele é resultado da combinação de segmentos genéticos do vírus humano da gripe, do vírus da gripe aviária e do vírus da gripe suína.

O período de incubação varia de 3 a 5 dias. A transmissão pode ocorrer antes de aparecerem os sintomas. Ela se dá pelo contato direto com os animais ou com objetos contaminados e de pessoa para pessoa, por via aérea ou por meio de partículas de saliva e de secreções das vias respiratórias.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) não há risco desse vírus ser transmitido através da ingestão de carne de porco, porque ele será eliminado durante o cozimento em temperatura elevada (71º Celsius).

Como se trata de uma gripe, os sintomas são comuns e incluem febre, tosse, garganta inflamada, dores no corpo, dor de cabeça, calafrios e fadiga. Algumas pessoas relatam diarreia e vômitos associados ao tipo de gripe. Porém, caso o paciente apresente febre alta acima de 38º, 39º, de início repentino, dor muscular, de cabeça, de garganta e nas articulações, irritação nos olhos, tosse, coriza, cansaço e inapetência é preciso cuidados especiais e a procura de um médico.

Prevenção

A recomendação do Ministério da Saúde é para se evitar locais com aglomeração de pessoas, reduzindo assim o risco de contrair a doença. Fazer frequente higienização das mãos com água e sabão ou álcool gel e evitar o uso de bebedouros públicos.

De acordo com a farmacêutica Francisca Ferreira, de 41 anos, o índice das vendas de álcool gel na farmácia em que trabalha têm aumentado nos últimos dias, diante dos indícios da doença em cidades da região de Artur Nogueira. “Depois da notícia da morte de um homem, ocorrida em Holambra, a procura tem sido maior nesses dias. Meu estoque já está esgotado”, afirmou.

Ao fazer uso de banheiros públicos, o ideal é secar as mãos e punhos com papel-toalha descartável; no caso de torneiras com contato manual para fechamento, sempre utilizar papel-toalha para fechá-la; usar lenço descartável para higiene nasal; cobrir nariz e boca ao espirrar ou tossir; evite tocar mucosas de olhos, nariz e boca; lavar as mãos após tossir ou espirrar; não dividir objetos de uso pessoal como toalhas de banho, talheres e copos; evitar tocar superfícies como maçanetas, interruptores de luz, chave, caneta, torneira, entre outros; descartar luvas ou outros equipamentos de proteção individual contaminados ou tocados por mãos contaminadas.


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