09/11/2014

Represa de Artur Nogueira foi construída para evitar problemas hídricos, lembra ex-vice-prefeito

Ademir Favero ajudou nas obras e conta como foi a construção do maior reservatório de água de Artur Nogueira

A principal responsável pelo abastecimento hídrico de Artur Nogueira completa 22 anos. A Represa do Cotrins que tem 165.750 metros quadrados e capacidade de armazenamento para 400 milhões de litros de água começou a ser construída no ano de 1989 por uma necessidade da região. Quem conta a história é o vice-prefeito da época, Ademir Favero, que ajudou no projeto da instalação da represa.

Ederaldo Rossetti

Na época, Favero lembra que o Centro de Pesquisas Meteorológicas e Climáticas Aplicadas a Agricultura (Cepagri) esteve na cidade em uma reunião com o então prefeito Ederaldo Rosseti e alertou sobre o déficit hídrico do município. “Eles falaram que a região não tinha um grande potencial de água e também falaram dos problemas que isso daria para o futuro”, relembra. “Por isso resolvemos construir a represa”.

Conforme lembra Favero, naquele período também houve uma estiagem, mas que não se compara com a de agora, por isso era necessário que os municípios fizessem reservatórios.

Havia três lugares com potencial de represamento, mas o grupo que trabalhou na obra optou pela área do Sítio Novo. “Nós e os engenheiros do DAE (Departamento de Arquitetura e Engenharia) fizemos um estudo do município e constatamos que ali era o melhor lugar.”

Toda a verba para a construção da represa veio dos cofres da Prefeitura, porque a secretaria de obras do estado de São Paulo não disponibilizou recursos para o projeto.

Além disso, havia famílias que possuíam sítios nas proximidades e que tiveram que firmar acordo com a prefeitura. “Muitas famílias tinham o fundo do sítio beirando o manancial, por isso tivemos que conversar com elas”, conta Favero. “Mas foi uma troca de favores, porque além deles cederem parte do fundo dos sítios, eles também tinham mais água à disposição.”

Dia da inauguração:

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A represa foi feita com capacidade de acumular 400 milhões de litros de água e mais cerca de 100 milímetros de chuva além do represado. Conforme os cálculos de Favero, 30 milímetros de chuva, que na opinião dele ainda é pouco, são capazes de aumentar o reservatório em um metro e meio. “Mas hoje um volume assim já ajudaria a resolver os problemas da falta de água.”

Desde que a represa foi construída não houve nenhuma reforma ou ampliação, apenas o assoreamento – acumulo de sedimentos como areia e lama – no seu leito, o que é um processo natural. “Foram mais de 20 anos sem fazer desassoreamento da área, talvez se isso tivesse sido feito hoje não estaríamos com o problema que estamos”, critica Favero que diz que o lugar ocupado pela areia e lama deveria estar repleto de água.

represa antiga 23

No final do ano passado o Serviço de Água e Esgoto de Artur (Saean) e a Prefeitura deram início ao primeiro desassoreamento da Represa. Porém o superintendente do Saean, Toninho Sacilotto, explica que devido à processos burocráticos a obra ainda não foi concluída. “Já foi desassoreado 33 mil metros cúbicos da Represa, e nós temos autorização para desassorear 40 mil metros cúbicos, então é um processo que só irá ficar pronto a longo prazo”, pontua Sacilotto.


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