18/04/2016

Protesto de trabalhadores desempregados afeta rotina de nogueirenses

Ato começou às 5 horas e interrompeu dois sentidos do quilômetro 140 da SP 332.

Um protesto dos trabalhadores desempregados de Cosmópolis interrompeu o trânsito próximo ao quilômetro 140 da SP 332 na manhã desta segunda-feira (9) e impediu a entrada e saída de veículos na cidade. O grupo pedia prioridade nas contratações locais, pois segundo eles há mais trabalhadores de outras cidades do que residentes de Cosmópolis com cargos no município. A pista foi liberada após às 9 horas.

O ato começou por volta das 5 horas no trecho que liga Cosmópolis a Campinas. O grupo, cerca de 50 pessoas, fechou os dois lados da pista e disse que só liberaria após diálogos.

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De acordo com o encanador industrial José Carlos Ferreira, desempregado há dois anos e que assinou termo de responsabilidade pelo ato, o protesto é para que as empresas da cidade priorizem contratações locais, e não que venham com mão de obra “fixada”. “Nossos desempregados chegam em torno de 4 mil pessoas cadastrados no CRTC que temos aqui, que não resolve e não emprega ninguém, não encaminha ninguém”, reclama. “Então a gente ta aqui sendo feito de bobo. Estamos mostrando com esse ato que de bobo aqui a população não tem nada.”

Ouça depoimento:

Às 7 horas, o grupo liberou a pista de entrada para Cosmópolis, deixando parte dos veículos passarem, mas fechou-a em seguida.

Alguns carros e motos ainda se arriscavam na contramão tentando entrar na cidade, desistindo dos compromissos.

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Moradora de Artur Nogueira, a costureira Nelma Carlini, de 54 anos, esperava desde outubro do ano passado por uma consulta com o endocrinologista do Hospital da Unicamp agendada para esta segunda-feira (18), mas perdeu devido ao horário. “Eu acho muita sacanagem com o ser humano”, apontou. “Porque cada um tem a sua vida. Meia dúzia de pessoas não podem impedir que a vida dos outros prossiga.” A consulta estava agendada para às 7 horas, momento que ela decidiu voltar para Artur Nogueira.

Edinaldo Inocêncio Araújo, de Artur Nogueira, também perdeu uma consulta. Ele precisava chegar às 9 horas em Campinas onde passaria com um dentista devido ao tratamento buco-maxilofacial. Como não conseguiu ônibus até às 8h15, em Cosmópolis, optou por voltar a Artur. Apesar disso, ele se solidariza com a ação dos trabalhadores desempregados, mas reclama de ser afetado. “O pior de tudo é que quem fica prejudicado é a gente que tem os compromissos. As pessoas que trabalham, que tem consulta, como eu que tinha dentista e agora perdi.”

O ato foi pacífico e não teve relação com a aprovação do impeachment da presidenta Dilma Rousseff pela Câmara.

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