02/09/2014

Pedalinho submerso há 20 anos reaparece na prainha de Artur Nogueira

Pequena embarcação da década de 90 reapareceu após volume do Balneário diminuir

Por Isadora Stentzler

Submerso. Assim estava o pedalinho número três que há 20 anos garantia a diversão dos nogueirenses no Balneário Municipal Guilherme Carlini. A pequena embarcação foi revelada gasta, enferrujada. Danificada pelos anos vividos nas profundezas da prainha de Artur Nogueira.

Pedalinho

Quem viu o pedalinho surgir foi a dona Neuza Guidotti Tagliari, que mora no local há 50 anos. “Desde que a água começou a baixar apareceu uma ponta dele, onde logo se viu os passarinhos pousando”, detalha. Conforme as águas diminuíam pela falta de chuva, dia a dia era revelado um pedaço a mais do náufrago brinquedo. Segundo Neuza, surgiram especulações sobre o que poderia ser aquilo. “Eu pensei que era um carro, outros trabalhadores falaram que era um capô de fusca. Mas ninguém sabia ao certo.”

Foi só quando um rapaz prendeu a ponta do objeto ao barco que pilotava e puxou à margem, é que se entendeu tratar-se de um pedalinho. Um pedalinho da década de 90.

Pedalinho

O objeto traz consigo um pouco da história de Artur Nogueira. Naquele tempo era ele, junto de outras cinco pequenas embarcações, uma das opções do divertimento familiar nos finais de semana do município. Um brinquedo filantrópico. “A gente alugava o pedalinho para as pessoas andarem e o dinheiro era doado pra Sasan”, relembra Fernando Cesar Rottoli, de 53 anos, que naquele tempo era secretário da instituição, mas também voluntário do Juca – Juventude Unida Caminho Aberto. “E nós do Juca íamos todo final de semana pra cuidar disso.” Mas tinha dias que apenas um ou dois voluntários se disponibilizavam para a função.

Se fosse hoje, Rottoli calcula que o pedalinho custaria R$ 5 a meia hora de aluguel. Um divertimento para todos. Jovens, adultos, pais e filhas, mães e filhos, namorados. “Mas tinha gente que tínhamos que ir atrás”, conta Rottoli. “Eles pegavam e iam para o meio do Balneário e mergulhavam lá. E isso era uma coisa que não podia.”

A pequena embarcação também foi vista em outros lugares naquela década. Quando o prefeito Ederaldo Rossetti inaugurou a Represa do Cotrins, no início dos anos 90, ele levou os brinquedos para lá.

Pedalinho

Porém o pedalinho não durou seis meses. É que como o dinheiro ia para a Sasan, era a entidade quem mais se preocupava com o funcionamento do brinquedo. Quando mudou a gestão administrativa, mudou também o rumo do pedalinho. “Não sei o que se deu, mas acho que a nova administração não quis trabalhar com aquilo. Era cansativo”, pontua Rottoli que fala que o lucro do pedalinho era pouco, mas de uma grande ajuda à instituição que poucos recursos tinha. Antes disso alguém, descreve dona Neuza, deu um jeito de afundar o brinquedo número três. Que lá ficou.

O que aconteceu depois, poucos lembram. O mesmo se diz do futuro daqueles pedalinhos. Mas o que é certo é que o número três voltou para contar a história. E, para Rottoli, é a história do “quanto você é capaz de fazer para ajudar uma entidade”.

Pedalinho

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