02/06/2013

OPINIÃO: Quanto vale uma vida?

Presidente do Conselho Comunitário de Segurança fala sobre violência

Por Adonai Brum

Lendo a reportagem recentemente publicada no Portal Nogueirense, com relação ao assalto ao motoboy, onde o marginal primeiro atirou para depois anunciar sua intenção [clique e leia a reportagem], voltei refletir sobre um tema que tem me incomodado muito nos últimos tempos, que é justamente o quanto vale uma vida humana? Felizmente para você e para mim, e para uma boa parte das pessoas, ainda tem um valor incalculável, senão já teríamos nos aniquilado.

No entanto, o que temos visto nos dias de hoje? A impressão que se tem é que a maldade chegou a tal ponto que as coisas têm acontecido cada vez mais perto de nós e não estamos fazendo nada para mudar isso. Mas podemos fazer alguma coisa? A maldade humana não vem desde os tempos de Caim? A algumas centenas de anos não se matavam pessoas crucificadas, empaladas ou em circos repletos de feras famintas? Queimadas vivas em postes nas ruas? E mais recentemente, o que dizer de Hitler e seus fornos macabros? Será que sempre foi assim e a diferença é que agora estamos sabendo mais das coisas graças à comunicação instantânea e globalizada?

Entendo que não. Para mim a diferença crucial é que no passado havia sempre uma “razão de ser” da morte. Ela sempre tinha uma “motivação”. Sem discutir o mérito dessas “motivações”, porque nada justifica a morte, pode-se citar, por exemplo, que os imperadores romanos lutavam contra o avanço do cristianismo; que a Inquisição defendia suas crenças e sua forma de cristianismo; que Hitler na sua loucura buscava resgatar a dignidade do povo ariano, e assim por diante. Ou seja, havia sempre uma aparente causa que pudesse “justificar” a morte de seres humanos.

Mas e hoje? Tendo por base algumas notícias recentes, o que motivaria uma “mãe” jogar um recém-nascido no bueiro? No esgoto? O espancamento de crianças indefesas até a morte? Ou o pai jogar uma filha pequena do 5º andar do prédio e procurar simular um acidente? Uma pessoa ser queimada viva porque não tinha dinheiro para dar ao assaltante? Ou ainda, o bandido dar um tiro de “aviso” para roubar uma moto de um trabalhador? Se não existe motivação aparente, entendo que a causa, ou pelo menos, uma das principais causas, podem ser identificadas.

Não sou sociólogo e nem especialista no assunto, mas creio firmemente que a causa de tudo isso, pelo menos no Brasil, está na perda de valores promovida por uma geração que viveu a partir dos anos 60 e que hoje são pais ou avós. A minha geração!! A geração que foi (dês) educada pela mídia, especialmente a televisiva. A tradição de se passar de pai para filho valores morais e cívicos foi perdida para a “telinha”. Essa se encarregou de fazer o trabalho que antes era destinada às mães, principalmente, a de educar os filhos. Se encarregou também de incutir outros (dês) valores na família, entre estes a banalização do casamento, o desmerecimento da Palavra de Deus, como norma moral, e o produto disso é uma geração de filhos e netos que, via de regra, não têm princípios e por isso não podem repassar à próxima geração.

Daí, de uma forma geral, alunos mandam nos professores, filhos mandam nos pais, e os responsáveis pela formulação e aplicação das leis são integrantes dessa geração e por isso, não tem valores a repassar. A lei protege mais o “coitado” do bandido do que a vítima… quem ensinou isso? Não foram as novelas, filmes e propagandas que estimularam e cada vez mais estimulam o consumismo e o uso de drogas (bebida e cigarro são drogas) e todos esses desvalores?

As nossas crianças foram, e ainda estão sendo, educadas assistindo o “inocente” desenho animado do pica-pau, onde a violência, a desonestidade e a malandragem é o que conta. Aos jovens tem-se a evolução dos games que lhes apresenta oportunidades de diariamente matar um grande número de “pessoas virtuais”.

Enquanto isso os pais estavam, e ainda estão, preocupados em trabalhar fora para “aumentar” a renda familiar e poder consumir o que a mídia lhes oferece e acham que as escolas vão dar conta de educar seus filhos, que já chegaram e chegam lá com sua personalidade (de)formada.

Por questão de crença, ao constatar tudo isso fico muito triste, mas ao mesmo tempo cheio de esperança na breve volta de Jesus Cristo, pois a Palavra de Deus está se cumprindo diante de nossos olhos ao afirmar que nos últimos dias as coisas seriam exatamente assim. Veja-se o que diz as Escrituras: “Sabe, porém isto: que nos últimos dias sobrevirão tempos difíceis, pois os homens serão egoístas, avarentos, jactanciosos, arrogantes, blasfemadores, desobedientes aos pais, ingratos, irreverentes, desafeiçoados, implacáveis, caluniadores, sem domínio de si, cruéis, inimigos do bem, traidores, atrevidos, enfatuados, mais amigos dos prazeres que amigos de Deus, tendo forma de piedade, negando-lhe, entretanto o poder. Foge também destes” II Timóteo 3:1-5.

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adonai
Adonai Brum
é presidente do Conselho Comunitário de Segurança (Conseg) de Artur Nogueira


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