14/07/2013

OPINIÃO: A democracia tem cura?

Professor fala sobre o poder e o povo

Por Luiz Rossi

Para quem viveu a repressão militar ficou de certa forma hipnotizado com os efeitos e consequências do regime… Ficamos tanto tempo esperando e passando planos, após planos de salvação da economia. No Cruzado, ficamos sem comida. No Collor, sem dinheiro. No FHC, com “um real”.

Quanta realeza! Sofremos tanto…

Povo brasileiro… Não há como negar, temos em nossas vidas, várias lamúrias e vários conceitos de ordem. O que nos falta? Quem somos? Falta nos acostumarmos e colocarmos nossas ideias para produzir atos concretos. Precisamos parar de esperar e providenciar um futuro melhor. Estamos tão acostumados a ordens que não sabemos mais o que é desordem. Vivemos tão pouco que quando a vontade aflora, somos novamente culpados. Temos o direito de brasileiros e temos o direito da ordem. Somos tão culpados pelo silêncio que somos silenciados.

Assistimos, extasiados, pronunciamentos de alguém que nem sequer escreveu aquilo e contratou um professor de teatro para aprender dar vida às expressões para limpar de sua cara uma falsa impressão. Variamos entre expectadores e múmias, esperando a reencarnação, presos em um sarcófago de inutilidade.

Vida de povo… Povo, que quer vida.

Estamos extasiados com os acontecimentos que… Onde?

Buscar… Onde?

Vamos formular uma situação com lógica e proveito.  Vamos montar um “soroban”, resolvedor de problemas, contados e resolvidos pelos outros. Onde as contas são as mais importantes e as consequências cada vez mais trágicas.

Não podemos deixar nossa casa ser governada pelo vizinho. Nossa família brasileira é que tem que tomar posse do que é seu. Vamos montar o que mais importa. Temos que ser maiores! Temos que ter função!

Viva! Povo… Povo… Tão falado nas eleições e tão cogitado em pesquisas… Povo…. IBOPE, nome conhecido, nome lembrado! Temos três pontos para mais e três para menos… Povo. Pura estatística. Pura imagem de repudio… Pura imagem em número. Quem vai ficar com a cara manchada enquanto vendem nosso álcool e transformam em “ETANOL”…  Quando isso é democracia, quando isso é legitimidade?

Povo… Povo… Povo… Somos quem?

Povo!

Entre ficar nas estatísticas, fiquemos no ostracismo involuntário de lamúrias e pensamentos vagos. Fiquemos na “COPA”, fiquemos nas emoções e nas situações de promessa e esperança. Povo… Povo…. Povo…

Repensemos as atitudes, formulemos metas. Toda ação possui uma reação. Saibamos montar o ácido com o alcalino. Saibamos colocar os pingos no guarda-chuva. Saibamos montar as goteiras na bacia e não na situação.  Temos que enfrentar nossas dores. Temos que enfrentar nossos medos e tirar de nossas mentes o silêncio doentio do “Amém”.

Mostrar o quanto custa a educação, saúde e principalmente segurança. Temos que aprender a traçar metas e brigar por nossos ideais. Temos que protestar de forma pacífica e se possível, parando tudo, ficando em nossas casas. A rua é lugar de bandeiras camufladas e de beijoqueiros escondidos. A demonstração de silêncio será muito mais agressiva do que os gritos e não dará campo para vândalos de plantão. Ano que vem é ano de eleições. Qual será nossa resposta?

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luiz rossi
Luiz Augusto Rossi
 é sociólogo e professor


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