30/11/2016

Ocupação em escola estadual de Artur Nogueira completa um ano

Escola Estadual Prof. José Apparecido Munhoz foi ocupada por aproximadamente 150 estudantes

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Daniela Fernandes

O mês de novembro de 2015 marcou a cidade de Artur Nogueira e, principalmente, os estudantes que ocuparam a Escola Estadual Prof. José Apparecido Munhoz. No dia 26 de novembro, aproximadamente 150 pessoas fizeram parte da ocupação que protestava contra a reorganização do ensino apresentada pelo governo Geraldo Alckmin (PSDB). A medida governamental foi repudiada por mais de 200 escolas espalhadas pelo estado de São Paulo.

“Esse mês completa um ano de determinação e parceria engajadas em uma luta fruto de um movimento estudantil, faz um ano que nos mostramos fortes e nos levantamos para mostrar ao país inteiro que os jovens estão ativos na vida pública. Enfim, faz um ano de muita saudade”, relembra o estudante Yan Gustavo. Segundo ele, a data deve ser um motivo de motivação para quem deseja lutar pelos seus ideais e nunca desistir de seus objetivos.

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A reforma apresentada pelo Estado pretendia realocar em unidades específicas, a partir deste ano de 2016, estudantes do Ensino Fundamental inicial, estudantes do Fundamental final e estudantes do Ensino Médio. Em Artur Nogueira, a medida afetaria as escolas José Apparecido Munhoz, que atenderia apenas os anos finais do Ensino Fundamental (6º ao 9º ano) e, João Baptista Gazzola, somente Ensino Médio.

Na ocasião, mais de 90 escolas seriam fechadas no estado de São Paulo, afetando cerca de 300 mil discentes. Os protestos e ocupações, no entanto, impediram – após um mês – a execução da reorganização do ensino. Os alunos e as alunas que ocuparam a escola estadual Prof. José Apparecido Munhoz deixaram o espaço dez dias após a ocupação. Sendo que a saída aconteceu dois dias depois do anúncio de suspensão da reforma pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB) e a exoneração do secretário de Educação.

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Segundo Lucas Vilas Boas, participante engajado da ocupação, muita coisa mudou e se desenvolveu desde a ocupação. “Como sempre, as mudanças continuam girando em torno de nós, alunos e alunas, pois nesses 365 dias, só quem viveu a experiência da ocupação continua consolidando narrativas extremamente maduras. E tudo isso resulta numa cidade cada vez mais consciente, que aprende a ouvir a juventude assim como ouve as grandes autoridades”, conclui.

A medida vetada foi tomada com base em um estudo encomendando pela Secretaria de Educação à Fundação Saede sobre as matrículas na rede estadual e não ouviu professores e alunos.


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