18/12/2016

Novo presidente da Apae de Artur Nogueira diz estar acostumado com desafios

Jean Vianna foi eleito por aclamação

Daniela Fernandes / Diego Faria

O recente presidente eleito da Associação de Pais e Filhos de Artur Nogueira Jean Aguiar Vianna concedeu ao Portal Nogueirense sua primeira entrevista após o resultado eleitoral. O jovem de 27 anos sabe dos desafios que enfrentará no próximo triênio 2017-2019 e contou como vai se portar diante do novo cargo administrativo.

Casado e pai de um filho com paralisia cerebral, ele não se abate diante das dificuldades. Faz questão de dizer que sua experiência é pequena, mas destaca que está acostumado e familiarizado com a superação. “Estou acostumado com desafios e sei superá-los”, falou em tom humilde e bem-humorado. Atualmente, Vianna trabalha como funcionário público na Prefeitura do Município e este é o seu primeiro cargo administrativo na Apae.

Confira a entrevista.

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Há quantos anos você está envolvido com o movimento apaeano? Faz três anos e meio que meu filho está na Apae. Minha esposa e eu estamos sempre envolvidos desde então, porém como pais e fora da administração. Participo efetivamente na parte de gerenciamento há dois meses, desde que começou o processo eleitoral para a nova presidência. Antes não estava por dentro dos problemas internos da parte de escritório. Não tinha nenhum cargo administrativo, apenas me comportava como alguém que possuía um filho especial e usufruía de serviços prestados pela associação.

Como você acredita que será a relação da Apae com a nova administração da Prefeitura de Artur Nogueira? Pretendo fazer acordos com o novo prefeito de forma a auxiliar a Apae. Sei que não posso pedir tudo, mas creio que teremos apoio do Poder Executivo Municipal. Sei que antes, quando o presidente da entidade era o João Viveiros, a relação entre os dois órgãos era ampla e facilitada. Já com a atual presidente Kátia Lages, o vínculo diminuiu. Dependendo da conversa que eu tiver com o prefeito eleito Ivan Vicensotti (PSDB), vou convidá-lo a estar sempre presente na associação e acompanhar os processos de funcionamento. Sei que ele é padrinho de uma criança na Apae e isso só facilita a manutenção e estreitamento dos laços.


“Pretendo fazer acordos com o novo prefeito de forma a auxiliar a Apae”


Qual a sua avaliação sobre as polêmicas vivenciadas neste último processo eleitoral da presidência da entidade? Essa última eleição foi um pouco complicada. Apareceram muitas regras novas que não haviam antes. Tinha e não tinha ao mesmo tempo, ou seja, o manual já existia, contudo não era utilizado pelas gestões anteriores durante os períodos eleitorais. Faziam as regras das eleições “por conta”, chegava lá e já estava eleita a pessoa; não acontecia um processo adequado. Agora, desta vez, os pais estavam mais unidos e reivindicaram uma maior organização. O uso do manual era para ser uma coisa boa, mas, atualmente, a Apae de Artur Nogueira não está de acordo com a legislação da Federação das Apaes.

Por que decidiu montar uma chapa e se candidatar ao cargo de presidente? Primeiro que foram muitas pessoas falando mal da outra chapa. Nesses últimos nove meses surgiram muitas histórias de que havia muitas contas sem nota fiscal, entre outros boatos. Então, quando se iniciou esse tipo de conversa, procurei saber se era verdade. A partir disso, fui me interessando pelos assuntos internos e acabei me envolvendo ao ponto de me candidatar à presidência. Mas me candidatei principalmente para que pudesse trabalhar em prol das crianças deficientes, incluindo meu filho de 4 anos. A gente quando tem um filho especial pensa mais em auxiliar o próximo. Decidi para que as crianças tivessem mais suporte.


“Me candidatei para trabalhar em prol das crianças”


Qual a maior dificuldade que você acredita enfrentar em sua gestão? Eu sou inexperiente. Vou ter que aprender muito, mas acredito que minha maior dificuldade será juntar as pessoas para trabalhar mais em união. Porque antes os membros da Apae estavam muito desunidos. Sei que tudo para dar certo deve ter união, por isso eu creio que assim conseguirei fazer um bom trabalho. O principal é que os pais e mães de alunos deem sua opinião acerca de tudo o que acontecer na associação, falando se o que está sendo feito é bom ou se é ruim.

Você é jovem, tem 27 anos. Em algum momento acredita que sofrerá acusações com relação a uma suposta falta de experiência? No começo certamente sofrerei um pouco, mas tudo se aprende com o tempo. Tem muita gente que está ao meu lado e mesmo que eu ainda não saiba, vou aprender rápido. Estou acostumado com desafios e sei superá-los.

Antes de pensar em ser presidente, você já era pai de aluno na instituição. Como avalia os serviços prestados até então na unidade? Meu filho tem 4 anos e tem paralisia cerebral. Ele usa traqueo e sonda e é atendido em um período curto de uma hora. Eu não penso que os serviços da Apae sejam ruins, o único problema é que ela precisa se ajudar em alguns pontos afim de atender melhor as crianças e para poder ter outros recursos, como libras. Realmente tem que se ajustar para implantar exatamente aquilo que se fala que tem. Além disso, a infraestrutura é boa. Tem uma coisa ou outra que é preciso adequar, mas isso sempre existe, nada muito grande.


“Quando temos um filho especial, pensamos mais em auxiliar o próximo”


Quais são seus planos para desenvolver a Apae? Posso afirmar que vou procurar fazer o melhor possível. Os planos e o que vai dar certo ou não têm como saber. A única coisa que sei é que o meu esforço será enorme para organizar a Apae de Artur Nogueira. Sou novo mas vou me esforçar e dar meu melhor para essas crianças.

Qual é a maior barreira enfrentada por aqueles que possuem filhos com deficiência? Nesse ponto a maior barreira é quando eles estão doentes e no hospital. Mas quando eles estão bons, o principal é a necessidade de sempre estar disponível e com tempo para cuidar da criança. É preciso ter um tempo para descansar a cabeça, pois é muito desgaste. Atualmente quem cuida do meu filho é a minha esposa, integralmente.

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O que a cidade de Artur Nogueira pode esperar de seu mandato? Primeiro, quero fazer muitas reuniões com o pessoal que trabalha na associação e, também, com os pais e mães de alunos para podermos decidir quais são as melhores ideias de planejamento. Em seguida, será preciso implantar os planos. Um dos projetos é encontrar parceiros que possam divulgar nossos serviços e nos auxiliar. Um exemplo que farei primeiramente será a execução de protocolos. Hoje não é feito registro de nada. Quando for feita uma doação, compra, associação, enfim, tudo será protocolado e registrado.


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