09/06/2014

Moradores reclamam do estado de abandono da Escola da Ponte de Tábua

Escola Luiz de Mello foi fechada há 5 anos. Hoje, sem portão e tomada pelo mato, comove comunidade local e ex-alunos

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Norton Rocha

Fechada desde 2009, a Escola Municipal Luiz de Mello ainda não tem um futuro definido. Localizada na Rodovia dos Agricultores, na zona rural da Ponte de Tábua, a escola, hoje sem portão nem destino certo, se tornou depósito da Prefeitura. A comunidade aguarda a revitalização do espaço, uma reivindicação latente entre os moradores que aguardam há, pelo menos, quatro anos por uma resposta.

O livro Artur Nogueira – Berço da Amizade, escrito pelos irmãos Fromberg, descreve a situação da escola na época do lançamento de sua segunda edição, em 2000. Com sete professoras e aproximadamente 100 alunos entre a 1ª e a 4ª série e 20 no primário, a instituição trabalhava em pleno vapor. Além do livro dos escritores nogueirenses, ex-alunos e ex-funcionários recordam momentos importantes em suas vidas relacionados a Escola da Ponte de Tábua e reafirmam a importância do espaço para a região.

Em 2009, a promessa era de realizar uma reforma para atender alunos da rede municipal de ensino em turnos inversos com conteúdo voltado a agricultura e ao meio ambiente. Um ano depois a Secretaria de Educação garantiu novamente que a utilização do espaço serviria para a formação dos alunos da rede municipal. Novamente, em 2011, houve um reforço do interesse por parte do governo municipal em transformar o espaço.

Após cinco anos da desativação, o estado atual da escola é de abandono. Sem o portão principal, qualquer um pode entrar facilmente no lugar. Dentro da escola, há centenas de carteiras e cadeiras que já foram utilizadas pelos alunos, além de montes de papelão, cartuchos e outros tipos de lixo. O mato alto também já tomou conta de boa parte do local, aumentando ainda mais a sensação de abandono.

Para Maria Helena Pires Haeck, ex-aluna da Escola da Ponte de Tábua, o local poderia ser aproveitado de alguma forma, não necessariamente como uma escola. “Já houve mobilizações para fazer daquele lugar um posto de saúde. Apesar da ideia não ter ido adiante, acho válida, pois atenderia uma parte importante da população que tem dificuldades de encontrar atendimento médico próximo de casa”, afirma Maria Helena, que foi também funcionária da instituição.

A comunidade apresenta uma série de opções para aproveitar a estrutura do local, no entanto, não há uma proposta definida. A ex-aluna Daniele Boer considera a atual situação um descaso. Diferente de Maria Helena, ela acredita que o local deve tornar a servir a comunidade como um espaço de formação estudantil. “Espero vê-la funcionando em breve para que as crianças que moram na redondeza possam ter a mesma oportunidade que nós tivemos de estudar em uma escola aconchegante e tranquila”. Para ela “a Escola da Ponte de Tábua sempre foi muito boa em todos os aspectos”, mas lamenta “por ela estar abandonada dessa forma”.

Moradores, inconformados com o estado atual da escola criaram uma grupo no facebook para discutir e fomentar o debate em torno das possíveis alternativas para o local. Criado em abril do ano passado, o grupo conta hoje com 64 membros. Costumeiramente são postadas fotos atualizadas do local, além de antigos retratos de ex-alunos da escola. Clique aqui e veja o grupo.,

A Prefeitura Municipal afirmou que o espaço foi desativado pela administração anterior e no momento estuda novas possibilidades para a utilização do local, inclusive buscando parcerias para reativá-lo.

Fundação

A história da Escola da Ponte de Tábua começa, definitivamente, em 1966, quando o nogueirense Alcides Haeck realiza a doação da área para a construção da, então denominada, Escola de Emergência do Bairro Ponte de Tábua. Com o tempo, a escola passou por reformas e até mudou de nome. Em homenagem a um antigo proprietário das terras, a Câmara de Vereadores oficializou o nome: Escola Municipal de Ensino Fundamental Luiz de Mello. A partir de então, o local recebeu milhares de alunos da comunidade rural. Por anos, também serviu como ponto de encontro para catequeses.

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