18/11/2015

Em 48 horas Artur Nogueira arrecada 6 mil litros de água para Governador Valadares

Cidade conta com 20 pontos de arrecadação de água e objetivo é que até o dia 27, 20 mil litros de água sejam coletados.

Em 48 horas de campanha, Artur Nogueira já arrecadou 6 mil litros de água para a cidade mineira de Governador Valadares. O município foi um dos atingidos pelo mar da lama devido ao rompimento de duas barragens da mineradora Samarco, no dia 5 deste mês, e teve alguns serviços básicos comprometidos. Em Artur Nogueira, grupos se organizaram para levar água à cidade e 20 postos de arrecadação foram disponibilizados. O objetivo é que até o próximo final de semana mais de 20 mil litros de água sejam coletados e entregues a Governador Valadares.

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A iniciativa surgiu do agricultor Jorge Teresani junto do publicitário Silnei Damm, da vendedora Maria Julia Mazzali e da Comunidade Vida no Altar, que se solidarizaram com a situação dos mineiros. “Estamos todos abalados e preocupados com Minas. Muita gente precisando de ajuda. Não podemos ficar de braços cruzados esperando que tudo se resolva”, ressalta a vendedora Maria, de 20 anos, que fez da própria casa um ponto de coleta.

Assim como ela, o agricultor Teresani conta que entrou em contato com um posto policial de Governador Valadares e ficou chocado ao saber que a situação da cidade era pior do que via nos noticiários. Segundo ele, a cidade não está com o abastecimento de água normalizado e o que tem chegado não é suficiente. “Não podemos esperar para começar esta campanha amanhã ou daqui uma semana. A necessidade é urgente e precisamos ajudar”, conta.

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O agricultor disponibilizou um caminhão com capacidade para 13 mil litros de água e o objetivo é que até o dia 27 de novembro ele seja abastecido para ser levado aos desabrigados. “Mas queremos que a meta seja alcançada antes”, reforça.

Mariana (MG) - Distrito de Bento Rodrigues, em Mariana (MG), atingido pelo rompimento de duas barragens de rejeitos da mineradora Samarco (Antonio Cruz/Agência Brasil)
Mariana (MG) – Distrito de Bento Rodrigues, em Mariana (MG), atingido pelo rompimento de duas barragens de rejeitos da mineradora Samarco (Antonio Cruz/Agência Brasil)

Interessados em ajudar podem doar água em qualquer quantidade nos seguintes pontos de arrecadação:

Casa ADRA – rua Osvaldo Cruz, 1052 – esquina com a rua Presidente Castelo Branco – Jardim Arrivabene

Aleixo Bombas e Motores;

Clínica Essence;

Loja da Música

Duzzi Automóveis;

Posto Arraial (Ipiranga);

O Boticário;

Bike Mania;

SkyFly Turismo;

Hotel Villa de Holanda (Holambra);

Guidolin Elétrica e Iluminação;

Obra Prima Decoração;

Saara Água;

Academia Corpo In Forma;

Clínica Villas Bôas;

Vila Real Imóveis;

Paróquia Nossa Senhora das Dores (durante a semana em horário comercial e no final de semana durante às missas);

Casa da Maria Julia, localizada na rua Santo Bertaglia 345, Jardim Conservani;

Claro TV, rua Rui Barbosa, 700, centro;

Portal Nogueirense;

Tchelli homewear;

Comunidade Vida no Altar, rua Santo de Faveri, 220 – em frente a pista de skate.

A água deve ser levada a cidade de Governador Valadares, já que que em Mariana as doações foram suspensas por já ter quantidade suficiente coletada.

“Estou feliz porque pude tomar água hoje. Deus nos proveu água, mas precisamos repartir isso com aqueles que não tem. Repartir é a matemática do amor, é compartilhar o que tenho, não é descartar a sobra ou doar o que não quero mais, repartir é tirar parte de mim para beneficiar o outro”, solidariza o pastor Maurício Anis Rahmé, da comunidade Vida no Altar.

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Tragédia

Duas barragens da mineradora Samarco se romperam em Mariana (MG), na quinta-feira, dia 5 de novembro, e provocou uma onda de lama que devastou os distritos próximos. Os mais afetados foram Bento Rodrigues, Mariana e Governador Valadares (a cerca de 100 quilômetros de Belo Horizonte).

Pelo menos 128 residências foram atingidas pela onda de lama e dejetos. Até o momento, o número de mortos é de sete pessoas e o de desaparecidos, 15.

Segundo especialistas, a lama que desce pelo rio Doce atingirá, no total, uma área de cerca de 10 mil quilômetros quadrados no litoral capixaba – área equivalente a mais de seis vezes o tamanho da cidade de São Paulo. Os prejuízos são calculados em mais de R$ 100 milhões.

Além disso cientistas acreditam que os danos causados à fauna e flora do local podem ser irrecuperáveis e que o que era rio se torne um “deserto de lama”.

A mineradora Samarco, responsável pela obra, é a empresa beneficiada com o minério na região. Ela foi fundada em 1977 e é controlada pelas empresas anglo-australiana BHP Billiton Brasil Ltda. e a brasileira Vale S.A.

Na última quinta-feira (11) a presidente Dilma Rousseff pediu que o ministro Jaques Wagner (Casa Civil) delegue à mineradora Samarco e suas controladoras, Vale e BHP, todos os custos para recuperar os municípios atingidos pelo rompimento das duas barragens.

Se você também tem uma campanha para ajudar os atingidos pela catástrofe em Minas, envie um e-mail para jornal@nogueirense.com.br. Publicaremos aqui.


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