16/09/2015

Moradores de Artur Nogueira aproveitam Expoflora para aumentar a renda

Feira gerou mais 5 mil empregos temporários este ano.

Lorraine Assis estava desempregada há seis meses. Mãe de duas filhas, uma de quatro meses e a outra de um ano e sete, preocupava-se com a falta do salário. Ir ao mercado e ver que o preço do leite e das fraldas subia, era um problema. Quando chegou final de agosto, a proximidade com a Expoflora e os serviços temporários que ela oferece lhe serviu de luz. Foi contratada. Pelo menos durante setembro, Lorraine tem um emprego.

Assim como ela outras mais de 5 mil pessoas conseguiram empregos temporários na Expoflora – a organização não possuía o saldo de nogueirenses contratados. A feira que começou no dia 28 de agosto e vai até o dia 27 de setembro, acontece nas sextas-feiras, sábados e domingos, e por isso é possível administrar o emprego diário com o serviço do final de semana. As atividades incluem serviços de restaurante, atendimento, limpeza e segurança.

Osmaria Damasceno tem 43 anos e há 20 trabalha na Expoflora. Ou em restaurante, ou na segurança. Há 11 anos a nogueirense que mora no Itamaraty passou a trabalhar na prefeitura de Holambra, mesmo assim nunca deixou dos trabalhos na feira. “Dá uma renda extra, né”, diz.  Este ano ela ficou de férias no período da Expoflora, e só volta no dia 28 de setembro à prefeitura, o que deu mais tranquilidade ao serviço.

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Já Lorraine, de 20 anos, foi contratada para trabalhar no Restaurante da Casa Bela. Ela sai de casa, no Jardim Europa, logo depois das 7 horas para chegar às 8 horas na feira, quando começa o serviço no restaurante. Ela organiza o espaço, limpa as mesas, esteriliza os talheres. Às 10h30 o restaurante abre. Lorraine vai para a saída, onde fica para conferir se as notas estão pagas e carimbadas. Ela para, almoça e volta ao posto. Fica até às 15 horas, quando o restaurante fecha. Lorraine ainda ajuda na limpeza do local e, entre às 16 e 17 horas, volta para casa. Nos cinco finais de semana que trabalhar ela deve juntar um total R$ 1 mil.

Mas o valor pode ser maior. O gerente de marketing Alexandre Vieira é responsável por um grupo de mais de 100 pessoas que atuam na Expoflora entre os 12 pontos de alimentação do grupo. Ele estima que deste número, 60 moradores de Artur Nogueira tenham sido contratados. “A quantidade de vagas oferecidas nesta época do ano é muito grande e são também diversas áreas em que a pessoa pode atuar, desde atendimento ao cliente até manutenção e segurança, por exemplo”, aponta. “Para quem está sem trabalho ou para quem não trabalha aos fins de semana e precisam de uma renda extra, trabalhar na Expoflora é a melhor oportunidade.”

Na estimativa de Vieira, os trabalhos na feira podem gerar, dependendo do contratante, uma renda de até R$ 1,5 mil. Em casos de trabalho conciliado ao da semana, o valor é uma extra, mas no caso de trabalhos como o de Lorraine, é o único salário.

Não à toa, a ex-balconista de supermercado teme o final de setembro. Pois assim que a feira terminar, logo ficará desempregada de novo. “Me preocupa pois hoje em dia tá tudo caro: leite, fralda. E to a procura [de um emprego fixo], mas tá difícil.”

Alternativa à crise

Segundo o economista Luiz Fernando, da Dieese, os trabalhos extras nesse período tem um papel importante para a economia familiar, uma vez que o país vive uma crise. “Nesse momento não se trata de um up. Os trabalhos extra vão ajudar a pagar as contas. Um dos efeitos da crise econômica tem sido o aumento dos preços. A vida está mais cara e apenas o salário do mês já não é suficiente. No mesmo sentido, outros membros das famílias passam a procurar emprego para complementar a renda familiar e os trabalhos extras funcionam como ‘porta de entrada’”, aponta.


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