22/05/2018

Morador de Artur Nogueira cria mais de 100 mil abelhas em casa

Criação fica no quintal de uma residência no Rezek

Da redação

Em uma casa localizada no Jardim Rezek em Artur Nogueira existe uma coleção um tanto peculiar. Um aposentado de 84 anos cria mais de 100 mil abelhas no quintal da própria casa. Os insetos são divididos em 20 espécies e ficam dentro de caixotes. Mas não se assuste. Todas as abelhas são melíponas, ou seja, não possuem ferrão.

A paixão pelas abelhas nasceu cedo em Hermelindo Sandri. Natural de Agudos (SP), ele vive há décadas em Artur Nogueira. Tabelião aposentado, hoje recebe muitos curiosos atraídos para conhecer seu meliponário (nome correto para o ‘apiário’ de abelhas sem ferrão).

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O nogueirense passa a maior parte de seu tempo com estudos, cuidados e experiências com a coleção de abelhas. Apesar de já ter tido abelhas com ferrão, com o tempo decidiu se limitar a apenas abelhas que não possuem ferrão. Ele afirma que a coleção já chegou a ter mais de quarenta espécies, mas devido alguns problemas decidiu diminuir.

Quando questionado sobre esse gosto, considerado por ele um hobby, é possível perceber que isso já é de gerações e que começou muito cedo. Ele lembra quando sua mãe, bem próximo de seus oito anos de idade, lhe ensinou a controlar abelhas de ferrão, técnica que ela aprendera com o pai que tinha sido apicultor.

Hoje, aos 84 anos de idade e já com o vasto conhecimento que tem na área, o aposentado ressalta que todo conhecimento que possui, foi de fato, resultado de mais de 70 anos de dedicação e estudos na prática com as abelhas.

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Hermelindo diz que até hoje como não encontrou ninguém que gostasse tanto de abelhas como ele e, por isso, resolveu estudar sozinho e aprender vendo as coisas acontecerem. “Quando me perguntam por que crio abelhas em casa sempre respondo: faço isso de coração para ajudar na perpetuação das espécies”, declara.

Perguntado sobre descobertas, ele afirma que foram inúmeras, mas uma se destaca entre as demais. Teve um momento que ele queria saber se a abelha tinha noção de dia e de noite. Para descobrir ele fez uma experiência. A noite chegou e ele pegou uma de suas colmeias, que são colocadas em caixinhas que variam de acordo com o tipo de abelha, levou para um quarto, que já estava todo vedado e pôs dentro do guarda-roupa, em seguida tomou todos os cuidados para não entrar claridade quando a manhã do dia seguinte chegasse.

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Às dez horas do dia seguinte ele usou a seguinte lógica: se as abelhas estiverem do lado de fora da colmeia, significa que elas têm noção do dia e que naquele horário elas tinham que estar trabalhando, mesmo encontrando-se em local com total ausência de luz. Para sua surpresa, ao abrir o guarda-roupa todas elas estavam do lado de fora chegando assim no resultado de sua experiência.

O colecionador está tão acostumado com as abelhas que já sabe distinguir alguns tipos apenas pelo som produzido pelas asas do inseto. Mas ele fala que para chegar a esse ponto é preciso muito empenho e acima de tudo muito gosto pelo o que se faz. Como não teve cursos na área, os nomes que sabe são de origem indígena, pois seu meliponário começou em uma fazenda e os moradores próximos lhe ensinavam.

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Entre as espécies que coleciona uma chama atenção: “Eu tenho uma espécie bem curiosa. Ela é conhecida como abelha-limão. Ela não produz cera, mel, pólen, própolis, não faz nada! Essa espécie rouba das outras. Ela é bastante preguiçosa. É uma abelha ladra. (risos). Na verdade, ela não possui os órgãos que transformam o néctar em mel, por isso esse comportamento”, explica.

O mel produzido no meliponário do seu Hermelindo é utilizado para consumo próprio, não está à venda. “Eu até poderia vender, porque tem em excesso, mas uso aqui em casa, substituo o açúcar pelo mel. Não uso açúcar para nada”, posiciona. O colecionador conta que até já criou uma nova espécie de abelhas. Certa vez cruzou duas espécies: a Bijui com a Tubuna. Assim nasceu a ‘Ibitubuna’ – nome criado pelo próprio nogueirense.

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Como já declaro, Hermelindo coleciona abelhas com o propósito de preservação. Ele é crítico quando o assunto é conservação do Meio Ambiente. “Certa vez o cientista Albert Einstein disse que o dia que acabarem as abelhas também seria o dia do fim do mundo. E é verdade porque toda planta depende das abelhas para polinizar as flores. A grande maioria das pessoas não respeita ou valoriza a importância das abelhas. Os agrotóxicos apresentam um enorme risco as abelhas”, critica.

A coleção de abelhas do nogueirense é aberta a quem tiver interesse. Ele não cobra nada pelas visitas. Apenas pede que os interessados façam um agendamento com antecedência. A casa de Hermelindo fica localizada na Rua 1º de Janeiro, 272, no Jardim Rezek, em Artur Nogueira. O telefone para contato é o 3877-2710.

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Assista ao vídeo:

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