01/09/2015

Morador de Artur Nogueira busca financiamento coletivo para pagar tratamento de artrite

“Eu sou um homem feliz. Mas quero poder voltar a trabalhar sem maiores problemas”, diz Joez Firmino de Souza.

Quando Joez Firmino de Souza chegou em Artur Nogueira em 1987 seu corpo não aparentava qualquer problema de mobilidade. Apesar da artrite reumatoide já ter se manifestado, eram poucas as sequelas visíveis. Situação distante da enfrentada hoje pelo corretor de imóveis. Mãos e dedos tortos, desajustados. Pernas que já não aguentam o próprio peso e joelhos turvos, inchados e inclinados.

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O diagnóstico veio logo aos 14 anos, quando estava na sétima série e morava em Santa Felicidade, no Paraná. Como não abriu turma na escola em que ele estudava, Souza se foi para Douradina, outra cidade próxima, onde começou a trabalhar em um supermercado. Franzino, o menino novo já carregava 50, 60 quilos nas costas. As dores que sentia bem achava que eram fruto da exaustão. Mas não. Já era a artrite reumatoide juvenil, como classificaram na época.

A artrite reumatoide é uma doença crônica, pode afetar várias partes do corpo e é autoimune: os tecidos são atacados pelo próprio sistema imunológico do corpo, que não reconhece a defesa. Por ser crônica, ela também não tem cura, só tratamento. Souza foi condenado à ela na adolescência. Sem saber as causas e os porquês disso estar lhe acontecendo sendo tão jovem.

“Eu não tinha muitos sonhos. Imaginava: será que terei um filho um dia? Casar? Não fazia ideia de como as coisas iriam acontecer. Mas Deus me deu muita força. Casei até novo, com 21 anos, tive dois filhos e pude segurar meu neto, que nasceu tem uns 45 dias”, esboça com um sorriso no rosto. Souza não se apegou ao problema, apesar de que isso ainda o faça triste alguns dias. Coisa que acontece, diz ele, com quem tem alguma deficiência. “Às vezes você não quer sair de casa porque sabe que vão te olhar, é coisa de ser humano ficar impressionado com o que é diferente. Isso tem muito.”

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Depois que chegou em Artur Nogueira deu jeito de achar trabalho e foi logo metido no serviço de corretor de imóveis. Função pela qual se apaixonou. Passou por algumas imobiliárias da cidade, mas foi desde 2001 que Souza sentiu o serviço ficar puxado. Depois de uma queda em que quebrou o joelho, pela primeira vez percebeu que a doença lhe trouxera um problema.

Como a artrite não tem cura e o tratamento é caro, Souza se limitou a antibióticos – incapazes de evitar as deformidades que a artrite causaria no corpo, que começa com maior intensidade a partir dos trinta anos. As mudanças nas mãos e pés foram graduais e com elas a intensidade da dor também.

Hoje, aos 51 anos, Souza ainda trabalha, vive no Parque Paineiras, mas a cada 100 metros que caminha as dores ficam intensas e ele precisa parar. Escadas já não sobe. E mostrar apartamentos é algo impossível para o corretor.

O tratamento para voltar à normalidade, estima, custaria R$ 250 mil. O que incluiria prótese para cada um dos joelhos, no fêmur e cirurgia nas mãos e nos pés. Mas Souza, que tanto quer voltar a andar mais que 100 metros, não tem esse dinheiro, e também não pode ficar sem trabalhar.

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Por isso ele criou um financiamento coletivo online no site kickante.com.br para arrecadar esse valor. Podem ser doados na plataforma quaisquer quantias em dinheiro, seja por boleto bancário, transferência ou cartão. A campanha já tem seis dias e R$ 230 arrecadados. “Um amigo fez essa vaquinha online para um tratamento de câncer e conseguiu. Isso me motivou a tentar também”, ressalta.

“Eu sou um homem feliz. Mas quero poder voltar a trabalhar sem maiores problemas. No meu serviço de corretor de imóveis eu preciso de mobilidade. Visitar uma chácara, uma casa com sobrado. Sem eu conseguir fazer isso vai se tornar impossível trabalhar. Já está difícil. Mas eu gosto do meu trabalho. Não quero mudar.”

O acesso ao financiamento coletivo pode ser feito clicando aqui.


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