08/07/2015

Irmãs surdas ganham dia de princesa em Artur Nogueira

VÍDEO: Gêmeas Rafaella e Gabriela são deficientes auditivas e sonham em ser modelos.

Rafaella e Gabriela chegaram ao estúdio da Talita Valim, sorrindo. Não responderam ao ‘Oi’ da recepção, mas foram calorosas ao abraço da equipe. Tampouco se importaram com a euforia de quem as cumprimentara. A mãe acompanhava-as em tudo. Rafa foi logo metida na cadeira de lavar cabelo. Enquanto Gabriela esperava a maquiagem. Mas na balburdia do salão, nem o barulho do secador, do spray de cabelo, do climatizador, dos passos, ou da música que tocava eram ouvidos pelas gêmeas de 16 anos. Com toque nos braços e sinais com as mãos é que eram guiadas. Ajeitadas para o pintar dos olhos e o corar das bochechas. Por meio disso sabiam elas que o sonho de um dia de modelo era real naquela segunda-feira, dia 6 de julho.

As gêmeas Rafaella Nascimento Santos Garnielle e Gabriela Nascimento Santos Garnielle são deficientes auditivas, nasceram assim, e pelos médicos foram diagnosticadas aos três anos de idade. Gabriela até que o som bem alto escuta. Mas Rafaella, nada. E isso, que é isso perto do sonho de modelo de ambas?

Para realiza-lo nenhum braço curto foi contado. Nove profissionais de Artur Nogueira se uniram e por 20 dias pensaram em cabelo, roupa, maquiagem e em fotos para as garotas. Uma surpresa combinada pelo professor e missólogo Paulinho Munhoz; fotógrafas Dalila Capelini e Bianca Capelini; equipe de salão Jaqueline Benvenuto, Talita Valim, Deia Amorin; roupas Adriana Simoni; intérprete Marco Antônio Lopes Teixeira; e a professora Barbara Heliodora Quintaes, especialista em libras.

Ali, no salão da Talita, só acontecia o combinado. “Isso é uma vitória da inclusão!”, disse a olhos marejados Barbara, que conhece as irmãs há cinco anos.

A mãe, de igual forma, sentada no sofá branco, não é de muitas palavras, mas observa atenta a transformação das meninas e em tempos repetia: “Elas estão maravilhosas!”

No salão todos conversavam, falavam da dificuldade de se comunicar sem ouvir. Diziam serem atrapalhados e sem jeitos para entenderem as libras, língua das meninas. As gêmeas, que nada disso ouviam, mantinham os olhos atentos. E sentadas nas cadeiras do salão percebiam movimentos que ouvintes confiantes na própria audição, nem notariam.

Elas sabiam que ali eram o centro das atenções, porém não ouviam os elogios discorridos a elas. Tampouco ouviram os gritos eufóricos soltados quando, prontas, tiraram as primeiras fotos.

Confira no vídeo como foi o dia de princesa de Rafaella e Gabriela:


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