17/05/2017

Média populacional de Artur Nogueira deve crescer acima da região

Especialista chama atenção para falta de planejamento a longo prazo

Leonardo Saimon

Projeções feitas pela Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade) e sistematizadas pelo Observatório Metropolitano de Indicadores da Região (OMI) apontam quantos habitantes Artur Nogueira terá em 2030. O resultado mostrou que o município deve crescer acima da média esperada para a Região Metropolitana de Campinas (RMC).

No dia primeiro de julho de 2016, Artur Nogueira contabilizou 49.620 moradores. Em 2030, este número deve atingir os 58.294. O aumento em percentual representa 17,48% de variação e coloca o município nogueirense acima da média da RMC, a qual gira em torno de 12,54%. Estima-se que a Região de Campinas tenha 3,4 milhões de habitantes em 2030 ante os 3 milhões registrados no ano passado.

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Ainda segundo a projeção, o município terá 28.799 homens e 29.495 mulheres. Atualmente, o maior número de pessoas tem idade entre 30 e 34 anos. Já em 2030, os adultos atingirão em sua maioria 40 a 44 anos. Além disso, a quantidade de idosos acima dos 60 anos deve praticamente duplicar. Caso isso aconteça, o município terá 9.605 pessoas na terceira idade ante as 5.702, presentes nos dias de hoje.

Para chegar a esta conclusão, a Seade levou em consideração taxas referentes a fecundidade, mortalidade e migração no crescimento populacional, permitindo a construção de hipóteses de projeções seguras e eficazes.

Sem planejamento 

Para o professor Dimas Gonçalves, do Curso de Especialização em Gestão Pública da PUC -Campinas, os impactos desse crescimento afetam diretamente os serviços e demandas públicas.

“Não há Prefeitura que consiga dar contas das demandas sociais. Agora, não é só saber do crescimento da população. Mas para onde está indo essa população. A população está envelhecendo? Qual é a idade média dos habitantes que estão na cidade?”, elenca Gonçalves.

“Porque há algum tempo atrás, nós pensávamos que precisaríamos ter muitas creches dentro dos municípios. Só que a taxa de natalidade vem caindo e, ao mesmo tempo, nós estamos envelhecendo. Em vez de creche, você tem que ter instrumentos para a terceira idade. Então, isso tem que ser avaliado”, pontua.

O especialista critica a falta de planejamento dos municípios a longo prazo. Segundo ele, os Executivos municipais trabalham com “demandas de balcão” e só atendem demandas sociais com prazos curtos. “As Prefeituras não tem planejamento estratégico. As Prefeituras não conseguem pensar além do seu tempo de governo. Esses planos são muito ridículos, esses planos são muito frágeis”, frisa Gonçalves.

Essas projeções populacionais, segundo o Seade, entram ainda no cálculo de vários indicadores econômicos e sociais, como, por exemplo, PIB per capita, taxa de participação no mercado de trabalho e leitos por mil habitantes, utilizados para avaliar e monitorar o grau de desenvolvimento de uma região geográfica e os esforços do governo para atender as demandas da sociedade.

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