22/11/2010

Um verdadeiro zoológico em Artur Nogueira

Além de jacarés-de-papo-amarelo, sítio cria roedores, aves e cobras, que chamam a atenção de turistas de várias partes do mundo. Confira fotos exclusivas

Quem sai de Artur Nogueira e vai sentido a Holambra, não faz ideia que nesse trajeto existe um sítio com criadouro de jacarés. Legalizado pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente, Ibama, desde 1997, o projeto Arurá cria jacarés-de-papo-amarelo com dois propósitos, turismo ecológico e comercialização da carne.

O sítio recebe visitantes com hora agendada. As pessoas podem fazer uma trilha de aproximadamente uma hora. Em um passeio que vai desde aula de anatomia dos jacarés até visita aos tanques com os animais. “Achei a exposição muito interessante, aprendi coisas que jamais passaram pela minha cabeça” revelou o aposentado Roberto Tamashiro, visitante de Maringá, que aproveitou para conhecer o sítio.

Durante a aula expositiva, o monitor responde a várias perguntas dos visitantes. Em uma delas, a turista Sueko Tamashiro pergunta como é a carne de jacaré, Claudemir Ramos, que trabalha a um ano como monitor do sítio, explica: “a carne lembra muito a do peixe cascudo, é branca” comenta Ramos.  A carne do réptil custa entre R$18 e R$46 e só pode ser adquirida por encomenda.

Depois de conhecer a vida dos jacarés na aula teórica, os turistas percorrem uma trilha em uma mata preservada, até chegar ao local dos jacarés. Ao todo são 25 tanques cimentados protegidos com muros que servem como lar dos répteis. “Procuramos colocar no máximo um casal em cada tanque, para evitar que eles briguem entre si” explica Ramos. Atualmente o sítio abriga 46 jacarés, entre esses há um que ganha a atenção dos turistas. “Este aqui é um jacaré anão, ele teve uma deficiência e não atingirá o tamanho de um normal”, revela o monitor, segurando o animal, de aproximadamente um metro, entre os braços.

A temperatura da água dos tanques é controlada. “Durante o inverno, se a água ficar muito gelada, os animais podem adoecer, chegando até morrer”, explica o monitor mostrando um forno à lenha que é usado para aquecer a água.

O passeio pelos tanques é o principal atrativo do lugar, mas não o único. Depois de conhecer os jacarés, os visitantes vão para uma espécie de rancho feito de madeira, que abriga os roedores. São aproximadamente 500 animais, que se dividem entre coelhos e porquinhos da índia. Esses animais são criados com duas finalidades. Os visitantes podem adquirir os roedores por valores que vão de R$20 a R$30. “Essa é a parte que as crianças mais gostam, elas ficam entretidas com os bichinhos” comenta o monitor.

A outra finalidade desses roedores não é tão bonita quanto o gosto das crianças. Eles servem de alimentos para os jacarés. A dieta principal dos répteis é à base de frango, duas vezes por semana, mas os roedores variam o cardápio. Seguindo a legislação do Ibama, todos os animais que são jogados nos tanques para os jacarés devem, antecipadamente, terem sido abatidos.

O sítio também possui alguns animais peçonhentos. Ao todo são nove cobras da espécie jiboia. Algumas foram trazidas pelo próprio Ibama. Os turistas demonstram, ao mesmo tempo medo e vontade de passar a mão no animal, que é segurado pelo monitor.

Outra atração do sítio Arurá é um casal, recém chegado ao local, de gambá. Que chama a atenção principalmente das crianças. “Adorei o passeio, conheci bichos que até hoje só havia visto pela televisão” comenta Ítalo Reis Barrilari, visitante de nove anos que veio do Rio de Janeiro acompanhada dos pais para conhecer o sítio.

O lugar recebe visitantes agendados. Escolas de Artur Nogueira e região costumam trazer os alunos para conhecer o projeto de preservação. “Já chegamos a receber até cem alunos de uma só vez” diz Ramos. O sítio tem uma parceria com uma empresa de turismo de Holambra, que traz visitantes do Brasil e do mundo para conhecer os jacarés e os outros animais. “Já trouxemos pessoas do Peru, Holanda e Argentina” comenta a monitora Danielly Rocha. “O sítio faz o sucesso que faz porque as pessoas das grandes cidades não estão acostumadas com a natureza, quando elas chegam e dão de cara com os jacarés ficam encantadas” diz Danielly.

Famílias costumam fazer do lugar um ponto de diversão e conhecimento. “A visita é muito gratificante, é maravilhoso poder estar em contato com essa flora e fauna tão rica” comenta Luis Augusto Rodrigues, técnico em projetos do Rio de Janeiro.

Para visitar o sítio é preciso marcar dia e um horário das 9h às 16h. O passeio custa R$12 por pessoa. O telefone de contato é (19)3802-1154

Fotos de Vislene Sia


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