Iniciativa movimenta economia local e gera renda a famílias de Artur Nogueira

Da redação

Uma entidade que existe há quatro anos em Artur Nogueira realiza um trabalho importante para a economia do município, principalmente em tempos de crise. Com mais de 15 cursos gratuitos disponíveis, a Casa ADRA oferece oportunidade a moradores que querem e precisam de renda. Cerca de 200 pessoas já se formaram nos diversos cursos oferecidos e mais 70 irão se formar nesta quinta-feira (30), às 19 horas, na Câmara Municipal. O principal objetivo da organização é claro: ensinar as pessoas a produzirem e venderem produtos manufaturados a fim de obter uma renda extra ou até mesmo um sustento.

São mais de 15 cursos disponíveis, todos ministrados por profissionais de maneira voluntária. Atualmente, cerca de 250 alunos recebem diariamente cursos de costura, culinária, corte de cabelo, maquiagem, entre outros. Os cursos possuem duas abordagens. De dia, as oficinas servem para fortalecer os vínculos entre os participantes. Já a noite, o enfoque está na geração de renda. Ou seja, os alunos se socializam, aprendem a produzir ou exercer determinada atividade e ainda descobre como “vender” suas habilidades. O pacote completo para movimentar a economia em tempos de crise. Os alunos, muitas vezes, chegam desempregados. Ao se formarem, saem como novos vendedores e, devido a nova fonte de renda, novos consumidores. É a fórmula para sair da crise.

Maria Telma Alves da Silva, uma das voluntárias na Casa ADRA, afirma que os alunos saem preparados para enfrentar o mercado de trabalho. “Ensinamos a eles maneiras de obter renda com os produtos e serviços que eles mesmos produzem. Os alunos podem escolher se querem produzir de maneira coletiva, como fazemos aqui na Casa ADRA, ou de maneira individual. Eles que irão decidir a melhor maneira de trabalhar, mas o que importa é que sairão capacitados e preparados, sem temer a crise que enfrentamos no Brasil”, garante Telma, que ensina os alunos técnicas de como vender os produtos.

Suzana Aparecida, tesoureira da Casa ADRA há um ano, garante que os métodos de produção favorecem a sustentabilidade da entidade. “A matéria-prima geralmente é proveniente de doações ou dos próprios alunos. Tudo é dividido e passa para a produção. O processo fui muito bem, não temos praticamente nenhum custo inicial, ou seja, tudo que vendemos é lucro”, afirma.

Ana Emília, de 28 anos, é aluna do curso de cabeleireiro e mostra satisfação com o que vem aprendendo até aqui. “Acho ótimo, é muito bom aprender uma profissão assim de graça e saber que vou poder me sustentar um dia. As professoras são ótimas e não tenho nada para reclamar do curso”, garante a estudante, que mora no bairro Sacilotto I.

Dalva, coordenadora da Casa ADRA há três anos, vê o trabalho realizado na entidade como algo extremamente gratificante. “Tenho muita satisfação quando vejo nossos alunos se desenvolvendo. Muitos deles chegam sem nenhuma perspectiva, com medo do mercado de trabalho, muitas vezes depressivos. Quando vemos que, com o passar do tempo, esta mesma pessoa que estava desmotivada agora está sustentando sua família com a profissão que aprendeu aqui, com nossos cursos, percebemos que esta iniciativa funciona. Penso que num momento de crise como este, com muitas pessoas desempregadas, outras comunidades deveriam implementar um serviço como este. O que fazemos na Casa ADRA pode ser reproduzido em todos os lugares”, garante a coordenadora.