03/06/2017

Incidência de otite acometida em cães na região de Campinas

Bussulo, A.A¹; Ferreira,C.N¹; Afonso, D.S¹; Silva, J.G¹; Oliveira, M¹; Balieiro,C.C²

Informe publicitário

  • Discente do curso de Medicina Veterinária da FAJ/SP
  • Docente do curso de Medicina Veterinária da FAJ/SP

Resumo:

Os objetivos deste trabalho foram identificar a incidência de otite em cães nas diferentes estações do ano e também quais as raças e o sexo mais acometido. Os 1280 prontuários foram coletados em duas clínicas localizadas nas regiões de Americana e Cosmópolis e separadas entre os períodos de verão 2015/16 e inverno 2015/16, sendo que 163 casos foram identificados com o diagnóstico de otite externa ou média, em cães adultos. Com a compilação das informações fornecidas pode-se concluir que não há interferência na causa de otite pelas estações de verão ou inverno. As raças mais acometidas foram cães SRD com 26,38%, Pastor Alemão e Golden Retriever empataram com 10,43% dos resultados. Cães machos tiveram maior incidência da doença.

Palavra-chave: Cães adultos, otite, doenças de estações.

Abstract: The objectives of this study were to identify the incidence of ear infections in dogs in different seasons and also what races and sex are most affected. The 1280 medical records were collected at two clinics located in the Americana and Cosmopolis regions and separated between the summer 2015/16 and winter 2015/16 periods, being 163 cases were identified with the diagnosis of external otitis or average in adult dogs. By compiling the information provided, it can be concluded that there is no interference in the cause of otitis in the summer or winter seasons. The most affected breeds were SRD dogs with 26.38%, German Shepherd and Golden Retriever with the same results with 10.43%. Male dogs had higher incidence of the disease.

Keywords: Adult dogs, otitis, seasonal diseases.

INTRODUÇÃO

A otite externa (OE) é uma doença de etiologia multifatorial, com numerosos fatores predisponentes que se relacionam com a infecção de cães (GREENE, 1993).

As alterações no canal auditivo facilitam o desenvolvimento de otite que é caracterizada pela inflamação da orelha externa. (MUELLER, 2011)

A limpeza total facilita a remoção de toxinas bacterianas, ácidos graxos livres e debris celulares reduzindo consequentemente o estimulo para uma inflamação posterior. (LIRA et AL. 2009)

A ausência de um acompanhamento laboratorial no tratamento das otites pode levar a um desenvolvimento de resistência aos agentes causadores, e conseqüentemente ocasionar uma terapêutica insuficiente, causando muitas vezes uma recidiva ou até a cronicidade do processo. No entanto, em muitas situações nas quais estes estudos laboratoriais não sejam possíveis, sugere-se o uso dos medicamentos que mais freqüentemente têm demonstrado eficiência geral. (SILVEIRA et al.2008)

            […] Durante o atendimento clinico a cães e gatos, pois, muitas vezes, os animais com alterações anatômicas congênitas são atendidos com queixas clinicas não relacionadas a malformação. A realização da otocopia e o conhecimento das possíveis deformidades relacionadas ao sistema auditivo são fundamentais para diagnostico precoce das anomalias congênitas otológicas de cães (MESSAS, et al 2016).

A necessidade de avaliação clínica individualizadas nos quadros de Otite externa e média canina associada, reforça a importância da realização dos procedimentos de cultura e antimicrobiano a ser adotados no tratamento dos referentes quadros. (OLIVEIRA et al., 2006)

Dentro deste contexto, o objetivo central deste trabalho, é coletar informações de determinadas clínicas veterinárias na região do interior de São Paulo que possuam ocorrência de Otite em Cães, de forma que possa ser feito um estudo dos dados encontrados sendo feito uma análise por animais acometidos, estações do ano, gênero e a ocorrência da doença em determinadas raças que possam ser mais acometidas a esse tipo de infecção.

MATERIAS E MÉTODOS

            Entre janeiro de 2015 e agosto de 2016 foram analisados 1280 prontuários de atendimento em 02 clínicas na região de Americana e Cosmópolis, ambas localizadas no interior do estado de São Paulo. Os dados foram coletados buscando os períodos de verão 2015/16 e inverno 2015/16, sendo que 163 casos foram identificados com o diagnóstico de otite externa ou média, somente em cães. Os cães eram todos adultos divididos em 73 fêmeas e 90 machos divididos em 7 raças mais acometidas dentre os prontuários analisados com diagnóstico de otite. O critério para inclusão no grupo-teste foi a presença de otite externa e de características sugestivas de otite média.

Resultados

Encontra-se no gráfico 1 a incidência de animais acometidos com otite.

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Gráfico 1: incidência de animais acometidos com otite

Neste gráfico encontra-se o total de prontuários analisados e a porcentagem de diagnósticos positivos para otite.

Pode-se ver que mais de 12% dos 1280 prontuários analisados se tratavam de casos de otite. Isso resulta em 163 casos acometidos.

No gráfico 2 pode-se ver a porcentagem de incidência da doença entre machos e fêmeas.

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Gráfico 2: Percentual entre machos e fêmeas com diagnóstico de otite

No gráfico dois, percebe-se que de 163 casos, 55% de machos e 45% de fêmeas foram diagnosticados. Segundo MEGID  et all (1990) relata uma maior ocorrência de otite em macho com 65,3% e a fêmeas com 34,7%, sendo um percentual maior do coletado.

No gráfico 3, encontra-se o total de animais acometidos pela patologia no verão e animais acometidos no inverno.

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Gráfico 3: Percentual de animais acometidos com otite no verão e inverno

No gráfico três, pode-se ver a pequena diferença encontrada entre as estações do ano nos animais do grupo-teste acometidos. Neste caso, pode-se ver que a diferença entre os dados coletados no inverno 2015/16 e verão 2015/16 não passam de 2%.

Segundo MEGID  et all (1990) relata que não houve mudança significativa referente à época do ano.

No gráfico 4, encontra-se o percentual das raças mais acometidas pela patologia.

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Gráfico 4: Percentual entre as 7 raças mais acometidas e outras raças

No gráfico 4, pode-se ver as principais raças identificadas dentro dos 163 prontuários de diagnóstico positivo para otite. Sendo que, o gráfico exibe o percentual das 7 raças que mais foram frequentes nas clinicas nos períodos descritos anteriormente. No total, foram constatadas 21 raças diferentes entre todos os casos de otite estudados, porém somente as 7 mais incidentes foram exibidas no gráfico, deixando todas as outras agrupadas na categoria “outros”.

Segundo MEGID  et all (1990) relata que a raça mais acometida foi Pastor alemão com 53% de 95 cães analisados, 36 casos foram da raça Pastor alemão.

Conclusão

Conclui-se com o presente trabalho que os casos de otite externa ou media ocorrem igualmente em estações de verão ou inverno, foram mais acometidas em cães SRD e com maior incidência entre os machos.

Referencia Bibliográficas

– Flora bacteriana aeróbia em otites caninas

  1. C. P. Silveira*, C. D. R. Roldão, S. C.A Ribeiro, P. F.A. Freitas

Universidade Federal de Uberlândia – Uberlândia/MG, Brasil

REVISTA PORTUGUESA DE CIÊNCIAS VETERINÁRIAS Vol. CIII · Nº 567-56

RPCV (2008) 103 (567-568) 171-175

– Tese – Microclima do canal auditivo de cães e efeito do Rosmarinus officinalis L. e do Triticum vulgare no tratamento da otite externa experimental. 

 Eduardo Negri Mueller

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Programa de Pós-Graduação em Veterinária      

Alunos:

Adriele Bussulo – 11616272

Andrey Da costa – 11616742

Camila Neves – 11616349

Douglas Afonso – 11616184

Julia Grande – 11616001

Monique Oliveira – 11616518

Vitor Boschiero – 11616743


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