02/04/2013

MANIFESTO: greve na Teka parte para a segunda semana

Funcionários exigem décimo terceiro e regularização no salário

Teka

Alex Bússulo

Desde a segunda-feira (25), parte dos funcionários da Teka de Artur Nogueira está em greve. Os trabalhadores reivindicam que a empresa pague o décimo terceiro e regularize o salário. Segundo o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Fiação e Tecelagem de Campinas e Região, o número de grevistas aumentou para cerca de 500 funcionários.

Na tarde de ontem, quarta-feira (27), o sindicato se reuniu com os manifestantes e propôs duas opções aos grevistas: parar ou continuar o manifesto. A decisão foi quase unânime, dando continuidade à greve sem previsão para terminar.

Na troca dos turnos, os grevistas se posicionaram em frente a portaria da empresa e aplaudiram os funcionários que ainda não aderiram à greve. “Não queremos bagunça, só estamos lutando pelos direitos dos trabalhadores”, afirma o diretor do sindicato, Josué Fussi Veloso.

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Sem refeição

Desde terça-feira (26), a Teka impediu a entrada dos grevistas no refeitório da empresa. A situação gerou polêmica e revolta entre os manifestantes.

“O pessoal desconta o valor da refeição do nosso salário. Eles vem pedindo que a gente colabore com eles há mais de seis meses, afirmando que a empresa está em uma situação difícil. Agora, eles estão negando um prato de comida para a gente. Me sinto constrangido. Uma empresa desse tamanho não podia fazer isso com a gente”, afirma o funcionário Antônio Moreira Sobrinho.

A Polícia Militar foi acionada e permanece no local, o que gerou ainda mais revolta por parte dos manifestantes. “Nós estamos em greve, reivindicando um direito nosso, porque estamos com o pagamento atrasado, sem décimo terceiro e férias. Agora, fomos proibidos de jantar na empresa, sendo que nós pagamos pela comida. Essa comida já foi descontada no mês e agora eles nos impedem de um direito nosso. Eu acho um absurdo eles mandarem a polícia para barrar trabalhadores. Aqui só tem trabalhador. Pai e mãe de família. Recebi R$ 500 na semana passada, paguei R$ 400 de aluguel, R$ 40 de água e estou sem dinheiro. Quem entrou para trabalhar pode comer. Já nós, que estamos reivindicando nossos direitos, ficamos sem comida”, afirma a funcionária Andreia Ferreira Marciano.

A reclamação é a mesma entre os grevistas. “Isso é um absurdo. Vou ficar sem janta porque eles chamaram a polícia. Não recebi décimo terceiro, férias e estou com o salário atrasado. Acho que nem vou receber. Isso é um total desrespeito”, afirma Quitéria Pereira dos Santos.

O sindicado afirmou que não concorda com a atitude da empresa. “A Teka ainda não se posicionou sobre o pagamento dos salários, nem dos outros direitos. Agora, eles estão impedindo o pessoal de se alimentar aqui, sendo que o pessoal ainda paga uma parte do valor da refeição. Estive em contato com a diretoria da Teka e eles alegam que isso é uma ordem de Blumenau – SC [local onde está localizada a matriz da Teka]. A ordem é de não dar alimentação para aqueles que não estão trabalhando, mesmo que eles paguem o valor. Isso é um absurdo. Pelo menos se o pessoal estivesse recebendo em dia, eu até concordaria. Agora, uma empresa que deve para o seu trabalhador, quer que ele trabalhe sem receber o salário e ainda fica com uma picuinha dessas. É um absurdo”, afirma o diretor do sindicato.

A Polícia Militar informou que foi acionada pela empresa e que não está impedindo a entrada de nenhum funcionário ao refeitório. Segundo o policial, a presença da viatura é para “que não haja a violação do direito de ninguém”.

Revolta

Os funcionários afirmam que estão exigindo apenas o que é deles por direito. “Nós não estamos atrás de aumento ou de melhorias. Queremos apenas que paguem o que é nosso por lei. Queremos apenas respeito, nada mais do que isso”, afirma o funcionário Pedro Luís Ferreira Pires.

A greve não tem data para terminar. “Sou pai de família e preciso receber meu dinheiro. Em janeiro deste ano agendei minhas férias para o dia 15 de abril. Hoje, quando cheguei para trabalhar fui informado que eu simplesmente já estava de férias e não precisava estar aqui”, afirma o funcionário Claudio Márcio de Campos.

“Estamos vivendo de promessas. Falam que vão pagar, mas só estão enrolando. Todas as minhas contas estão atrasadas. Queremos respeito”, afirma o funcionário Luís Carlos Ferreira dos Santos.

Andreia Souza trabalha na Teka há mais de quatro anos e afirma que desde setembro o pagamento vem atrasando. “O certo é recebermos nosso salário no quinto dia útil. Até agora não pagaram e quando pagam dão apenas uma parte. Nossas dívidas não esperam”, afirma Andreia.

Ainda segundo o sindicato, os funcionários demoraram para entrarem em greve. “A Teka vem há meses atrasando o salário dos funcionários. Não pagou o décimo terceiro do ano passado. Manda o pessoal sair de férias, o pessoal sai de férias e não recebe os valores correspondentes às férias e agora está fracionando o salário. Ao invés de pagar no quinto dia útil, eles estão pagando no dia 20 um valor sem data certa para pagar o restante. O pessoal está se mobilizando para ver se a gente consegue reverter essa situação. Em nossa opinião, os funcionários tiveram muita paciência com a empresa. Até o momento acreditamos que cerca de 150 funcionários aderiram à greve e a tendência deste número é aumentar”, afirma o diretor do sindicato.

Sem posicionamento

A equipe de Jornalismo do Portal Nogueirense tentou contato hoje várias vezes com a sede da Teka, localizada em Blumenau – SC, mas até o momento não conseguiu falar com nenhum responsável.

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Greve

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