07/02/2016

Família de Artur Nogueira busca respostas sobre morte de homem após cirurgia

De acordo com familiares, Rodrigo Cruz França foi submetido a uma cirurgia para a retirada de um coágulo de sangue, diagnosticado pelo Hospital da Unimed, em Limeira. Esposa e tio de Rodrigo afirmam que não tiveram uma satisfação plausível do hospital.

Um morador do Parque Residencial Bom Jardim, em Artur Nogueira, faleceu após ser submetido à uma cirurgia de retirada de um coágulo de sangue, na região do rim esquerdo, ocorrida no dia nove de janeiro deste ano, no Hospital da Unimed, em Limeira. Após aproximadamente um mês da morte do rapaz, a família de Rodrigo Cruz França busca esclarecimentos que levem à uma resposta sobre o que de fato ocasionou a morte do encarregado de produção, de 31 anos.

Segundo a esposa e o tio do rapaz, entre tantas dúvidas, paira a suspeita de que tenha ocorrido algum erro médico durante a cirurgia. No Instituto Médico Legal (IML) de Limeira, de acordo com o tio, ele foi informado por um médico legista de que a morte de Rodrigo fora causada por uma hemorragia interna devido a agressões, o que gera ainda mais dúvidas aos familiares.

Isanete Ferreira de Oliveira, esposa de Rodrigo, disse que desde dezembro o marido sentia dores abdominais na região lombar. O esposo já havia passado por exames de tomografia em Artur Nogueira, mas nada de errado havia sido detectado em relação à saúde dele. De acordo com a esposa, após as dores de Rodrigo se agravarem, no início de janeiro, ela e o marido foram até o Pronto Atendimento do Hospital Unimed de Limeira, na noite de sexta-feira (08). Ele permaneceu em observação e a mulher voltou para casa.

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De acordo com Isanete, na manhã de sábado (09), o hospital entrou em contato com ela, e solicitou sua presença na unidade médica para realizar a internação de Rodrigo. Conforme declarações prestadas pela esposa na Delegacia de Polícia de Limeira, o médico cirurgião informou à ela que um exame havia detectado sangue na urina de Rodrigo, e que havia um coágulo de sangue atrás do rim esquerdo.

Ainda segundo a declaração de Isanete, o cirurgião disse que seria preciso realizar uma cirurgia para a retirada do coágulo, mas o procedimento era delicado e havia o risco de morte. O médico indagou a esposa de Rodrigo se ele havia sofrido algum tipo de agressão física ultimamente; Isanete respondeu que desconhecia o fato.

Ainda de acordo com ela, o marido entrou na sala de cirurgia por volta das 13 horas de sábado e saiu aproximadamente às 15 horas. No final da tarde, às 17 horas, Rodrigo havia sido encaminhado à Unidade de Terapia Intensiva (UTI), por estar perdendo sangue e apresentar um quadro de anemia. Isanete explicou à reportagem que chegou a falar com o marido após o procedimento cirúrgico, e que ele se queixava de fortes dores. De acordo com ela, um médico da UTI havia sido avisado.

Isanete também declarou que deixou o hospital, e estava em casa na noite de sábado, quando por volta das 22 horas, recebeu outra ligação da Unimed, que pedia a presença dela na unidade médica. Ao chegar lá, ela foi informada sobre o falecimento do esposo. Muito abalada, ela precisou ser amparada e medicada, devido à gravidade da notícia que recebeu.

José Pereira de Oliveira, tio de Rodrigo, afirma que passou a tomar conhecimento do caso após a morte do sobrinho, ao ser solicitado pela família a colaborar com os procedimentos para o sepultamento do rapaz. Ele entrou em contato com a funerária responsável, localizada também em Limeira.

De acordo com as declarações de José, na manhã de domingo (10), a funerária o orientou a fazer um Boletim de Ocorrência na Delegacia de Polícia de Limeira, sobre a morte de Rodrigo. José disse que recebeu da funerária um papel de sulfite, escrito a mão pelo médico da Unimed. De acordo com o texto havia a suspeita de que a morte de Rodrigo pudesse ter sido causada por agressão física, devido ao coágulo detectado. Esse papel, conforme informado pela funerária à José, deveria ser apresentado na Delegacia para o registro da ocorrência.

O B.O. foi registrado. José informou que assinou as vias do documento (B.O.) e o entregou à funerária. No mesmo dia ele foi solicitado pelo agente funerário a comparecer no IML de Limeira para ser feito o reconhecimento e liberação do corpo para o sepultamento.

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Tio e esposa buscam por respostas

Ainda conforme as informações cedidas por José Pereira, ao chegar no IML, ele foi informado por um médico legista de que a morte de Rodrigo havia sido ocasionada por uma hemorragia interna, que poderia ter sido ocasionada por agressões físicas. O tio de Rodrigo não notou sinais de hematomas no corpo. “Só havia o corte da autópsia”, declara José.

José afirma ter explicado ao legista que Rodrigo havia passado por uma cirurgia para a retirada de um coágulo de sangue, e que suspeitava de que tivesse ocorrido um erro médico durante a cirurgia, e isso, resultado na morte do sobrinho. O paciente sofria de varizes e estava em tratamento. “Trazer a vida dele de volta não vamos, mas nós buscamos uma resposta sobre o motivo que o levou ao IML”, desabafou José.

Ao retornar na Unimed em busca de repostas, José afirma que recebeu uma Ficha de Atendimento, que relata como ocorreu os procedimentos de atendimento até a morte de Rodrigo. Neste documento, é informado que o paciente havia sido submetido à uma coleta de urina no leito em que estava. A ficha também aponta que, ao se recusar, o paciente preferiu efetuar a coleta sozinho, em um banheiro da unidade médica. Rodrigo, conforme o documento, foi encontrado caído no chão do cômodo onde fazia a coleta de urina. Após isso, ele foi amparado e as preparações e procedimentos para a cirurgia continuaram a serem feitos normalmente.

“Queremos apenas uma explicação. Eles não nos deram uma satisfação”, lamenta Isanete, esposa de Rodrigo.

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Atestado de Óbito

A Certidão de Óbito de Rodrigo Cruz França aponta que a morte ocorreu na noite de sábado (09), às 21h50, ocasionada por “anemia aguda pós hemorrágica, volumoso hematoma retroperitoneal e extensa lesão renal esquerda”. Essas informações também constam no Laudo Pericial do rapaz.

Unimed

Ao ser solicitada pelo Portal Nogueirense a dar uma resposta em relação aos procedimentos cirúrgicos e sobre a causa da morte de Rodrigo, a assessoria de imprensa do Hospital Unimed de Limeira declarou que, “foi prestado atendimento adequado ao paciente”.

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