11/09/2017

Família de Artur Nogueira aguarda passagem do furacão na Flórida

Nogueirenses estocaram água e comida

Diego Faria

Em contato com o Portal Nogueirense neste domingo (10) uma família moradora de Artur Nogueira e que está na cidade de Orlando, estado da Flórida, nos Estados Unidos, informou sobre a situação que enfrenta devido à passagem do furacão Irma pelo estado. O ápice dessa tormenta em Orlando deve ocorrer na manhã desta segunda-feira (11), quando os fortes ventos e chuva atingirão a cidade.

Fábio Ramos é professor no Centro Universitário Adventista de São Paulo (Unasp), em Engenheiro Coelho (SP), e também empresário do segmento publicitário, com agência em Campinas/SP. Ele, a esposa e a filha, de apenas cinco anos, chegaram a Orlando – região central do estado da Flórida – em julho, com o intuito de estudar inglês. Eles devem permanecer no país até dezembro desse ano. Ramos conta que soube das informações a respeito do furacão Irma há aproximadamente uma semana, através de noticiários pela TV e internet, também por conhecidos dele da comunidade brasileira, que vive e Orlando. Nesse período, os ventos do Irma ainda passavam pelo Haiti, onde ocorreu muita destruição e, em Cuba, onde houve registro de mortos e feridos.

Nesse domingo, o brasileiro relatou que caia uma chuva fina sobre a cidade em que ele está, mas que a população vem se preparando para a passagem do furacão há vários dias. O furacão, que hoje ainda estava ao sul da Flórida, deve lançar ventos à Orlando aproximadamente às 10 horas desta segunda-feira (11), já conforme o fuso-horário do Brasil, o evento acontecerá em torno de meio dia, horário de Brasília (DF).

“A sensação é bem estranha, porque nós brasileiros não estamos acostumados com esse tipo de situação e, também, não sabemos qual o impacto que um furacão pode trazer. No começo, eu e minha família estávamos tranquilos, assim como muitos turistas, mas quando começamos a ver a preocupação dos americanos, mercados com falta de água e alimentos, postos de combustíveis fechados, começamos a ver que a situação era séria mesmo”, relata Ramos.

Nogueirenses estocaram água e comida

Fábio explica que a população de Orlando está se precavendo e seguindo as orientações dadas pelo governo, como por exemplo, comprar estoques de água e alimentos de fácil preparo para superar o período mais precário da passagem dos efeitos do furacão, que pode durar de quatro a sete dias, caso ocorra cortes de energia. Veículos também devem estar completamente abastecidos se for preciso deixar a região e seguir sentido o Norte do estado.

“É impressionante como o governo, a Prefeitura e a população são organizados para esse tipo de situação. Por exemplo, o governador da Flórida (Rick Scott) decretou que todos os pedágios nesse período têm que ser gratuito para facilitar a evacuação das áreas de risco, e intensificou a logística para distribuição de água, inclusive, têm postos de combustíveis que estão dando água para as pessoas”, explica.

Ramos também baixou aplicativos de celular que informam a rota do furacão, o que colabora para a orientação a respeito dos riscos existentes. Escolas, comércios e centros de compras estão de portas fechadas nas localidades mais ameaçadas. Apenas hospitais e serviços públicos essenciais continuam abertos, mas não por muito tempo, relatou o nogueirense. “Começamos a receber alertas da escola que minha filha estuda, também no condomínio que a gente mora e do governo, então ficamos preocupados e vimos que esse é um dos maiores furacões da história desse país. Ele começou a subir pela costa do Sul da Flórida já na categoria 4, o que é muito forte, então começamos a tomar as precauções”, acrescenta.

A área de evacuação está concentrada em toda a costa da Flórida, cidades como Miami, Tampa e Boca Raton. Esses territórios receberam ordens estritas de evacuação por causa do mar e a intensidade que o furacão atingiu, já na área central do estado, região em que Ramos se encontra com a família, apenas residentes em motor-homes tiveram notificações para abandonarem o território.

De acordo com informações que Fábio Ramos obteve, o olho do furacão Irma chega a 45 quilômetros de diâmetro, esse epicentro deve atingir diretamente a cidade de Tampa, que está a cerca de 100 quilômetros de Orlando. Já o raio de atuação dos ventos pode atingir até 300 quilômetros de distância a partir do centro do furacão, com ventos que ultrapassam os 150 quilômetros por hora. Ramos informou ainda que a chuva em Miami nesse sábado (9) foi forte, causando destruição. Irma agora sobe na direção de Orlando, onde com cerca de 10 horas antes de atingir a cidade, já seria possível sentir uma chuva forte, que teria início a noite.

A comunidade brasileira em Orlando se apoia e tenta se preparar como pode para enfrentar essa situação. Centenas de escolas se tornaram abrigos para pessoas que deixaram as áreas críticas de evacuação. Existe muita informação disponível à população. Moradores estão colocando tapumes em janelas para evitarem ao máximo a destruição e os riscos para quem estará abrigado dentro das residências, sempre com estoque de alimentos e água potável. “A estratégia é não sair de Orlando, somente se recebermos uma ordem expressa do governo, pois as estradas estão congestionadas e pode faltar combustível. A recomendação é ficar em casa e, no momento do furacão, ficar dentro do banheiro e locais sem janelas, com água e comida. Caso exista algum comunicado, iremos subir sentido o Norte do estado. Peço que o pessoal do Brasil fique tranquilo e faça orações por nós”, finalizou o morador de Artur Nogueira.

Após a passagem do furacão nessa segunda-feira, a população e o governo da Flórida deverá ter o conhecimento real dos estragos causados por Irma. A rotina será retomada apenas após a terça-feira, onde os trabalhos de limpeza, reconstrução e atendimento estarão em andamento.

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