Família acusa hospital de negligência após morte de bebê em Artur Nogueira

Da redação

Um bebê recém-nascido morreu em Artur Nogueira na semana passada, e a família da criança acusa o Hospital Bom Samaritano de negligência médica. De acordo com os familiares da vítima, o bebê não foi corretamente examinado pela equipe da unidade hospitalar e veio a falecer por esse motivo. O centro médico afirma que vai instaurar uma sindicância interna para apurar os fatos.

O caso

Às 5h20 do dia 21 de maio – um domingo – Maria Imaculada dava à luz seu primeiro filho, Antonny. Apenas dois dias depois, no entanto, a alegria do nascimento se transformava em luto.

De acordo com a família da vítima, às 21 horas do mesmo dia em que dera à luz, Maria teve alta do hospital. A sogra dela estranhou a rapidez na liberação da jovem mãe. “Eu achei estranho. ‘Alta, já? Ela não vai pousar aqui essa noite?’ Mas eu não comentei nada com ninguém. Aí trouxemos ela embora”, conta a senhora Maria Rosa da Silva, avó do recém-nascido.

No dia seguinte, segunda-feira (22), dona Maria Rosa percebeu que o recém-nascido estava dando uma espécie de soluço com muita frequência, porém não desconfiou que pudesse ser algo sério. Às 2 horas da madrugada seguinte, terça-feira (23), o pai da criança, o colhedor de laranjas Joelânio Simplício da Silva, chegou correndo ao quarto de Maria Rosa.

O bebê estava roxo e apresentava dificuldade para respirar. Rapidamente se dirigiram ao Pronto-socorro do Hospital Bom Samaritano. Contudo, segundo a família, o atendimento médico foi muito displicente. Maria Rosa conta que o médico de plantão nem levantou da cadeira para examinar o pequeno Antonny. “Ele nem sequer viu o rosto do neném”, conta com a voz embargada.

“Falamos com o médico e ele disse que era frio. Que ele estava roxo porque estava frio”, indigna-se a avó. De acordo com o relato dela, o doutor receitou duas gotas de Buscopan para a criança e recomendou que dessem a ela um banho de sol. Maria Rosa insistiu por um encaminhamento ao pediatra, que o médico forneceu com certa relutância. Após o desgaste, a família voltou para casa ressentida com a forma com que foi tratada e muito preocupada com a saúde do recém-nascido.

De manhã, o bebê faleceu. “Fui pegar ele no berço, e ele tinha falecido. Não se mexia. Corremos para o hospital, mas ele chegou lá já morto”, lembra com tristeza a avó. A declaração de óbito de Antonny afirma que ele morreu por uma insuficiência respiratória causada pela Doença da Membrana Hialina.

Maria Imaculada, mãe do bebê, ainda se recupera do choque emocional e preferiu não comentar o caso.

Revolta

Maria Rosa, a avó, está revoltada com a situação. “Eles [o hospital] acusaram que o menino já nasceu com problemas, mas eles podiam ter feito alguma coisa para salvar o bebê. Eu queria ver se fosse o neto do médico, ou o filho dele, se ele não ia nem olhar na cara dele também”, fala com firmeza inflamada.

Segundo ela, a nora está arrasada, recebendo apoio de familiares e irmãos de igreja. Já o filho, mergulhou numa rotina intensa de trabalho, tentando ocupar a cabeça com qualquer coisa que não seja o luto. “Hoje ele foi trabalhar mesmo embaixo de chuva”, afirma Maria Rosa.

Amailda Rosa da Silva, irmã de Joelânio, conta que até tiraram as roupas do bebê da casa de Maria Imaculada, pois o simples olhar para elas já trazia muita dor à mãe. “Ela tinha sonhos e planos para o filho dela”, pontua com os olhos marejando.

“O que nos revolta, a pergunta que não quer calar, é: por que que ela teve bebê às 5h20 e, no mesmo dia, às 21h, recebeu alta, sendo que qualquer mulher que dá à luz um bebê precisa ficar no mínimo 24 horas internada?”, indaga Amailda. “E essa doença que meu sobrinho tinha evolui muito rápido. Então, se tivessem segurado ela lá no hospital as 24 horas necessárias, talvez tivessem percebido o problema”, pondera com tristeza.

Hospital

Ao Portal Nogueirense, o Hospital Bom Samaritano afirmou que está tomando todas as medidas cabíveis e que uma sindicância interna será instaurada para apurar os fatos.

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