01/04/2017

Especialistas de Artur Nogueira explicam consequências da mentira

Embora em 1º de abril ela seja tratada como diversão, a mentira pode ter causas e consequências muito sérias

Da redação

Sem possuir uma origem clara ou consensual entre os historiadores, o Dia da Mentira é marcado por brincadeiras e pegadinhas dos mais diferentes tipos em todo o mundo. Mas, embora hoje ela seja tratada como diversão, a mentira pode ter causas e consequências muito sérias. O Portal Nogueirense conversou com alguns especialistas de Artur Nogueira que explicam melhor o assunto.

Existem pelo menos três principais motivos para uma pessoa afirmar algo que não condiz com a realidade. O primeiro deles é o instinto de sobrevivência. Você deve estar se perguntando, como assim? Bom, imagine que você é um adolescente e vive numa casa cujos pais são dramaticamente rígidos e autoritários. Para não receber um castigo severo demais, você distorce os fatos na hora de contar para sua mãe o porquê de ter chegado atrasado na escola.

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A psicóloga Valéria de Souza Cruz conta que esse tipo de mentira é muito comum. “Em algumas casas, os pais chegam a achar que o filho tem algum tipo de problema, pois mente demais, mas, na verdade, o problema é do meio em que ele está vivendo”, observa. Entretanto esse é apenas um exemplo. Existem vários cenários em que pessoas mentem para garantir seu bem-estar ou sua sobrevivência. São casos em que a inverdade contada não faz mal a ninguém.

Quando, porém, uma pessoa mal-intencionada conta uma mentira que prejudica outra, ou a ela mesmo também, temos outra razão para a afirmação inverídica. “É a mentira perniciosa”, destaca Valéria. Neste caso, dependendo de como o indivíduo for prejudicado, o mentiroso pode incorrer em crime e ser punido pela lei.

Estelionato, denunciação caluniosa, calúnia, difamação, injúria, falso testemunho e falsidade ideológica são apenas alguns dos crimes que podem colocar um mentiroso atrás das grades. “Mentir é uma conduta altamente ativa, antiética e contrária aos valores mais comezinhos da sociedade e, sim, pode trazer consequências severas para quem propagá-la”, afirma o advogado Wellington Silva.

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Existem várias mentiras que podem acabar em B.O. “Se a postura do mentiroso redundar na inculpação de terceiros, no desvio da investigação para a busca de fatos inexistentes, ou mesmo se consubstanciar na assunção de ilícitos executados por outras pessoas (com o objetivo de inocentar o real criminoso, dando-lhe proteção em troca de uma promessa de recompensa ou qualquer outra espécie de benefício escuso)”, destaca Silva. Nestes casos, “o agente será punido”, conclui. Como mentira tem perna curta, melhor não arriscar.

Menos graves, todavia ainda desagradáveis, são as mentiras que servem como defesa do ego. “Isso ocorre quando a pessoa é vaidosa e deseja obter vantagem sobre outras pessoas, inclusive amigos. Então ela aumenta histórias e acaba mentindo para defender seu ego”, explica Valéria.

E não para por aí. Às vezes, a pessoa é tão mentirosa, mas tão mentirosa, que acredita na própria mentira. Nesse caso, temos uma patologia: a mitomania. “Isso é um transtorno mesmo e precisa de tratamento”, ressalta a psicóloga.

Origem

A versão mais famosa da origem do Dia da Mentira, e a mais confiável até o momento, afirma que a comemoração surgiu na França em meados do século 16. Naquela época, o calendário vigente era o Juliano, e não o Gregoriano, que é o que temos hoje. Portanto, o Ano Novo era celebrado entre os dias 25 de março e 1º de abril. Com a mudança do calendário vigente, em 1564, a virada do ano passou a ser marcada em 1º de janeiro.

Muita gente não gostou da mudança, insistindo em celebrar o réveillon no calendário antigo. Como consequência, viraram motivo de piada. Se tornaram alvo de todo tipo de piada e pegadinha. Era comum receberem convites em 1º de abril para festas que não existiam. A prática acabou se espalhando por outros países até tornar-se como é hoje.

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