25/08/2015

Escolas públicas de Artur Nogueira têm um computador para cada 46 alunos

Escolas privadas somam um para cada 12.

As escolas públicas de Artur Nogueira possuem apenas um computador para cada 45,7 alunos matriculados. A média foi divulgada pelo portal Qedu e calculada com base nos dados do Censo Escolar de maio de 2015. O balanço apresenta também que a realidade é diferente nas escolas privadas, onde existe um computador para cada 12 alunos. Para sociólogo o meio é um aliado à educação e ajuda a desenvolver a curiosidade de alunos e que o disparate tem a ver com a superlotação das escolas públicas.

De acordo com o dado existem 86 computadores divididos nas seis escolas estaduais do município. Toda a rede é equipada. Já o total de computadores nas 19 escolas municipais é de 128, uma média de 6 computadores para cada instituição, ou 41 alunos para cada computador. O cálculo leva em conta alunos das creches e pré-escolas e não aponta quantos equipamentos há em cada prédio.24

Outra cidade da Região Metropolitana de Campinas (RMC) que apresenta um quadro semelhante é Nova Odessa. Ela conta com 29 escolas públicas e 9.306 alunos, mas o número de computadores por aluno é 26, o que totaliza 354 máquinas em toda a rede. Artur Nogueira possui 25 escolas públicas (entre estaduais e municipais) e 9.771 alunos.

Segundo o secretário de Educação de Artur Nogueira, João Gazoli, todas as pré-escolas e creches não possuem computadores, em compensação todas as oito do ensino fundamental são equipadas com até oito máquinas. “Nós temos na grade curricular uma disciplina chamada Tecnologia de Informação e Comunicação, voltada aos alunos do primeiro ao quinto ano. Pelo menos uma vez por semana toda as turmas tem acesso ao computador.” Nesta disciplina são ensinados tanto conhecimentos básicos de informática como os de alfabetização por meio de produção de texto, leituras, pesquisas e até desenhos.

Com o Plano Municipal de Educação votado neste ano no município o objetivo é que haja mais equipamentos e constantes atualizações dos softwares, a medida em que os alunos avançam no tema. “O uso do computador é um aliado, pois ele expande a tecnologia na vida do estudante que tem nisso uma gama maior de informação”, frisa.

Na cidade a realidade das instituições privadas é outra. São oito escolas particulares com um total de 108 computadores, ou um computador para cada 12,4 alunos. Ao todo são 1.339 alunos regularmente matriculados nesse sistema de ensino em Artur Nogueira.

Procurada, a Secretaria do Estado de Educação não respondeu até o fechamento desta reportagem.

Análise

Para o sociólogo Luiz Rossi, é preciso levar em conta a superlotação das salas. Rossi aponta que a média que se tem hoje é de 40 alunos em cada sala de escola pública, contra 23 em escolas privadas. “As escolas particulares, trabalham com recursos próprios e as públicas com verbas estaduais que vem em doses homeopáticas ou nem são enviadas, por corte nos programas”, explica, apontando que o governo criou e equipou salas de informática com acesso à internet em quase todas as escolas do estado de São Paulo, mas que peca em relação a manutenção e na contratação de funcionários. “Tudo na propaganda governamental é maravilhoso, porém, na realidade não é bem assim que as coisas funcionam”, frisa.

Por isso a falta de equipamentos é revelada pelo sociólogo como um déficit no ensino. “Ela [tecnologia] pode ser uma grande aliada, mostrando o mundo em movimento e tornando as pesquisas mais completas com vários leques de informações. Um aluno que tem o mundo em suas mãos é um aluno informado, crítico e que complementa seu conhecimento a cada acesso.”

O caráter educativo se soma ao fato das mudanças sociais que levaram às massas a preferirem a interatividade. Os livros, na visão de Rossi, têm perdido espaço para os computadores, que apresentam novas formas de ensinar por meio de “tecnologias avançadas”.

Uma criança de uma área periférica tende a aproveitar ainda mais esses acessos, uma vez que quando o equipamento não existe dentro de casa é na escola que ele aguçará a criatividade e curiosidade, aproveitando mais do utilitário do que aquele aluno que tem acesso todos os dias.


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