21/03/2015

ENTREVISTA: Wilson Barros

Conheça o nogueirense que criou e faz sucesso com uma marca voltada para amantes do skate

capa2“Minha grife busca transmitir o skate como uma arte” (Wilson Barros)

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Alex Bússulo

Ele cresceu em Artur Nogueira. Foi aqui que descobriu e aprimorou a prática do skate. Wilson Barros, o Will, hoje com 27 anos, é um nogueirense que acreditou e transformou um sonho em realidade. Trabalhou e dedicou vários meses e fez da maior paixão um negócio promissor.

Em 2013, criou uma grife de camisetas, bonés e shapes (aquela madeira do skate). Hoje, a Calle ganhou reconhecimento e notoriedade no segmento. Mais do que uma marca, ela leva o conceito das ruas e do esporte que encanta milhares de brasileiros.

Pensando em expandir, ele fez parceria com um talentoso desenhista da Indonésia, que hoje produz as artes da empresa. Há pouco mais de um ano ele saiu de Artur Nogueira e se mudou para Limeira, onde conseguiu alavancar e promover ainda mais a marca. Na entrevista abaixo, Will conta como teve a iniciativa de criar uma grife, as estratégias de venda e o diferencial da marca. Confira:

Como nasceu a ideia de criar uma marca? A ideia de formalizar uma marca aconteceu quando fui picado por uma aranha [risos]. Fiquei de licença do trabalho e, como estava em casa de repouso, acabei ficando um tempo no computador. Foi quando passei a fazer aula online de CorelDraw, onde peguei gosto pela coisa e comecei a desenvolver desenhos. Entre algumas artes que fiz nasceu à ideia de criar uma marca, foi quando nasceu a Calle.

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Por que escolheu esse nome? Calle significa rua em espanhol. E rua é a base para andar de skate, que é o meu público. Nada melhor que Calle, onde os maiores skatista do mundo praticam o esporte e a arte de andar de skate.

Qual o diferencial da sua marca? A Calle é uma marca que foi desenvolvida por um skatista. Que não foi criada apenas pensando em retorno financeiro, em se tornar uma marca forte no mercado, como mais um produto para skatista, nas araras, nas prateleiras das lojas. Ela foi desenvolvida com muito amor, carinho, dedicação e comprometimento. Eu busquei, pesquisei no mundo sobre o esporte e vi uma carência de algo que fosse a identidade de cada skatista. Queria que quando vissem a estampa se identificassem com o desenho, com a arte que ali está expressa, que arrepiasse a cada desenho no shape e ali despertasse vontade de andar e se divertir com seu skate pelas ruas. Acredito que em cada desenho existe uma dedicação plena da minha equipe, que busca sempre o máximo em cada lançamento. Este é o diferencial da Calle.

Em que momento percebeu que a marca não era mais um hobby e poderia se tornar um negócio? Quando a primeira coleção foi criada e mostrei aos meus amigos. Foi sucesso absoluto de vendas, acabando todo meu estoque, que não era grande, mas o suficiente para fazer a cabeça e a alegria dos skatista de Artur Nogueira, Limeira, Campinas, Araras, Holambra, Santo Antônio de Posse, Americana, Santa Barbara do Oeste, Indaiatuba e São Paulo. Cidades onde estive em campeonatos, que fui por hobby com os amigos skatistas. Com isso cresceu a procura pela marca Calle. Não diria que deixou de ser meu hobby, pois faço com amor e dedicação e tudo o que se faz com amor não se pensa em lucros financeiros, mas sim na alegria de ver alguém prestigiando minha marca.

Quem faz as ilustrações da Calle? No começo eu mesmo criava e desenvolvia as ilustrações, mas percebi que precisava de aprimoramento. Com isso conheci, em meio as minhas dificuldades, um parceiro que digo que virou meu grande amigo. Ele se chama Badack Nugrana, um indonésio que ilustra e desenha. Criamos e desenvolvemos uma plena pesquisa pelo mundo e criamos em parceria ilustrações diferenciadas para o mundo do skate.

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O que busca transmitir com a sua grife? Amor pelo esporte, o skate como uma arte.

Seu público alvo são os skatistas. O que faz para atraí-los? O meu público alvo é quem gosta do conceito Calle, que se identifique com a marca. Para atraí-los busco uma linguagem que se identifique com cada pessoa, ela sendo skatista ou não. Busco criar diferença, inovação, site de busca, vendas online, parceiros de lojas conceituadas nas regiões, onde a Calle já é febre entre os skatistas. Com isso, a melhor venda acontece no dia a dia, em cada camiseta, em cada criação nas ruas.

Onde você confecciona suas camisetas, bonés e shapes? Cada criação leva um tipo de confecção. Busco a cada estação um fio que combine o tecido. Algumas coisas vêm do Brasil, outras são importadas da América Latina, mas tento ser protecionista e dar prioridade a confecção 100% brasileira, com produtos de alta qualidade.

Você é um skatista profissional? No momento não. Sou um skatista amador e já participei de vários campeonatos da região de São Paulo e de Minas Gerais. Eu não sou skatista profissional, mas me considero um vencedor, porque em muitas quedas aprendi que caindo eu construo minha carreira como skatista. E nisso cresci e aprendi a dominar a arte de deslizar pelas calles com meu skate.

Então como você se vê: como um skatista ou empresário? Diria que hoje eu sou um apaixonado pelo skate. Me considero um skatista/empresário, em cada manobra tento buscar inspiração e criar algo para o esporte e a arte.

Como foi sua infância em Artur Nogueira? Foi muito boa, pois muitos amigos que tenho até hoje são de Artur Nogueira, da época da infância. Estudei nas escolas Cardona, Magdalena e conclui o Ensino Médio no Amaro. Meu primeiro emprego foi na Relojoaria Central, onde trabalhei por 7 anos. Antes de me mudar para Limeira, onde vivo hoje, morei em uma casa no bairro São Vicente, onde ainda vivem minha mãe e meus irmãos.

Por que se mudou para Limeira? Cheguei a Limeira em 2013. Me mudei pra lá em busca de oportunidades, crescimento profissional e estudos. Artur Nogueira é minha cidade do coração, onde procuro estar quase todos os finais de semana.

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Onde as pessoas podem adquirir sua marca? No meu Facebook e em lojas credenciadas e autorizadas, tais como a Orage Skate Shop, Tateno, Vitton, entre outras.


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