07/12/2013

ENTREVISTA: Rieli relembra histórias e conta como começou a trabalhar como farmacêutico

Ele é um dos farmacêuticos mais respeitados de Artur Nogueira. Já foi vereador e um dos criadores da Acean. Hoje, aos 62 anos, relembra histórias e diz que honestidade e respeito são fundamentais no trabalho e na vida

Rieli“Sempre estive pronto para atender a todos, independentemente do dia e da hora” (Rieli Duzzi)

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Alex Bússulo 

Proprietário de uma conhecida drogaria no centro de Artur Nogueira, o farmacêutico Rieli Duzzi vem ao logo de seus 62 anos conquistando o respeito e a admiração da população nogueirense. Além de administrar a Drogaria São Sebastião, ele também já foi vereador e um dos fundadores da Associação Comercial e Empresarial de Artur Nogueira (Acean). De família tradicional no município, o nogueirense relembra momentos que marcaram a vida.

Filho de Delmo Duzzi e Aurora Montoya Duzzi, Rieli está casado há quase 40 anos com Sueli Aparecida dos Reis Duzzi. É pai de Ricardo Rieli Duzzi, que segue os mesmos passos como farmacêutico.

Nosso entrevistado nasceu de parteira na casa dos próprios pais, em uma casa localizada na Rua Floriano Peixoto, no centro de Artur Nogueira. “Minha infância inteira foi passada na cidade de Artur Nogueira. Minha mãe trabalhava, portanto eu passava o dia com minha avó paterna. Brincava e estudava como qualquer criança. Gostava de futebol, tinha um time infantil, passava horas jogando em um campinho que eu e meus amigos construímos na rua da minha casa”, relembra o nogueirense.

Um dos prazeres de Rieli é resgatar a história de sua família. Ele sempre teve muita admiração pelos avós, descendentes de italianos e espanhóis. “A cidade de origem da família Duzzi é Verona, na Itália. Os imigrantes escolheram o Brasil por ser um país de clima tropical, que favorecia as atividades agrícolas e manufatureiras, etc. Para eles, o Brasil era tido como a “Terra Prometida”. Outro fator que também foi crucial para a sua partida ao Brasil é que na Itália a família era proprietária de uma marmoraria que foi destruída após o descarrilamento de um trem, dificultando a permanência no país por não ter como manter a subsistência. Assim, optaram como destino incerto à cidade de São Paulo, vindos em um navio de nome ‘Maranhão’, chegando em Santos no dia 14 de março de 1896.

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Rieli se formou no antigo Grupo Escolar Francisco Cardona em 1961. Depois fez um ano de Admissão. “A cidade nesse período não era asfaltada, não tinha rede de esgoto, não havia indústrias, nem hospitais e o comércio era pequeno. Mas foi gostoso vivenciar essa época, a cidade era pequena, todos se conheciam. Fiz o primeiro ano do ensino médio na escola José Amaro Rodrigues e o restante na escola Nossa Senhora das Dores, que hoje é o Montessori, fui aluno da primeira turma de formandos. Fiz em seguida o curso técnico de contabilidade, também na escola Nossa Senhora das Dores. Em 1971, me formei em Oficial de Farmácia, no Senac, em Campinas, que na época era um curso técnico. Após isso fiz um ano de curso preparatório para o vestibular, no Colégio Objetivo em Campinas. E cursei o primeiro ano de Direito na faculdade Otávio Bastos, em São João da Boa Vista. Não conclui o curso devido às dificuldades, precisava trabalhar. Essa foi minha vida acadêmica”, relembra Rieli.

Com doze anos de idade, o nogueirense começou a trabalhar na Farmácia do Seu Mário, no centro. Foi com ele que Rieli aprendeu os primeiros passos como farmacêutico. “Os clientes foram se identificando comigo, gostavam de ser atendidos por mim e passaram a me procurar na farmácia, foi assim que comecei com essa profissão”, afirma.

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Houve uma época na cidade em que a “Farmácia do Rieli” era a única em Artur Nogueira. Não havia Pronto-socorro, apenas a clínica do Dr. Décio. Essa situação transformou Rieli em uma pessoa muito conhecida no município. “Como não tinha Pronto-socorro, a população recorria aos atendimentos básicos a mim e, quando precisava de um atendimento mais especializado, recorria ao Dr. Décio. Foi assim que comecei a ser reconhecido na cidade. Não saberia colocar números, mas foram muitas pessoas atendidas nesses 50 anos como farmacêutico”, conta.

Para Rieli, o bom atendimento sempre foi importante. “Sempre estive pronto para atender a todos, independentemente do dia e da hora. Muitas pessoas me procuravam em casa de madrugada e sempre estive disposto a ajudá-las. Procuro trabalhar sempre com honestidade e respeito com meus clientes, acho que assim consegui adquirir o respeito deles também”, afirma o nogueirense.

Além de um ótimo farmacêutico, Rieli sempre demonstrou talento para a contabilidade e empreendedorismo. Em 1979, ao lado de um grupo de empresários, ele viu a necessidade da criação de uma entidade que representasse o comércio e a indústria nogueirense. Foi o primeiro passo para a criação da Acean. “Não tínhamos nenhuma entidade que representasse os empresários. Sentíamos falta disso, então reunimos um grupo de comerciantes para a criação da Associação Comercial e Empresarial de Artur Nogueira. Eu e o Adilson Carlos Pelóia fomos escolhidos para providenciar a documentação para a fundação da Associação. Fizemos uma reunião no Clube Floresta, convidamos todos os empresários, e a partir daí criamos a Acean. Fui presidente da Associação por três mandatos”, relembra.

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Hoje, Rieli não participa mais da diretoria da Associação Comercial, mas continua, como empresário, sendo um associado. “A finalidade da Acean é apoiar, amparar, defender e proteger os empresários. Criar situação de melhoria para o comércio local. Ela é muito importante para os empresários de Artur Nogueira”, conclui o nogueirense.

Outra paixão que faz o coração de Rieli bater mais forte é o Bloco da Vaca. Ele conta que o próprio pai passava horas e mais horas confeccionando a vaca de pano e cipó, que depois de pronta saia às ruas de Artur Nogueira durante o Carnaval na avenida. “Quem trouxe a famosa vaca para Artur Nogueira foi à família Montoya. Quem começou com tudo foi o senhor Pedro Montoya. Minha mãe é da família Montoya que se casou com meu pai, Delmo Duzzi, que era carnavalesco e deu continuidade ao bloco. A vaca era feita pelo meu próprio pai, que passava dias e noites inteiras fazendo a vaca e os cavalinhos. Na época além da vaca, saiam os cavalinhos juntos. O pessoal do bloco se reunia em casa que é de onde saia a vaca. Eu, desde menino, passei a conviver com isso e tomar gosto pela coisa”, relembra.

Bloco da Vaca

Em 1976, Rieli decidiu entrar para a política nogueirense. Se candidatou e foi eleito vereador pela Arena (Aliança Renovadora Nacional) com 333 votos. Durante seu mandato na Câmara Municipal de Artur Nogueira ele buscou melhorias em várias áreas, principalmente na Saúde e Segurança. “Fui eleito vereador em 1976 e permaneci nesse cargo até 1981. Foram seis anos como vereador. Entrei na política com o intuito de fazer algo de bom para a população. As minhas ações que julgo mais importantes foram à indicação para a criação da Guarda Municipal Armada, além da criação do Pronto-socorro Municipal”, conta o nogueirense.

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Questionado se pretende voltar algum dia para a política, Rieli deixa esperanças. “Pode até ser que um dia voltarei a ser candidato. Quem sabe [risos]”, afirma.

O jeito simples, humilde e atencioso de Rieli contagia quem passa por ele. Profissional respeitado, pode e deve ser tido como exemplo de empresário e homem em nosso município ‘Berço da Amizade’.

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