20/09/2014

ENTREVISTA: Denisar Franco fala da importância do Conseg em Artur Nogueira

Novo presidente do Conseg de Artur Nogueira quer levar o debate sobre Segurança Pública na sua casa, na escola do seu filho, no governo, nos conselhos municipais – onde quer que você esteja

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“O ser humano está mais propenso a reclamar do que participar”

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Alex Bússulo

Na noite da última terça-feira (16) aconteceu no auditório da Câmara Municipal uma reunião para reativar o Conselho Municipal de Segurança (Conseg) de Artur Nogueira. Entre os participantes estavam o analista de Sistemas aposentado Denisar Reinaldo Franco, que foi escolhido para liderar a nova diretoria do conselho no município.

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Como presidente, ele quer deixar o Conseg mais próximo da população nogueirense. Quer debater e propor soluções para diminuir a criminalidade e o tráfico de drogas na cidade.

Franco nasceu em São Paulo/SP. É casado e possui dois filhos. Formado em Processamento de Dados, mora há 8 anos com a família em Artur Nogueira. Na entrevista desta semana, ele fala sobre a importância do Conseg e explica porque a população deve começar a discutir Segurança Pública com urgência. Confira:

Antes de tudo uma pergunta de apresentação. Quem é o Denisar Reinaldo Franco? Como bom virginiano sou perfeccionista em tudo que faço, sou participativo, sempre que possível gosto de estar em movimentos sociais. Em Artur Nogueira já fui presidente do Fundeb e membro do Conselho Municipal de Educação e hoje tenho a honra de me considerar munícipe e eleitor de Artur Nogueira.

Na reunião do Conseg desta semana o senhor disse que pretende deixar o conselho mais próximo da comunidade nogueirense. Como pretende, na prática, fazer isso? Acredito que se participarmos de reuniões de bairros, reuniões escolares e principalmente do maior número de Conselhos Municipais, mesmo na opção de ouvinte, vamos ter condições de demonstrar nossa atuação, acolhendo as solicitações e prestando contas do progresso das mesmas, nas reuniões do Conseg.

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O que te motiva a liderar o conselho em Artur Nogueira? A opção de ser presidente foi motivada pela minha experiência como presidente do Fundeb. Percebi que desta forma teria muito mais condições de ser ouvido nas minhas propostas.

Qual a importância de um Conseg? O Conseg tem uma grande importância, devido a sua ligação aos núcleos da Segurança Pública do Município, representados pelos comandos da Polícia Civil e Polícia Militar e amplo acesso junto à Secretaria de Segurança. Além disso, pode atuar junto a Administração Municipal, contribuindo para a melhoria na política de segurança.

O que o senhor espera das lideranças e autoridades de Artur Nogueira quanto ao conselho? Espero poder contar com o apoio da atual administração, ampliando e melhorando as políticas de segurança do município, de forma a somar esforços, pois temos um objetivo em comum. É com grande satisfação, que vejo os progressos que foram feitos em vários segmentos da segurança pública e do indivíduo, como a melhoria das condições de trabalho da Guarda Municipal, implementação de câmeras de segurança, melhoria da iluminação em alguns pontos da cidade, e uma sinalização de trânsito compatível com qualquer cidade grande.

Em sua opinião, por qual motivo existe tanto desinteresse por parte dos próprios moradores em participar das reuniões e decisões do Conseg? De maneira geral, o ser humano está mais propenso a reclamar do que participar, principalmente se esse processo para a realização do objetivo é lento. A maioria das pessoas prefere soluções rápidas e que, em muitas vezes, não requerem tanto esforço.

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O que deve ser feito para aumentar esse interesse? Conscientizar a população da importância da sua voz e da sua participação, pois só assim as mudanças necessárias acontecem e da importância que uma comunidade organizada tem junto à sociedade. Acredito que, se o Conseg estiver mais próximo da população, colocando-a a par das conquistas realizadas e das dificuldades encontradas vamos motivar as pessoas a participar.

Quais são suas propostas estando à frente do Conseg? Minha grande meta, é fazer com que a população participe de forma mais assídua às reuniões, e que nas próximas eleições para esse conselho, em 2015, existam muitas chapas concorrendo. Dessa forma pleitos e reivindicações vão surgir e poderão ser monitorados pela própria população que, de forma conjunta, irá acompanhar a execução dos mesmos. É minha pretensão que a política de segurança seja algo discutido em todos os locais, em casa, na escola, que isso possa fazer parte do nosso dia-a-dia e que possamos ampliar a conscientização sobre o uso de drogas.

Viver em uma sociedade sem criminalidade é utopia? Hoje, se você tivesse o dom de eliminar todas as armas da humanidade, ainda assim muitos brigariam com paus e pedras. Então, respondo: utopia não, mas vai demorar muito tempo para você atingir uma sociedade sem criminalidade.

O senhor é a favor da redução da maioridade penal? Não sou nem contra nem a favor, mas acho que isso não resolve. O que acredito que resolva é que o menor de idade seja avaliado por uma junta de psicólogos, verificando até que ponto esse jovem tem capacidade de convivência com os da mesma idade, pois se isso não é possível, ele deve ser preso como um adulto qualquer.

E sobre a pena de morte? O que acha? Me preocupo muito com a implantação da pena de morte, pois ela pode agravar os conflitos nas penitenciárias e o aumento da violência por parte dos criminosos, pois vão resistir muito mais à prisão e vão tentar de todas as formas fugir da cadeia.

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Como o senhor avalia a implantação do Grupo Unido na Ação de Resistência às Drogas (GUARD), da Guarda Municipal, que pretende exercer um trabalho semelhante ao Proerd, da PM, nas escolas de Artur Nogueira? A Prefeitura tem a possibilidade de dar um retorno mais rápido à sociedade. Então, tudo que venha a somar no combate às drogas, principalmente nas escolas, é bem-vindo.

Alguns candidatos à presidência da República são a favor de uma reforma no Código Penal Brasileiro. O senhor acha que isso é necessário? Quais medidas poderiam ser tomadas para melhorar a legislação? Sim, acredito que a sociedade vê como urgente a reforma no Código Penal, porque hoje dado a lentidão dos processos, se torna muito presente a sensação de impunidade. Eu acredito que reduzir a possibilidade de recursos, e o tempo que o Estado leva para recorrer e responder, vão acelerar e muito na geração de uma sentença final.

O quadro de violência de nosso país é considerado endêmico pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Há alguns anos, o Brasil foi o sexto país do mundo em que mais jovens foram assassinados. De quem é a culpa disso? Do governo, da família ou dos próprios jovens? Falar que a culpa é do Governo é fácil. Acredito que o povo, na medida que escolhe os seus governantes, é responsável pelas consequências da aplicação ou não de políticas de amparo aos jovens. Hoje, a estrutura da família brasileira mudou, pois pai e mãe trabalham e os filhos, muitas vezes não tem com quem ficar. O Estado tem que se ater a esta realidade, porque ela não tem volta.

Fotos: Isadora Stentzler


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