23/05/2015

ENTREVISTA: Dalila Pacheco

Conheça a fisiculturista de Artur Nogueira que vai disputar um campeonato estadual

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“O fisiculturismo é um esporte, onde os atletas buscam a melhor forma para o corpo” (Dalila Pacheco)

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Alex Bússulo

Ainda criança, Dalila Pacheco descobriu a paixão pelo esporte. Na infância e adolescência praticou Ginástica Olímpica em Artur Nogueira. Mas, foi no fisiculturismo e no pole dance que ela se encontrou.

Há alguns anos, por estar acima do peso, Dalila procurou uma academia de musculação na cidade. Começou a praticar exercícios físicos e, tempo depois, foi indicada pelo próprio treinador para se dedicar ao fisiculturismo. Agora, aos 27 anos, ela vai competir em um importante campeonato, que acontecerá no próximo mês em São Paulo.

Na entrevista especial desta semana, Dalila conta como está a preparação para o campeonato, cuidados especiais com o corpo e a saúde, além de explicar sobre o pole dance, outra paixão da nogueirense, que foi regulamentado recentemente como um esporte. Ah, ela também é pedagoga e leciona aulas para crianças. A seguir a atleta fala como consegue conciliar o trabalho e ainda ter destaque nos esportes. Confira:

Qual foi o motivo que te levou a praticar musculação? Entre minha infância e adolescência pratiquei Ginástica Olímpica. No total foram 11 anos de dedicação. Depois, por conta de trabalho e estudo, fui obrigada a parar. Nesse tempo fiquei sem praticar nada eu engordei muito, cheguei aos 76 quilos e não estava nenhum pouco feliz. Foi aí que comecei a fazer academia na RN Sport. No início fazia somente aulas aeróbicas, jump, step. Pra ser sincera não gostava de musculação, mas ainda não estava satisfeita, queria melhorar ainda mais. Foi então que, conversando com professores da academia, me disseram que para um melhor resultado teria que iniciar a musculação também. Então, comecei a treinar. Depois de mais ou menos quatro meses pude ver a diferença no meu corpo.

Hoje, como é sua rotina de treinos? Como estou trabalhando somente no período da tarde, faço meus aeróbicos no período da manhã, que são 40 minutos de corrida, e à noite faço musculação, isso seis vezes por semana.

Como o fisiculturismo entrou em sua vida? Cheguei a um momento em que meu corpo não estava respondendo mais aos treinos e não conseguia perder mais peso então, meu professor Leonardo Carvalhaes me aconselhou a procurar uma nutricionista. Foi aí que, com ajuda da minha nutricionista Claudia Novais, iniciei minha reeducação alimentar. Não foi nada fácil pra eu me adaptar a nova alimentação. Tive muita ajuda do meu noivo Bruno Fontana. Após três meses já era possível notar meu desempenho, foi surpreendente! Meu organismo respondeu muito bem e então mais uma vez meu professor sugeriu-me participar de um campeonato de fisiculturismo. Eu me interessei, pois amo praticar esporte. Desde então começamos juntos a trabalhar nisso, pesquisando, se informando e treinando. No início do ano fomos buscar ajuda de uma grande amiga, a atleta Iara Vieira, que já foi campeã paulista, campeã brasileira e campeã Arnold Classic em Ohaio. Devido à experiência, ela nos orienta no que devemos fazer em relação aos treinos, alimentação. Ela também me acompanha nos ensaios das poses de apresentação.

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Mas, afinal, o que é o fisiculturismo? Como funciona este esporte? O fisiculturismo é um esporte onde os atletas buscam a melhor forma para o corpo. As apresentações são feitas em grupos ou individuais, onde os jurados avaliam o volume dos músculos, simetria, proporção e definição muscular. Dentro do fisiculturismo existem várias categorias, a minha é Bodyfitness, onde a atleta deve ter uma definição maior nos ombros e costas e cintura fina. Para participar de um Campeonato de Fisiculturismo você deve se filiar a Federação Internacional de Fisiculturismo.

Você vai participar de um importante campeonato no próximo mês. Quais suas expectativas? Sim. Será o 5º Campeonato Estreantes Paulista, que acontecerá no dia 6 de junho em São Paulo. Minhas expectativas são as melhores! Estou muito ansiosa por ser a minha primeira vez em uma competição assim. É tudo novo! Mas estou tendo muito apoio e incentivo de amigos, do meu professor e da minha família. Estamos trabalhando muito, estou confiante.

Como está se preparando? Bom, a preparação iniciou em janeiro, com treinos intensos e com alimentação equilibrada, ensaio minhas poses todos os dias. E nessas últimas semanas a alimentação fica ainda mais restrita.

Quais cuidados devem ter uma pessoa que pratica o fisiculturismo? O atleta que pratica esse esporte deve estar constantemente em cuidado com o corpo e a alimentação. Mesmo fora da época de competição os treinos não param e a alimentação deve permanecer equilibrada. Em minha opinião é muito importante ter sempre bons profissionais dando suporte.

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Como é a sua alimentação? Quais cuidados procura ter? Faço minha alimentação de três em três horas. Não como frituras e não bebo refrigerante. Evito o doce e carboidratos simples, como o pão branco, macarrão, arroz, etc. Nessas últimas semanas a alimentação muda um pouco. Passo a ingerir carboidratos complexos, tais como batata doce, e proteínas, no caso frango, o dia todo em pouca quantidade.

Você toma suplementos alimentares? Sim, tomo BCAA antes dos meus aeróbicos e dos treinos de musculação. Depois dos treinos tomo Whey Protein e a Glutamina. Todos estes suplementos foram indicados pela minha médica nutricionista, que também me passa a quantidade certa que devo tomar.

Além de fisiculturista, você também é instrutora de pole dance, uma modalidade que ainda é muito associada ao sensualismo. Afinal, qual a proposta do pole dance? Sim, é minha outra paixão! Ainda sofremos muito preconceito com o pole dance, as pessoas associam o esporte com uma dança sensual, normalmente praticada por garotas de programa. Mas, a situação está mudando. Estamos tendo muita procura por mulheres que estão buscando uma atividade física diferente fora de academias. O resultado está sendo bom, todas demonstram muito satisfeitas com os resultados que o corpo apresenta, além de ser muito prazeroso e aumentar muito a autoestima da praticante.

Como e quando descobriu o pole dance? Eu descobri através de uma minha amiga, a Danielli, que é professora de balet e profissional de educação física. Somos amigas há mais de dez anos. A Dani começou a praticar em Campinas em 2010 já com intuito de dar aula. Nesse mesmo ano ela instalou uma barra no seu próprio quarto e me convidou para praticar. Eu fui e comecei a praticar, mas não fiz por muito tempo. Em 2012 ela abriu um estúdio de dança, o DH Dance em Cosmópolis. Em 2013 eu voltei a praticar. Como eu tenho um passado na ginástica olímpica, tive certa facilidade. A procura pelo esporte estava sendo grande, então a Dani me convidou para eu assumir uma turma no início de 2014. Fiz alguns cursos para me especializar e desde então estou lá. Somos em três professoras: eu a Dani e a Paula. Todos os sábados, de manhã, fazemos nossos treinos.

Quais as dificuldades e cuidados uma pessoa que quer iniciar no pole dance deve ter? Na verdade não existem dificuldades para quem quer praticar pole dance. A pessoa precisa ter muita força de vontade e determinação. Não é um esporte fácil, exige muita força, mas tudo é adquirido durante os treinos.

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Como avalia o desenvolvimento do pole dance como um esporte no Brasil? O pole dance está crescendo muito no Brasil, temos vários campeonatos regionais, brasileiros e mundiais. Em dez anos teve um grande crescimento. Esses campeonatos iniciaram há cerca de cinco anos então, em relação ao tempo que o pole dance existe como esporte e a expansão que ele está tomando, creio que está sendo muito bom.

E em outros países? Como ele é visto? Ele é bem visto e mais avançado do que aqui no Brasil. Pelo que acompanhamos nas redes sociais, os atletas de outros países tem um treino mais pesado e as melhores competidoras são estrangeiras. Existem também muitas atletas boas aqui representando o Brasil, mas lá fora a estrutura é muito melhor e o esporte é mais desenvolvido.

Você acredita na hipótese do pole dance ser incluído nas Olimpíadas? Qual sua opinião sobre a inclusão da atividade na competição? Sim, eu acredito nesta hipótese, mas num futuro mais distante. A parte inicial está sendo feita, ele já esta sendo reconhecido como esporte, mas em Olimpíadas é um processo mais longo, porque existem muitos outros esportes que já estão aí há muito mais tempo e ainda não são esportes olímpicos. Acho que o pole ainda é muito novo pra já conseguir a conquista deste espaço.

Você é formada em Pedagogia e dá aulas na Educação Infantil. Como consegue conciliar o trabalho com os esportes? Sim, sou professora e realmente não é fácil conciliar. É bem cansativo, muitas vezes tenho vontade de chegar em casa, tomar um banho e deitar no sofá, mas penso que quando se faz algo que te faz bem, não tem o porque desanimar. Na verdade, esse ano está sendo mais tranquilo pra mim, pois sempre trabalhei o dia todo, e agora estou somente meio período. Está sendo bom, pois assim consigo me dedicar mais aos meus treinos e a competição.

Quais são seus planos? Pretendo continuar praticando musculação e o pole. Se tudo der certo quero participar de outros campeonatos de fisiculturismo e me aperfeiçoar cada vez mais!

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