19/12/2010

Zé Creme e a presidência da Câmara

José do Carmo Rissi, popularmente conhecido por Zé Creme (PSDB), nasceu na cidade de São Jorge do Ivaí, no Paraná, no dia 17 de setembro de 1964. Mudou-se para Artur Nogueira em 1985 para trabalhar em uma oficina de motos. Aliás, o mundo das duas rodas sempre fascinou este paranaense. Foi na cidade “Berço da Amizade” que Zé Creme construiu sua vida. Em 2008, foi o vereador mais votado no município, recebendo 1.093 votos, tornando-se presidente da Câmara Municipal – cargo que deixa neste ano. Na entrevista desta semana conversamos com Zé Creme, que recebeu nossa equipe em sua loja de motos, no centro da cidade. No bate-papo, o presidente falou sobre os problemas do município, sobre sua atuação como político e sobre o dinheiro destinado à Expo Artur, que segundo ele, deve ser repensado

O QUE FAZ UM VEREADOR? O dever de um vereador é fiscalizar, é analisar quando chega um projeto se ele é bom ou não para a cidade.

E UM PRESIDENTE DA CÂMARA?  O presidente avalia e encaminha os projetos para as comissões, e coloca em pauta, é ele quem dá a palavra final. Ele toma a atitude.

QUAL É A SUA AVALIAÇÃO COMO PRESIDENTE DA CÂMARA NESSES DOIS ANOS? Acredito que meu mandato tenha sido de grande importância para Artur Nogueira, junto com os outros vereadores demos um grande avanço para o futuro. Fiquei muito feliz em ter apoiado o Barros Munhoz (PSDB), um grande deputado que sempre atendeu minhas solicitações. Estamos fortalecendo a cada dia o legislativo do município. Artur Nogueira está progredindo e a Câmara está acompanhando este desenvolvimento. A vinda de algumas empresas, como a Sueme, para Artur Nogueira foi uma grande conquista. Às vezes, alguns criticam o que o prefeito tem feito por esta empresa, mas ela é de grande importância para o município, com ela foram abertas as portas para outras virem para cá também.

DO QUE VOCÊ MAIS SE ORGULHA DE TER CONTRIBUÍDO PARA ARTUR NOGUEIRA? São duas coisas que acho importante, a primeira são as verbas que consegui para o município…

QUAIS? A verba de 300 mil reais que consegui através do deputado Barros Munhoz, para a conclusão do ginásio do Itamaraty. Vejo aquele bairro como um dos lugares mais velhos da cidade, e gostaria que ele fosse um centro de lazer e desafogasse o nosso atual ginásio.

TEVE MAIS ALGUMA COISA? A construção da nova Câmara.

VOCÊ TOCOU EM UM PONTO IMPORTANTE, ESSA OBRA REALMENTE ERA NECESSÁRIA? Necessária.

POR QUÊ? Porque os vereadores não tinham um lugar para atender a população. O legislativo é um poder muito forte dentro de uma cidade, quando um munícipe precisa de alguma coisa ele procura a Câmara. Nós não tínhamos condições de atender naquela salinha, com a reforma vamos mostrar para a população e para quem vir para Artur Nogueira que a cidade tem um legislativo forte.

QUAIS SERÃO AS PRINCIPAIS MUDANÇAS? A maior mudança que eu quero que aconteça é que o munícipe seja bem tratado na Câmara, que ele venha e seja atendido prontamente por um vereador. As pessoas costumam falar que os vereadores nunca ficam na Câmara, não ficam porque praticamente não tem onde ficar. Queremos melhorar o relacionamento com a população.

POR QUE OS MUNÍCIPES NÃO COMPARECEM NAS SESSÕES DA CÂMARA? Eu acho que é um grande erro, o munícipe deveria ir à Câmara pra conhecer o trabalho dos vereadores, muitos criticam, mas nós cobramos, e muito, o executivo. As pessoas procuram a Câmara quando tem algum interesse particular. O vereador não pode defender um interesse, ele deve pensar na cidade em geral. Vamos aumentar o prédio e esperamos que assim a população participe mais das sessões. Antigamente a Câmara comportava apenas 16 pessoas, quando a obra ficar pronta poderá receber até 120 pessoas no plenário.

ATUALMENTE, QUAL É O MAIOR PROBLEMA DE ARTUR NOGUEIRA? É a saúde.

POR QUÊ? Encontramos o município com um grande problema na infraestrutura.  Artur Nogueira não tem um hospital, uma cidade com 44 mil habitantes só tem um pronto atendimento. Nossa cidade cresceu, precisamos fazer um investimento urgente na área da saúde. Sem falar de algumas coisas que vejo que estão sendo feitas e que muito em breve terão que ser feitas tudo novamente…

O QUÊ, POR EXEMPLO? Certos asfaltos, como o que foi feito no Itamaraty. A empresa fez o asfalto lá e em pouco tempo já estava sendo tudo desfeito. Nós [vereadores] denunciamos. Outro problema que está se agravando a cada dia que passa, é a falta de moradia no município. Devemos investir em moradia, para que os filhos de Artur Nogueira e aqueles que estão vindo para cá, tenham um lugar acessível para morar. Criando condições acessíveis.

VOCÊ TEVE ALGUMA DIFICULDADE COMO PRESIDENTE? A antiga Câmara me incomodava muito. Aquele prédio não tinha sequer uma escritura… Mas resolvemos. Graças à Deus, não tive nenhum problema com meus colegas vereadores, tive um bom relacionamento com todos eles.

VOCÊ É UM DOS IDEALIZADORES DO ENCONTRO DE MOTOS, REALIZADO HÁ 14 ANOS EM ARTUR NOGUEIRA. QUAL É A IMPORTÂNCIA DESTE EVENTO? Este evento traz dinheiro para a cidade. Os turistas que vem para cá gastam dinheiro, ficam em hotéis da cidade, os ambulantes vendem, as entidades ganham dinheiro. Graças à Deus em todas as edições do encontro temos deixado dinheiro aqui no município. É muito gratificante ouvir o agradecimento de um ambulante que chega feliz na gente e diz que graças ao dinheiro que ganhou no evento, ele poderá pagar o IPTU que estava atrasado. Só pra se ter uma ideia, todo ano 40 mil reais ficam para as entidades nogueirenses.

ALGUMAS PESSOAS CRITICAM O ENCONTRO, PRINCIPALMENTE QUANTO AO USO DE DROGAS. O QUE VOCÊ PENSA A RESPEITO? Se você pega o carnaval de Artur, o clube da cidade, as baladinhas, as pessoas usam drogas na frente dos outros, sem se preocupar, a droga está aí, está em todos os lugares, é um problema social. O encontro de motos é tranquilo, tem os seus usuários, mas eles respeitam. Os próprios motociclistas orientam as pessoas a não usarem drogas. Quem critica é porque nunca foi lá, não conhece.

O ENCONTRO DE MOTOS É REALIZADO ATUALMENTE NO BALNEÁRIO MUNICIPAL GUILHERME CARLINI, QUE ATUALMENTE SE ENCONTRA EM ESTADO DE ABANDONO. O QUE PODERIA SER FEITO A RESPEITO? Veja bem, a prefeitura já investiu na Expo Artur mais de um milhão de reais, só em 2010 foram 200 mil reais, em contrapartida a festa deveria reverter em benefícios para o balneário. Mas não é a realidade. É dinheiro, dinheiro, dinheiro [repetindo] que vai indo embora e o retorno?

MAS A FESTA NÃO É IMPORTANTE PARA A CIDADE? Não estou questionando a festa. Só digo que devemos repensar o dinheiro público que é destinado a ela.

POR QUÊ? O início da Expo foi uma coisa, a atualidade é outra bem diferente. A festa tinha como objetivo mostrar o que a cidade tem de melhor, mas virou uma festa de rodeio, uma festa particular. Ela deveria dar condições aos empresários nogueirenses de mostrar os seus produtos. Deveria dar espaço para empresas como a Samaritá, Teka, Green Camp, Wada estar lá dentro. E não pedindo três mil reais pra cada uma usar um espaço que é público.

MAS E O ENCONTRO DE MOTOS? É diferente. Nós geramos cerca de 180 empregos em um único final de semana. E todo o dinheiro fica aqui na cidade. Não sai. Muita gente deixou de pagar alguma conta em lojas da cidade, pra pagar 12 reais em um lanche na Expo. E o dinheiro, foi pra onde?  O cara da praça de alimentação levou o dinheiro embora, os cantores também. Em uma cidade turística o dinheiro tem que vir e ficar, não sair.

VAMOS FALAR SOBRE A CAMPANHA DO AGASALHO. É outra paixão, mas não é de autoria minha, quem começou a campanha foram o Jair Corrêa, o Jair Campidelli e o Edson Croife, em 1976, com aquelas motinhas e um caminhãozinho velho. Só fui participar quando vim para Artur Nogueira. Em 1986, eles iam parar e eu tomei frente. Hoje a campanha acontece sempre em maio, quando começa o frio. Passamos todos os agasalhos recolhidos para a promoção social. Este ano arrecadamos três caminhões de roupas. É um mérito dos motociclistas.

O QUE VOCÊ TEM A DIZER À POPULAÇÃO NOGUEIRENSE? Quero agradecer a confiança depositada em mim nestes anos e aproveitar para desejar um feliz Natal, com um próspero ano-novo, que todos tenham paz e continuem contando com o apoio do vereador Zé Creme.

Jornalista responsável: Alex Bússulo

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