24/10/2010

Marquinhos, o homem da cultura

Marcos Roberto Campos, mais conhecido como Marquinhos da Cultura, saiu da cidade de Godoy Moreira, Paraná, quando ainda era uma criança. Caçula de uma família de 14 filhos chegou a Artur Nogueira com apenas três anos de idade. Aos sete, encontrou sua aspiração para o mundo cultural. Em 2005, com 21 anos, foi escolhido pelo prefeito para dirigir a divisão de cultura. Hoje, seis anos depois, Marquinhos mostra seriedade e competência no trabalho que vem desenvolvendo. Na entrevista desta semana, conversamos com o homem que faz a cultura de Artur Nogueira acontecer. Em uma conversa descontraída, ele nos recebeu durante alguns intervalos na Festa do Migrante, realizada no fim de semana, no calçadão da XV de Novembro.

COMO COMEÇOU SEU CASO COM A CULTURA DE ARTUR NOGUEIRA? Quando tinha sete anos, meus irmãos me levaram para um encontro da comunidade jovem do bairro, conhecida como Juventude Unida do Planalto, o JUP. Desde então nunca mais deixei de estar envolvido com as atividades culturais. Fui coordenador do JUP por sete anos, onde adquiri conhecimento e aprendi a trabalhar em grupo.

COMO FOI QUE VOCÊ SE TORNOU DIRETOR DA DIVISÃO MUNICIPAL DE CULTURA? Conheci o Marcelo Capelini quando eu ainda era coordenador do JUP, na época o prefeito era vereador da cidade. Convidei-o para conhecer os trabalhos que eram desenvolvidos pelo grupo, ele aceitou e começou a participar de alguns encontros. Desde então ele veio acompanhando o meu trabalho. Em 2005, quando o Marcelo assumiu como prefeito, tive a honra de ser convidado para dirigir o departamento de cultura de Artur Nogueira, onde estou até hoje.

NESSES CINCO ANOS, O QUE VOCÊ CONSIDERA MAIS DIFÍCIL QUANDO SE FALA DE CULTURA EM ARTUR NOGUEIRA? Por incrível que possa parecer, o mais difícil é fazer com que a própria população prestigie os eventos realizados pelos grupos culturais do município.

MAS O CARNAVAL DAQUI É UM DOS MAIS FAMOSOS DO INTERIOR PAULISTA E ATRAI VISITANTES DE TODO O BRASIL. O carnaval, assim como a Expo Artur e o Encontro de Motos, são eventos de massa, direcionado para grandes públicos. Só para ter uma ideia, não fazemos quase nenhuma divulgação do carnaval, nem precisa. O que me refiro que é um problema é motivar a população a prestigiar os grupos de danças, teatros e festivais que realizamos frequentemente na cidade, que possuem grande qualidade e, em sua maioria, gratuitos.

SEMPRE EXISTIU ESSE DESINTERESSE? Antigamente era muito pior. Antes da administração do Marcelo, nem se quer existia uma divisão de cultura. Lembro-me que não tínhamos nenhuma estrutura, nem dotação orçamentária. Mas isso é passado. Conseguimos criar o Conselho Municipal de Cultura, que é um grupo responsável pela elaboração da política cultural do município e também o responsável pelo fundo municipal de cultura. Conseguimos aprovar, em assembleia, o orçamento participativo como prioridade número um, a aplicação de 1% do orçamento municipal na área cultural.

O QUE SERÁ O CENTRO CULTURAL? Será um espaço de formação e de valorização de artistas das mais diversas modalidades.

E O MUSEU? A réplica da estação ferroviária foi outra grande conquista para a cultura de Artur Nogueira. Vamos montar um museu que retratará a história da nossa cidade, com exposições de acervos fixos e rotativos.

ALGUMAS PESSOAS CRITICARAM QUANDO VOCÊ NÃO PERMITIU QUE FOSSEM REALIZADOS OS ENCONTROS DE MÚSICOS E BANDAS NA RÉPLICA DA ESTAÇÃO. Aquele lugar não foi planejado para abrigar shows. Ele foi construído, como já disse, para resgatar a nossa história. Quero levar os shows para o centro cultural, um lugar muito maior.

UM FORTE PONTO DE CULTURA DE ARTUR NOGUEIRA É O TEATRO MUNICIPAL RENÉ MARCOS POSI, QUE ESTÁ PRECISANDO DE REFORMAS URGENTES. A DIVISÃO DE CULTURA ESTÁ FAZENDO ALGUMA COISA PARA MUDAR ESSA REALIDADE?  O teatro foi adaptado do pátio da antiga escola Francisco Cardona. É uma estrutura antiga, com mais de 14 anos, que realmente precisa passar por reforma. Será preciso trocar o carpete, as poltronas, toda a parte elétrica, criar mais acessibilidade para os portadores de necessidades especiais, trocar toda a parte de sonoplastia. Uma reforma que ficará em aproximadamente 450 mil reais. Um recurso que a prefeitura não dispõe atualmente, mas estamos trabalhando para que seja viabilizada através de emenda parlamentar.

QUANTOS EVENTOS ACONTECEM ANUALMENTE NO TEATRO? São aproximadamente 400 atividades. Uma coisa que é importante ressaltar foi a regulamentação da lei de uso do teatro. Antigamente não havia controle sobre os agendamentos culturais e o espaço acabava sendo utilizado de maneira desleixada, o que acarretou a deterioração do teatro.

E O CARNAVAL DE 2011, JÁ ESTÁ SENDO PREPARADO? A prefeitura, pensando na melhoria do trânsito e também na melhoria do desfile dos blocos que acontecem no carnaval, está fazendo uma obra de revitalização da avenida, que inclui recapeamento asfáltico e adaptação dos canteiros. Na parte cultural, posso garantir que no ano que vem teremos o melhor carnaval de todos os tempos. Traremos muitas novidades, estamos estudando a possibilidade de aumenta o número de arquibancadas e também as atrações artísticas. Em breve, quero lançar um concurso para eleger o tema do ano que vem.

COMO SURGIU A FESTA DO MIGRANTE? Essa festa surgiu a partir de um levantamento que informou que Artur Nogueira possuía boa parte de sua população, pessoas de origem de outros estados, que vieram para cá, contribuir para o desenvolvimento do nosso município. Criar uma festa em homenagem a essas pessoas foi mais do que justo. O evento está em fase de adaptação, queremos melhorá-lo a cada ano.

O QUE A CULTURA ESTÁ PROGRAMANDO AINDA PARA ESTE ANO? Em dezembro, vamos realizar o ‘Natal na Praça’, que já se tornou tradicional na cidade. Montar a casa do Papai-noel, fazer toda a decoração natalina, entre outras atividades.


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