28/07/2012

ENTREVISTA: Fernando Silva, presidente da Expo Artur fala sobre evento

“Espero que a festa de 2012 seja melhor que a de 2011 e pior que a de 2013” (Fernando Silva) …………………………………. Alex Bússulo O ponta pé inicial do maior evento do município foi dado último final de semana em Artur Nogueira [clique e veja as fotos e vídeos]. Após a realização da tradicional Noite da […]


“Espero que a festa de 2012 seja melhor que a de 2011 e pior que a de 2013” (Fernando Silva)

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Alex Bússulo

O ponta pé inicial do maior evento do município foi dado último final de semana em Artur Nogueira [clique e veja as fotos e vídeos]. Após a realização da tradicional Noite da Rainha, a comissão organizadora prepara os últimos detalhes para a Expo Artur 2012. A programação acontecerá entre os dias 10 e 14 de outubro.

Em sua sétima edição, a festa trará os shows de Ricardo e João Fernando, Milionário e José Rico, João Bosco e Vinícius, Humberto e Ronaldo e Michel Teló.

Com a rainha Edvania Araújo e as princesas Natália Souza e Rayane Parros, o evento promete muitas novidades na programação e estrutura física.

Em uma conversa franca, o presidente do evento, Fernando Silva fala com exclusividade sobre as mudanças, críticas e shows. Confira.

Após sete anos, a Expo Artur ainda pode ser considerada um evento de exposição agropecuária, industrial, comercial e cultural de Artur Nogueira? A Expo Artur nasceu com este objetivo, tanto que em seus três primeiros anos a exposição esteve sempre em destaque. Porém, com o passar do tempo, percebemos que nem mesmo os expositores tinham fôlego e vontade de expor, tanto que muitos deles procuravam primeiro por camarotes ao invés de estandes. E há também o fato de que em uma exposição deste tipo praticamente não existe venda, existe sim um primeiro contato, um cadastro que posteriormente pode levar a empresa expositora efetuar uma venda, no entanto às vezes o expositor entende que a receita tem que existir dentro do evento. Temos a vontade e estamos trabalhando para que resgatemos isso.

A Expo Artur não deveria ser uma festa voltada mais para a promoção da característica do município de Artur Nogueira? Por exemplo, explorar mais a cultura caipira, a culinária nogueirense, os artistas, entre outros, e não apenas rodeios e shows? Entendo que propusemos isto em certo momento, porém vivemos de um público que compra ou não as nossas ideias. Este público enxerga na Expo Artur um evento com potencial de outras grandes festas e que por si só, e graças a Deus, deixou de ser um evento com aceitação municipal, passando a ser regional, estadual e até nacional. Recebemos ligações de pessoas interessadas em hospedagem e perguntando como fazer para chegar a Artur Nogueira. Aproveito para lançar aqui a ideia de unirmos as forças: Expo Artur, Entidades Assistenciais, poder público e quem se sentir a vontade para contribuir e realizarmos, dentro do calendário de eventos da cidade, outro evento, como acontece em cidades, tais como a Festa do Figo, da Uva, etc. Ou até mesmo uma Festa das Nações. Estamos abertos a esta parceria.

Como o evento ajuda no desenvolvimento de Artur Nogueira? Depende do que pode ser considerado ajuda. Uma das nossas maiores ajudas foi dar ao Balneário Municipal condições de hoje ser considerado nosso melhor local para eventos, visto o grande investimento que fizemos lá com recursos próprios. Cito como exemplo os 200 metros lineares de tubulação para captação de água da chuva. Talvez digam “mas investiram porque são eles que usam…”. Usamos sim, mas serve também para qualquer um que queira fazer uso daquele espaço. É só voltar há cerca de sete ou oito anos e ver como era e como se encontra o Balneário, claro que tem muito ainda a ser feito pelo local. Outra coisa que percebo é que demos o empurrão que faltava lá em 2006 para que os eventos da cidade tivessem outro perfil. Hoje, não existe mais “eventinhos” em nossa cidade, mostramos lá atrás que temos condições de fazer bons eventos e é o que fazemos: Carnaval, Encontro de Motos, Festa da Padroeira e outros mais.

No ano passado, percebemos que não houve um investimento na área de exposição, diferente dos outros anos. O que aconteceu? Se me permite, houve sim, é que às vezes pensamos em fazer tal coisa e contamos que dê certo, mas o público não compra a ideia. A partir daí, quando isso acontece, começamos a ter a percepção de algumas coisas para o ano seguinte.

Como será a área de exposição deste ano? Olha, mudamos novamente. Se o público se afastou da exposição, ela vai até o público. Este ano a exposição estará em dois locais: encostada no alambrado do campo de futebol, próximo à porta principal da Terceira Idade, e também atrás da Terceira Idade, ou seja, no entroncamento do público do camarote, do povo da arquibancada e da galera da praça de alimentação. Esperamos que surja efeito.

Neste ano, vocês inovaram e permitiram que o próprio público escolhesse os shows pré-determinados pela organização. Qual foi o objetivo dessa mudança? Esta foi uma das mais complicadas ações que já fizemos. Desde o dia 9 de janeiro estamos nos reunindo e essa ideia foi uma das primeiras. Veja bem, se vendemos a ideia de entretenimento e é o povo quem compra isso, por que eles não podem escolher? Lógico que deixar “a torto e a direito” não podíamos, por isso tivemos a ideia de dar as opções. Para chegarmos nestes artistas, levamos em consideração três itens: cantores com mesmo estilo musical em cada dia, data livre de cada um deles, aceitação do público e valor de cachê o mais próximo possível. Só para ter noção, tivemos 1.054 votos para os artistas do dia 10, 914 votos para o dia 11, 941 votos para o dia 12, 962 para os artistas do dia 13 e 1.008 para os artistas do domingo.

Notamos também que muitas pessoas criticaram as opções da quinta-feira (11), véspera de feriado. Como foi feita a seleção dos artistas? Boa essa pergunta. Um dos públicos que mais nos cobram são as pessoas de meia idade para cima, não que alguns jovens também não gostem de Milionário e José Rico ou de Teodoro e Sampaio, mas estes são alguns dos nomes que mais ouvimos nas ruas. Para ser sincero, em um dos anos se não me falha a memória, um destes artistas iria substituir o Grupo Ira, que naquele momento teve problema, é que no fritar dos ovos o valor era incompatível.

Ainda se tratando dos shows, por que a organização não traz mais artistas de outros gêneros além do sertanejo clássico e universitário? E não trouxemos? No primeiro ano vieram dois: Zé Ramalho e Titãs, assim como já vieram Frejat, Inimigos da HP, Capital Inicial, Jota Quest, Tihuana. Hoje, a onda é o sertanejo universitário, assim como foi o forró universitário e outros mais. Confesso que meu estilo preferido é o sertanejo mais antigo, porém tenho que pensar no todo. É como disse na Noite da Rainha, na medida do possível agradaremos a todos os públicos.

Um grande diferencial da Expo do ano passado, e que deu muito certo, foi a realização do Casamento Comunitário [clique e releia a reportagem]. Essa iniciativa vai se repetir neste ano? Estamos com reunião agendada sobre este assunto para a próxima semana. Acredito que teremos novamente essa ação social. Só não quero ser padrinho de todo mundo de novo [risos].

Você já comentou que o Desfile de Cavaleiros [clique], já tradicional em Artur Nogueira, sofrerá algumas mudanças. Que alterações são estas? Esta é uma mudança que vai ser difícil, mas teremos que fazê-la. Primeiro por se tratar de “Desfile de Cavaleiros” e apesar de todo sucesso dos dois últimos anos ele ganhou outra cara que não essa de confraternização entre cavaleiros. Mas principalmente, tendo como fato, as grandes turbulências e desconfortos ocorridos recentemente em festas deste gênero em comunidades, como por exemplo, os tristes acontecimentos da Festança Julina do Calçadão, onde a falta de educação de alguns acaba atrapalhando a diversão da maioria. Por isso, infelizmente dentro do Balneário, na data do Desfile, só entrarão cavalos, cavaleiros e pessoas a pé. Veículos somente para o lado de fora. O VII desfile de Cavaleiros da Expo Artur está programado para acontecer no dia 16 de setembro.

Algumas pessoas afirmam que o evento não contribui em nada para o comércio nogueirense. Como vê essa crítica? É outra coisa que depende do ponto de vista, se você pensar em comércios do tipo: loja de móveis a resposta será: não contribui. Agora se pensar em loja de roupas, lanchonetes, restaurantes, hotéis eles vão dizer que adoram a Expo Artur. Digo isso porque temos a preocupação de fazer algumas pesquisas e chegamos ao ponto de termos que locar hotéis em outro município para hospedar alguns convidados da Expo Artur.

Um fato que marcou a Expo no ano passado foi a morte de um homem que caiu de uma das pirâmides do evento [clique]. Como está esse processo? O que eu posso dizer no momento é que daquela fatalidade resultou uma ação judicial, na esfera trabalhista, que está com audiência marcada para o próximo dia 16. Prefiro não dar outras informações para não prejudicar o andamento do processo. Comprometo-me a falar sobre o assunto e faço questão disso, se for oportuno, após o julgamento.

Hoje, confesso que vejo um Fernando mais maduro, mais preparado para conduzir o evento e principalmente, mais aberto às críticas. O que você considera ser o maior obstáculo na realização do evento? Para ser bem sincero a você não sou nascido aqui, nem fui criado aqui em Artur Nogueira, porém há aproximadamente 15 anos adotei a cidade como sendo meu lar e onde quero cuidar da minha família e criar meus filhos, amo essa cidade. Também nunca fui, não sou e nem serei unanimidade em meus atos ou no que digo; mas chega uma hora que temos que fazer algumas escolhas na vida e eu optei por não ficar olhando a vida passar e achando defeito em tudo, quis ser vidraça. É como diz Mario Quintana “apesar de vivermos cerca de 60 anos esse tempo é pouco para realizarmos todas as nossas vontades, todas as nossas fantasias” por isso vejo as críticas por dois pontos de vista: as que me trarão ideias e me mostrarão que tal coisa não estava certa e as que me fazem rir.  Sobre obstáculos, muitas vezes estão dentro de nós mesmos, damos a eles valores muito maiores que realmente merecem, por isso prefiro achar que não existem obstáculos.

Para finalizarmos, o que o público pode esperar para este ano? Poderá esperar uma grande festa, voltada tanto para o público jovem, quanto familiar. Feita e planejada por pessoas de bem, que se preocupam em trazer e fazer o melhor para Artur Nogueira. Espero que a festa de 2012 seja melhor que a de 2011 e pior que a de 2013. Aproveito aqui para agradecer imensamente a Comissão Organizadora, vejo entre nós um respeito muito grande, uma vontade imensa de fazer a “coisa” dar certo e quando isso acontece a chance de sucesso é muito grande.

Fotos: Renan Bússulo


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