20/02/2016

Enfermeira de Artur Nogueira que atua no Médicos Sem Fronteiras se prepara para nova missão

Joyce já foi para três países com a organização. Nesta entrevista ela conta sobre como conheceu o trabalho do MSF e lembra experiências, como a do dia em que um pouco de água salvou uma menina desnutrida. “Mudou minha forma de encarar a vida”.

Por Isadora Stentzler

Joyce Leite é uma pessoa tímida. Vem ao Portal Nogueirense acompanhada pelo pai, seu Marcos, e quase não aponta deslumbre pelo trabalho realizado, embora dele se orgulhe muito. “É um trabalho como qualquer outro”, repete. “Para ele é preciso amar o que faz. Se você ama o que faz o contexto não importa.”

Enfermeira do programa Médico Sem Fronteiras (MSF) desde 2014, Joyce conheceu o trabalho da organização dois anos antes ao ler uma entrevista de uma enfermeira publicada numa revista do Conselho Regional de Enfermagem (Coren). O perfil do trabalho, os valores e o lado humanitário do serviço lhe saltaram aos olhos e não demorou para ela se ver trocando o serviço do Programa da Família, na Prefeitura de Campinas, para atravessar o oceano em missão. Depois de pesquisar as formas de ingresso e participar do processo classificatório, ela foi destacada, em maio de 2014 para o primeiro trabalho além mar, na Etiópia. Desde então Joyce já passou pelo Sudão do Sul e Turquia com a organização. “Nesse trabalho você aprende a se desnudar dos pré-conceitos. Porque você está entrando no ambiente de outras pessoas, na cultura de outras pessoas. Não está indo para impôr uma forma de pensar ou os métodos que acha certo. Você se depara com uma outra forma de ver a vida. Não estou dizendo que elas [pessoas atendidas] não estejam sofrendo. Porque elas não têm acesso a coisas básicas. Mas dentro delas, o entendimento de vida é melhor que o nosso”, dispara, escolhendo bem as palavras.

Na quinta-feira (18) quando conversamos, ela se preparava para viajar ao Senegal, onde participará por uma semana de um treinamento do Médico Sem Fronteiras (MSF) para dar continuidade ao trabalho que realiza pela organização. De lá deve partir para outro destino, que ainda não sabe qual é.

Moradora de Artur Nogueira desde 2005, Joyce veio para cá com a família de São Bernardo do Campo para estudar Enfermagem na Unicamp. Cinco anos depois de formada encontrou-se no trabalho que realiza até hoje.

Nesta entrevista, ela conta sobre a carreira, como conheceu o trabalho do MSF e lembra experiências, como a do dia em que um pouco de água salvou uma menina desnutrida.

Você sempre quis ser enfermeira? Não [risos]. Na verdade eu fui buscando o que seria próximo do meu perfil e pensando no futuro: “O que essa profissão vai me dar?” No sentido do que é que eu iria fazer. Mas não era um sonho de infância porque não tenho ninguém da minha família, então não tive contato. Mas também sempre gostei da área da saúde. Quando eu era paciente nunca tive medo de agulha, de nada… então achei que eu podia fazer isso e foi onde me identifiquei.

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E como você conheceu o trabalho do Médicos Sem Fronteiras? Foi em 2012. Eu sabia que existiam organizações humanitárias que trabalhavam ao redor do mundo, mas não conhecia especificamente o trabalho do Médicos Sem fronteiras. Aí eu li uma reportagem de uma enfermeira na revista do Coren e me identifiquei com o que ela estava falando, com os sentimentos que ela estava passando com a escolha dela. Pesquisei mais sobre a organização e foi aí que eu me identifiquei.

Você fala que se identificou com os sentimentos dela… Com a forma com que ela se sentia no trabalho aqui [Brasil] e como se realizou trabalhando com o Médico Sem Fronteiras. E eu já estava buscando algo diferente do que eu fazia e aí me identifiquei com o que ela falou.

Antes você trabalhava em Campinas e as enfermeiras também podem desempenhar um papel administrativo. O que você fazia? O enfermeiro tem uma grande função administrativa. De administrar recursos humanos e materiais. Então na Prefeitura de Campinas eu trabalhava como enfermeira do programa Saúde da Família e coordenava uma equipe e tinha que cuidar da organização do local, dos recursos humanos, fazer escala de funcionários e cuidar dos pacientes.

Como aconteceu seu contato com a organização? Depois de ler a matéria dessa enfermeira eu comecei a pesquisar, li mais sobre a organização, me identifiquei com os princípios dela, que é trabalhar com uma organização independente, imparcial, neutra, em que você não difere o tipo de pessoa que necessita de atendimento. Aí vi os critérios que estavam buscando no profissional e vi como se candidatar. A princípio eu não tinha certeza se o meu perfil se encaixaria e se a experiência que eu tinha aqui seria válida. Então eu fui buscar por estas informações. Levou um tempo ainda, foi um processo. Porque eu tive que refletir. Mas depois disso mandei meu currículo com uma carta de motivação, em inglês, e aguardei. Demorou cerca de duas semanas e eu recebi um e-mail e agendamos uma entrevista por telefone. A conversa foi em inglês e português e depois dela tive que aguardar mais um tempo. Em cinco dias eles entraram em contato para que eu fosse até o escritório na última etapa, que inclui uma apresentação da organização, o teste de línguas e uma dinâmica. Isso foi em dezembro de 2013.

Em quanto tempo veio a reposta de que havia sido aprovada? Aproximadamente uma semana. Depois preenchi a documentação e tudo o que o que precisava para estar cadastrada no Médico Sem Fronteiras. Só então começamos a procurar o projeto que se encaixava o meu perfil e com a experiência que eu tinha antes.

Qual foi o primeiro lugar que você foi? Etiópia. Eles me avisaram em março [de 2014] e eu saí em maio. Mas em março eu já sabia para onde eu iria, o que eu faria e por quanto tempo.

Qual era o nome da cidade? Na verdade eu não fiquei em nenhuma cidade específica, mas sim em uma região, a região de Gambela.

Como era seu trabalho? Lá eu trabalhei em um campo de refugiados com pessoas refugiadas da guerra do Sudão do Sul. E a região de Gambela é a região oeste da Etiópia, bem perto do Sudão do Sul. Gambela em si é uma cidade, mas eu trabalhava no campo. Só que o campo que a gente estava ficava a três horas de carro dessa cidade, indo por estrada de terra. Aí a gente chegava no campo que era onde a gente estava e onde estavam também os refugiados. E tudo ficava lá, tanto o escritório quanto as tendas que a gente dormia e o hospital. Ali eu fiquei por dois meses e meio. E dois meses e meio sem sair do lugar.

Vocês contavam com qual infraestrutura? Trabalhava num hospital conhecido como Hospital de Campana. Tudo era feito de tenta, os escritórios, a enfermaria, o lugar onde a gente morava e o hospital era cercado por uma cerca de cipó, um material assim.

Qual era a realidade das pessoas lá? Bom, era um Hospital com mais ou menos 90 leitos. Metade desses leitos era dedicado a crianças com desnutrição severa associado com alguma doença, o que piora a condição delas. E naquele momento havia muitos casos de pessoas infectadas com malária. As vezes também tinha casos de infecção respiratória, diarreia… enfim. Doenças que são comuns de acontecer devido ao jeito que a população está vivendo.

Então o que você desempenhava já não era semelhante ao que você fazia em Campinas… O meu papel como enfermeira do Médicos Sem Fronteiras é um papel de supervisão. Porque eu tenho uma equipe de enfermeiros que irão trabalhar comigo e de outros profissionais relacionados ao hospital que eu tenho que administrar, mas com o intuito de melhorar a qualidade da assistência. Então eu também faço o meu papel como enfermeira, diretamente com o paciente. Mas é muito mais com os enfermeiros para melhorar a assistência que a gente oferece.

MSF Leitchuor_DagnachewJoyce coordena vacinação de sarampo em Gambela, Etiópia.

Qual a experiência mais lhe marcou desse período na Etiópia? O que mais me marcou, acredito, é você vivenciar a situação que as pessoas estão vivendo. Isso me marcou. Você refletir sobre como essa população vive e como elas conseguem organizar a vida delas para viver o dia a dia em uma situação dessas: num campo de refugiados que não é sua casa e acabando por ser afetado por doenças, piorando um pouco a situação em que se encontram. E pensando assim: “O que será do futuro para essas pessoas?” Então isso me marcava. O como eles estavam vivendo. Porque eu sabia que eu logo voltaria para casa. Mas e essas pessoas? Quanto tempo ficarão lá? Quanto tempo elas terão acesso à comida? Elas terão acesso à comida? A situação delas vai melhorar? Elas vão conseguir voltar para suas casas? Acho que é isso o que eu mais penso.

Nestes locais em você trabalhou, se não tivesse um posto do Médicos Sem Fronteias a população ficaria à mercê? Olha, das experiências que eu tive, normalmente, tem várias organizações no campo. E cada organização tem uma responsabilidade. O Médicos Sem Fronteira sempre trabalha com a questão de saúde: reduzir o número de mortes de uma determinada população por conta de um evento e reduzir o número de pessoas afetadas por determinadas doenças. Então lá [Etiópia], naquele momento, o Médicos Sem Fronteiras estava responsável por isso. Mas outras organizações cuidavam de outros setores.

Em algum momento desse trabalho sentiu desejo de retornar para casa devido às circunstâncias, já que há um choque cultural? Pessoalmente não tive essa vontade de voltar para casa, mas acho que a organização contribui muito para os profissionais que trabalham para ela. É uma equipe muito grande e eles fornecem toda a atenção que você precisa enquanto profissional para estar em vários lugares. Inclusive tem até atenção psicológica, caso aconteça algo que você precise desabafar.

Depois desses dois meses e meio na Etiópia para onde você foi? Eu voltei para casa. Antes passei pelo escritório para dar um feedback de como foi a experiência, o meu trabalho e o meu interesse em ir de novo. Aí voltei para o Brasil.

Isso foi quando? Final de julho, meio de julho. Aí fiquei aguardando uma próxima oportunidade. Pois é como eu te disse, sempre há um processo que envolve alguém encontrar um projeto em que o seu perfil se encaixe.

E quando surgiu este outro projeto? Eu saí pra o outro projeto em outubro, comecinho de outubro do mesmo ano e fui para o Sudão do Sul. Lá eu trabalhei uma cidade chamada Malakal, uma cidade ao norte do país. E lá nós estávamos em um campo de desalojados internos.

Desalojados internos? De pessoas que também tiveram que sair das suas casas, fugir, mas sem ir para outro país. Então a gente estava neste campo com aproximadamente 45 mil desalojados internos.

Nossa! E eram em quantos profissionais? Nesse projeto nós éramos aproximadamente [frisa] 29 profissionais.

Ali você desempenhou o mesmo papel que na Etiópia? Não. Foi diferente porque na Etiópia eu trabalha com o Hospital e era responsável pela parte de internação, enfermaria, enfermeiros e a capacitação de enfermeiros. Mas no Sudão do Sul, em Malakal, eu não trabalhei no hospital. Eu trabalhava visitando os ambulatórios que tínhamos em nas vilas Wau Shilluk, Lul e Kodok. Era preciso pegar barco para chegar a esses lugares.

capa2Joyce faz avaliação de criança prematura na vila Wau Shilluk, em Malakal.

A situação dos deslocados internos era semelhante a dos refugiados? Era bem parecido sim. Porque as condições de vida eram as mesmas. Você não está na sua casa, você não está no seu trabalho, você não tem mais a sua vida normal. No normal que eles estão a costumados a viver. Então eles moravam em tendas como os refugiados da Etiópia. E a gente trabalhava com um projeto de desnutrição para atender e evitar a morte das crianças nessa situação e outras coisas que afetam uma população que vive nessas condições. Tem malária, diarreia, infecções respiratórias… todos estes tipos de doença. No caso, eu trabalhava com os ambulatórios nas vilas. Eram três ambulatórios de desnutrição e um ambulatório de tuberculose calazar, que é comum naquele lugar.

E o que te marcou no Sudão do Sul? Como te disse antes, com a situação que as pessoas vivem não há como não refletir sobre e pensar. Porque é muito diferente da realidade que eu vivo. Eu acredito que isso a gente pode encontrar em diversos locais: pessoas vivendo em uma realidade diferente. Mas no Sudão do Sul me marcava que por questões de segurança eu não podia me deslocar até o loca de trabalho. E aí você sabe que o seu time vai ter que estar aí sem você. No sentido de que eu não poderia dar o apoio necessário ao meu time.

Já vi alguns casos de Hospitais em que há equipes do Médicos Sem Fronteiras trabalhando que foram bombardeados. Quais eram os riscos que você e sua equipe corria? No local que eu estava, no Sudão do Sul, não acontecem bombardeios. Todo o projeto que você vai para um contexto de guerra existem riscos. Mas a organização também tem diversas ações, diversas formas de fazer mitigação de risco. E se você segue a orientação as chances são mínimas. Mas todo lugar tem risco. Então se eu vou trabalhar na Prefeitura de Campinas eu tenho risco. Viver no Brasil é um risco. Mas eu não fico me atendo ao que vai ou ao que pode acontecer. Se você trabalha com uma equipe e a organização está sempre preocupada em fornecer uma proteção para os profissionais para realizar nossas atividades, os riscos são reduzidos.

E quanto tempo ficou no Sudão do Sul? Eu fui pra lá duas vezes. Na primeira vez fiquei por quatro meses. Então em fevereiro de 2015 voltei para casa e em outubro de 2015 fui para o Sudão do Sul.

Nesse hiato você permaneceu no Brasil? Não, fui para a Turquia. Ao Sul da Turquia. Lá eu trabalhei como enfermeira, supervisionando as atividades em um centro de saúde, dentro da Síria, pela internet. E também era responsável pela organização e manejo dos suprimentos médicos que eram distribuídos para a Síria. Era um trabalho remoto. Ali fiquei seis meses. Fui em março e voltei em setembro. Depois fui para o Sudão e voltei em janeiro agora.

Mas já está se preparando para ir a outro lugar, não é? Vou para um treinamento de respostas à emergências, no Senegal.

Você imaginou que quando entrasse no Médico Sem Fronteiras iria dedicar todo esse tempo ao serviço? Na verdade eu nunca sei o que que pode acontecer. Eu tenho as minhas idealizações. Aquilo que eu acho, que eu acredito e que tem a ver comigo. Mas até você vivenciar você não sabe se é isso que está buscando. Mas nem é tanto tempo assim. Acho que só estou começando. Mas me identifiquei e amo o que eu faço. Amo ser enfermeira e amo o que faço no Médicos Sem Fronteiras.

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Quanto evoluiu a Joyce que se formou em enfermagem e a Joyce que está conversando comigo? Evoluir eu não sei. Seria uma avaliação muito ambiciosa da minha parte. Mas acredito que não é a mesma Joyce. Não tem como você não ser diferente e não mudar. A Joyce de antes tinha outros valores e depois das experiências que tive, mudei. A sua forma de pensar, a sua forma de ver a vida, a sua forma de encarar o que é sofrimento ou não, o que é mais importante ou não… questão de valores. E isso pra mim foi muito positivo. Mas é um processo. Ainda tenho muito que aprender e muito o que mudar.

Queria que você me contasse alguma experiência, alguma história que você viveu que contribuiu para essa mudança na Joyce. Quando você pede para mim uma experiência é até difícil. Porque são muitas memórias. Na verdade nem sei se eu posso dizer memórias. Mas são coisas que jamais esquecerei. Rostos, sorrisos e coisas que aconteceram que não tem como você esquecer. Eu acredito que marca isso. Ir para um lugar que você tem suas imaginações “Estou indo para um campo onde tem refugiados sem acesso a água encanada, sem acesso a nada do que estou acostumada no meu país”. Aí você pensa que essas pessoas estão sofrendo muito. E aqui nem estou questionando se estão ou não sofrendo, porque cabe a cada um dizer, já que as experiências são pessoais. Mas quando estive na Etiópia e no Sudão do Sul, eu via as pessoas sorrindo, um sorriso mais bonito do que eu podia encontrar aqui [Brasil]. Então você se pergunta: Por quê? Porque não era uma realidade que eu conhecia. Não é uma realidade que eu vivia. Então a gente tem o hábito de olhar para aquela situação com as nossas perspectivas. E aí a gente já define e coloca que aquela pessoa está sofrendo muito e isso, isso e isso. Mas a gente não se dá conta do que é sofrimento para aquela pessoa. Do que é a vida para ela. Por isso a gente não pode comparar nunca. Cada pessoa em cada lugar tem a sua vivência e entende a vida de uma forma diferente. Então encontrei pessoas que me abraçavam e sorria, e era um sorriso gostoso, sabe. E isso faz você repensar toda a sua vida, Todos os seus valores. Mas um caso para te contar aconteceu com um amigo, não foi diretamente comigo. Ele foi para uma vila onde iam fazer uma avaliação da situação daquela vila pois recebemos a notícia de que as pessoas estavam chegando. E eles estavam atendendo a população. Vendo se estavam bem ou não, desnutridas ou não. E de repente chegou uma menina nos braços da avó. Devia ter uns seis, sete anos. Estava toda enrolada em um cobertor. Era bem fraquinha. Sem muitas reações. Consciente, mas muito debilitada. Magra e desidratada. E ele [o amigo] naquele momento começou a pensar: “O que é que eu vou fazer? O que posso fazer neste momento por esta pessoa?” Porque onde ele estava não era um hospital, era uma tenda. E na hora ele pediu para uma moça da equipe de logística se ele poderia dar água para a menina. Então eles sentaram em um canto e começaram a dar água para a menina. E dando água, dando água. Depois de umas três horas dando água, a menina foi embora falando, sorrindo e andando. Então o que é que essa menina precisava? Água. Acho que a gente não tem uma ideia de que uma coisa tão simples salva uma vida. Pois ninguém salvou a vida dela. Ela precisava de água! Entendeu? Ela não precisava de nada mais. De nenhum atendimento especializado ou um medicamento caro. Era água. E isso faz você repensar tudo. Qual o valor que eu dou para água em casa? E tem gente que morre por isso.

Nossa! Momentos assim são inesquecíveis. Acho que quando seu amigo fecha os olhos ele deve lembrar do sorriso dessa criança… Sim! Eu consigo me lembrar de vários sorrisos. É como você disse: é fechar os olhos e aqueles rostos vêm a sua mente. E é isso que faz você questionar a vida. Porque cada vida é particular e as necessidades que as pessoas vão sentir serão diferentes. Não é porque aqui eu tenho acesso a muitas coisas que a outra pessoa, porque vive em uma região rural, sem acesso a isso, não é feliz. Não. Definitivamente não. Como eu disse para você: Encontrei pessoas que me mostraram o verdadeiro valor da vida.

E qual é o valor da vida? É a simplicidade das coisas. É o sentimento. E é difícil explicar um sentimento. Mas o sentido da vida está dentro da gente e não em coisas. E não se eu tenho um computador ou se eu tenho uma roupa de marca, ou seu eu tenho…. Não é no ter. É no ser. Estar em um lugar desses faz você prestar mais atenção na natureza, no sol, na chuva. Em coisas que aqui a gente só reclama. “Ah, tá chovendo. Vai me molhar!” Questões assim. Acho que essas pessoas vivam isso de uma forma mais plena. Não estou dizendo que elas não estejam sofrendo. Elas não tem acesso a coisas básicas. Mas dentro delas, o entendimento de vida é melhor que o nosso.

Médicos Sem Fronteiras

Médicos Sem Fronteiras (MSF) é uma organização humanitária internacional independente e comprometida em levar ajuda às pessoas que mais precisam sem discriminação de raça, religião ou convicções políticas.

Ela foi criada em 1971, na França, por jovens médicos e jornalistas que atuaram como voluntários no fim dos anos 60 em Biafra, na Nigéria. Enquanto socorriam vítimas em meio a uma guerra civil brutal, os profissionais perceberam as limitações da ajuda humanitária internacional: a dificuldade de acesso ao local e os entraves burocráticos e políticos que faziam com que muitos se calassem, ainda que diante de situações gritantes. MSF surge, então, como uma organização humanitária que associa ajuda médica e sensibilização do público sobre o sofrimento de seus pacientes, dando visibilidade a realidades que não podem permanecer negligenciadas. Em 1999, MSF recebeu o prêmio Nobel da Paz.

Atualmente mais de 36 mil profissionais de diferentes áreas e nacionalidades compõem a organização que está presente em mais de 60 países.

Cerca de 90% do financiamento de MSF é proveniente de doações de indivíduos e da iniciativa privada.

Interessados em colaborar podem acessar mais informações aqui: www.msf.org.br/como-ajudar


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