30/10/2016

Eletricista de Artur Nogueira participa de montagem cenográfica de novela da Globo

Evandro Antônio Martins conta como foi a experiência de trabalhar alguns dias no Projac.

Michael Harteman

O eletricista nogueirense Evandro Antônio Martins, de Artur Nogueira, recebeu um convite que muitos gostariam de receber: trabalhar 15 dias na Rede Globo. Hoje Evandro tem 42 anos e é um especialista e montar sistemas elétricos controlados remotamente. Se tornou ajudante de eletricista aos 23 anos, não parou de se aprofundar fazendo diversos cursos na área de elétrica industrial, residencial e predial, se tornando uma referência regional em sistemas elétricos e iluminação.

Com diversos trabalhos feitos em shoppings, prédios e até campos de futebol, o eletricista foi parar na Rede Globo. Evandro foi convidado para fazer parte da equipe de criação de um dos cenários da novela “Sol Nascente”, mais precisamente, a residência da família Tanaka, onde vivem alguns dos personagens da novela. No quintal da casa, um lago artificial foi construído, e Evandro ficou responsável por cuidar da parte elétrica e da iluminação do mesmo. Durante a entrevista ele conta como recebeu o convite, como foi a experiência de trabalhar dentro do Projac e o que lhe marcou nesse projeto.

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Como foi que você recebeu o convite para fazer esse serviço na Rede Globo? Foi através do Ricardo, um amigo e empresário de Holambra/SP. A empresa que construiu o lago, que é de Holambra/SP, precisava de alguém para cuidar da parte elétrica e iluminação. Ricardo, dono da empresa, apresentou meus trabalhos para a emissora e eles me chamaram para conversar. Foi tudo bastante rápido. Quando vi já estava em uma reunião em Holambra/SP, ouvimos os produtores e entendemos o objetivo deles. Eles explicaram que eu não teria custo nenhum, minhas passagens e estadia seriam cobertos pela empresa.

Você aceitou a tarefa de imediato? Não pensei duas vezes. Embora seja um serviço de muita responsabilidade, eu sabia que era uma ótima oportunidade. Trabalhar por alguns dias na Rede Globo? Tinha que abraçar. Sabendo ainda que eu não teria gasto nenhum foi ainda mais fácil aceitar. Larguei tudo aqui e fui para o Rio de Janeiro, eles já tinham uma verba especifica para o serviço que eu iria fazer, todo o material viria da própria emissora. Deixar seu negócio por uma semana para ir para o Rio de Janeiro num projeto totalmente novo para mim, é uma responsabilidade muito grande, eu sabia que seria um trabalho que milhões de pessoas iriam ver, o resultado final estaria na TV da população. Resumindo, é uma brecha que pode não se abrir novamente em minha vida, fui com tudo. Agora serve até de propaganda para divulgar meu trabalho, se alguém quiser conhecer posso pedir para assistir a novela (risos).

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Qual foi sua responsabilidade na montagem do lago? Eu fui o responsável por toda a parte de automação e iluminação. Na automação, nós deixamos todas as lâmpadas podendo ser acionadas remotamente, por um aplicativo de celular. Se algum diretor achar melhor que para uma determinada cena alguma lâmpada seja desligada, ele simplesmente apaga essa lâmpada ao toque de um botão.  Eu tenho em meu celular o mapeamento completo do que está acontecendo no cenário. Se acabar a força por exemplo, eu fico sabendo e preciso resolver o problema. A iluminação precisava se referir ao Japão. Na cultura japonesa, a iluminação não é muito forte, ela é mais suave, tudo isso foi estudado para que o lugar fosse projetado em cima da cultura japonesa. Depois que tudo ficou pronto nós nos sentíamos no Japão.

Um cenário é criado por diversas frentes de serviço. Como tudo isso funciona? Vocês trabalharam juntos ou cada um fazia sua parte separadamente? Todos trabalham juntos. Quando cheguei na parte determinada para o cenário, não tinha nada. A produção mostrava algumas imagens e dizia ‘eu quero assim’. Me deu até um frio na barriga, foi desesperador. Porém, todas as equipes começaram a trabalhar. Jardinagem, floricultura, paisagismo, enfim, todos estavam ali fazendo sua parte e aos poucos o cenário foi aparecendo.

Quanto tempo durou entre o primeiro contato com você e a conclusão do cenário? O Ricardo falou comigo no início de julho, trabalhei lá entre os dias 10 e 22 de julho. Quando estávamos lá nós alternávamos momentos de trabalho e folga. Em alguns momentos nós tínhamos que parar de trabalhar porque cenas de outras novelas seriam gravadas ali perto.

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Evandro (de camiseta preta) ao lado da equipe

Você conseguiu acompanhar a rotina de gravações do Projac? Isso foi bem legal, via pessoas famosas passando toda hora, algumas cenas da série “Liberdade Liberdade” eram gravadas bem pertinho. Nós víamos toda a preparação e todo o ambiente. Por trás das câmeras tudo era controlado por rádio, hora de parar e hora de gravar. Quando eu não estava trabalhando estava assistindo gravações de algumas produções da Globo, como ‘Velho Chico’, ‘Haja Coração’, ‘Êta mundo bom’ etc. é literalmente uma cidade, porém tudo é cenográfico. As vezes dava até vontade filmar tudo aqui, mas nós não tínhamos autorização para isso.

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O que mais chamou a atenção durante esses dias no Projac? Eu fiquei impressionado com a organização do trabalho feito dentro da Globo. Tudo funciona como um relógio. Várias equipes trabalhavam e nenhuma atrapalhava o trabalho da outra, uma organização perfeita. São muitas pessoas no mesmo local, porém cada pessoa está focada no seu serviço, nada distrai eles, o serviço era sempre bem feito. Outra coisa que me chamou a atenção foi a educação dos funcionários, eles nos trataram muito bem e deram carta branca para trabalharmos. A forma que eles trabalham é algo absurdo. Eles fazem tudo com bastante dedicação. Acho que todo mundo deveria um dia fazer uma visita ao Projac, é algo realmente impressionante.


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