27/08/2016

Delegado de Artur Nogueira comenta caso Airon

Segundo delegado, o acusado poderá pegar até 20 anos de prisão.

Da redação

O delegado Éder Muniz de Farias, da Delegacia de Polícia Civil de Artur Nogueira, recebeu a equipe do Portal Nogueirense e comentou sobre a investigação do fato que chocou Artur Nogueira: a agressão que culminou na morte de Airon Nascimento. O caso ocorreu no final da tarde do último domingo (21) e gerou muitas dúvidas e comentários nas redes sociais sobre o que realmente teria acontecido na lamentável ocasião. Para o delegado, não houve intolerância religiosa ou preconceito, foi uma discussão corriqueira que acabou em uma tragédia.

De acordo com Muniz, a confusão se iniciou por volta das 17 horas, em frente à rodoviária do município, após um grupo de três artesãos oferecerem as mercadorias para um casal que estava acompanhado da filha. A compra dos artesanatos foi recusada pelo casal que se envolveu em uma discussão com os vendedores. Na opinião do delegado, não houve intolerância religiosa. “A meu ver não houve intolerância de nenhuma das partes. O casal respondeu aos vendedores que não compraria os materiais, daí teve início uma discussão, algo corriqueiro”, relata.

No decorrer do tumulto, um dos envolvidos, um pedreiro morador do município, foi até um carro estacionado próximo da rodoviária e se armou com um “pé de cabra”. O artesão estava com um tubo de PVC utilizado no mostruário dos artesanatos no intuito de se defender. “Até aí eles ainda não tinham chegado a ter uma luta corporal com agressões”, explica Muniz.

O pedreiro telefonou para o filho informando sobre o tumulto e, após alguns minutos, um grupo de três homens chegou ao local, foi quando se iniciaram as agressões. O facão teria sido arremessado por um dos artesãos e atingido a cabeça de um dos três homens: Airon Nascimento, que estava mais afastado do grupo. “Um partiu para cima do outro, mas não se sabe quem de fato começou as agressões. Na realidade também não sabíamos quem jogou o facão, mas duas testemunhas que presenciaram o ocorrido apontaram um suspeito, que acabou preso ”, declara.

Conforme Muniz, não houve demora no atendimento da Guarda Civil Municipal (GCM) ou dos enfermeiros que socorreram a vítima. O caso continua sendo apurado pela Polícia Civil. O setor de Investigações da Delegacia ainda está à procura de novas evidências. “Quem estiver lendo esta reportagem e quiser contribuir com o caso, pode comparecer na Delegacia para se pronunciar e terá a identidade preservada”, acrescenta.

A pena do acusado pelo crime de tentativa de homicídio, ainda de acordo com Muniz, deve se agravar devido Airon ter falecido. “A pena deve ser aplicada conforme os agravantes. Com o ato de homicídio consumado a reclusão deverá ser de seis a 20 anos contra o indiciado”, afirma.

Ainda segundo Muniz, o que fica é uma demostração de que a violência não compensa, independente da situação. “Toda ação gera uma reação. Foi uma situação que saiu do controle e resultou em uma tragédia. É importante que a sociedade leve isso como exemplo e pense antes de agir com violência, com agressões. Quem agride por ser agredido cai no lugar de agressor também”, lamenta Muniz.

Airon teve morte cerebral diagnostica na última quinta-feira (25). A família autorizou a doação dos órgãos. O sepultamento do jovem deve ocorrer na manhã deste domingo (28) no Cemitério Municipal de Artur Nogueira, ainda sem horário definido.

O acusado pelo crime permanece preso na Cadeia de Sumaré.

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