15/05/2015

Corpo de imigrante austríaco é encontrado em Artur Nogueira

Ambulância de Holambra foi acionada e removeu o corpo em “estado de rigidez cadavérica”, que estava no Bairrinho, e o levou para o Hospital Bom Samaritano

Um imigrante austríaco foi encontrado morto em uma casa na zona rural de Artur Nogueira. O serviço de emergência foi acionado e uma ambulância de Holambra se dirigiu para atender o caso. No entanto, o corpo de Josef Gottfried Herzog, de 78 anos, já estaria em “estado de rigidez cadavérica”, de acordo com o Boletim de Ocorrência. Mesmo assim, os socorristas colocaram o corpo do imigrante na ambulância e o levaram até o Hospital Bom Samaritano.

Surpreso, o médico responsável pelo pronto-atendimento orientou os funcionários da Prefeitura de Holambra a procurarem a polícia. O caso aconteceu na manhã do último domingo (10) no Bairrinho, às margens na Rodovia SP 107 (km 37,5).

O médico Dalton Vinícius Liedke, responsável pelo pronto-atendimento do Bom Samaritano, explicou que, antes de encaminharem o corpo para o hospital, os funcionários da Secretaria Municipal da Saúde de Holambra entraram em contato com o hospital. “O pessoal da ambulância nos ligou comunicando que foram atender um paciente que estava passando mal e que não pertencia ao município deles e sim a Artur Nogueira e se eles poderiam trazê-lo pra cá. A resposta foi sim, óbvio”, disse o médico. Porém, Liedke relata que “antes de trazerem o paciente, eles [socorristas] ainda falaram que o paciente estava em óbito e queriam saber se nós poderíamos fazer a verificação do óbito”.

Liedke afirma que o procedimento é comum pois, de acordo com protocolo firmado com a Prefeitura, em situações em que o paciente morre em casa ou por alguma doença crônica, a ambulância do município vai até o local e avalia o estado do corpo. Se não houver nada que impeça a remoção é feito o atestado de óbito, se houver alguma dúvida no exame, o serviço de verificação de óbito é informado. Após o óbito ser atestado, o corpo é retirado e a funerária toma as devidas providência.

O médico acrescenta que autorizou o transporte do corpo até o hospital, pois acreditava que se tratava de um procedimento padrão, embora, não fosse este o caso. “[o corpo] foi trazido ao hospital com a minha autorização, por que nos deram a entender que a situação era essa, de protocolo do município. Quando eles chegaram aqui, conversando pessoalmente com o técnico que estava na ambulância e o motorista, eles me contaram a história verdadeira. Que era uma pessoa que vivia como indigente, de favor no fundo de uma chácara, que tinha um relacionamento indireto com as pessoas que cuidavam da chácara e que eles não tinham nenhum documento do morto, aí eu não deixei o tirarem da ambulância,” declara.

Segundo Liedke, ele afirmou aos ocupantes da ambulância que só iria receber o corpo depois que a polícia tivesse conhecimento do caso e constatou que o imigrante já estava morto a pelo menos 18 horas. “Uma vez que a gente traz pra dentro do hospital a gente assume o caso. A próxima atitude foi chamar a polícia. A Polícia Militar nos passou a informação de que eles não poderiam fazer nada por que o corpo já havia sido removido do local e nos orientaram a falar com a Polícia Civil. O delegado nos mandou um investigador, ele tirou fotos, mandou eles [ocupantes da ambulância] fazerem um Boletim de Ocorrência e depois disso tudo feito, [o delegado] nos autorizou a tirar o corpo da ambulância e tomar os procedimentos normais”, explica o médico. O hospital chamou o serviço funerário após o procedimento e o corpo foi encaminhado ao Serviço de Verificação de Óbito (SVO). “Não atestamos o óbito pois a gente não sabe do que ele morreu”, completou Liedke.

De acordo com o B.O., um agente de investigações da Delegacia de Polícia de Artur Nogueira esteve no hospital sob ordem do delegado responsável pelo plantão, Fernando Fincati Periolo, e registrou as fotos do cadáver que, conforme o boletim, não apresentava hematomas ou sinais de violência. De acordo com o boletim, documentos pessoais e familiares do morto não foram localizados, porém, no Atestado de Óbito redigido pela funerária consta que se trata de um imigrante austríaco.

O departamento municipal de Saúde de Holambra informou que abriu sindicância para apurar se houve erro de procedimento por parte dos profissionais responsáveis pelo atendimento. O processo deverá apurar também por qual motivo uma equipe de Holambra precisou prestar socorro em área pertencente a outro município.

Segundo o Atestado de Óbito, a causa da morte do imigrante foi diagnosticada como neoplasia hepática (câncer de fígado). O corpo foi sepultado na segunda-feira (11), às 14h30, no Cemitério Municipal de Artur Nogueira.


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