01/01/2015

Conheça a “Gangue do Patins” de Artur Nogueira

Patinadores entre sete e 53 anos transformam a Lagoa dos Pássaros em ponto de encontro

Por Isadora Stentzler

Eles chegam junto do pôr-do-sol em Artur Nogueira. Aglomeram-se na calçada ampliada da Lagoa dos Pássaros e por ali ficam horas. Intrusos são os de pé no chão. Porque o espaço já se tornou prioridade das rodas. São cinco, seis, dez, vinte. Fazem manobras. Saltam. Andam de costas. Mas não estão de skate. Nem de bicicletas. Eles andam de patins.

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A modalidade que era comum na década de 80 em Artur Nogueira – quando a discoteca Sparkyus possuía pista de patinação – voltou a tomar as ruas da cidade. É que a ampliação da Lagoa dos Pássaros revelou uma calçada lisa, propicia para a prática do esporte, e tirou do anonimato os patinadores nogueirenses.

O mais velho do grupo é Gilberto Alcidez Euzébio, apontado como o professor de todos. Ele trabalhava na Sparkyus e hoje, aos 53 anos, continua com o esporte. “Adoro o patins. É uma paixão que eu tive desde a adolescência. Parei por alguns anos, mas agora voltei. Sentia muita falta.”

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Entre os patinadores estão crianças de sete anos, que passam pelos pinos colocados no chão com a mesma precisão que os patinadores de longa data, como Gilberto, e outros veteranos, de cinco e até dez anos de prática. São um grupo, formado pela proximidade do esporte e que se auto intitula ‘Gangue do Patins’. “É para soar meio facção”, brinca o tatuador Eder Ramos.

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Em Artur Nogueira já são mais de 40 patinadores que compartilham o espaço da Lagoa dos Pássaros com outros esportistas que vem de Cosmópolis e Limeira, por exemplo. Mas antes da ampliação eles costumavam andar no bairro Nova Artur, asfaltado e ampliado há pouco tempo.

É que para esse esporte o chão liso se torna melhor. Alguns já tentaram patinar na própria pista de skate de Artur Nogueira, que fica entre as ruas Adhemar de Barros e Duque de Caxias, mas sentem dificuldade e logo deixam o espaço. O que o grupo quer agora é um lugar adequado para a prática do esporte, visto que já há ciclovias e também pista de skate no município.

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Ramos diz que fez um projeto de uma praça skatavel – comportando espaço para skate, patins, bicicleta e caminhada. Segundo ele, a ideia seria construí-la nos arredores da pista de skate, deixando próximo os dois esportes. Além disso, o projeto de Ramos incluiria quiosques nas áreas arborizadas para que comerciantes pudessem vender lanches no local. “A ideia era agregar tudo”, frisa. “E o projeto está pronto. Só que não foi levado adiante.”

Enquanto isso, a prática segue na Lagoa dos Pássaros. Ali o grupo brinca, ri, e se especializa. “E é bom frisar que 20 minutos em cima de um patins equivale a uma hora de esteira”, pontua Ramos.

O esporte democrático reúne mulheres, homens, crianças e adultos, todos com afinco pelo patins. Alguns voltaram a patinar depois de anos. Outros, começaram recentemente. Mesmo assim o grupo sempre está aberto. “Não conhecemos todo mundo que patina em Artur Nogueira, mas sempre que vemos alguém andando na rua chamamos para vir para cá”, comenta outra patinadora.

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