24/11/2015

Coletivo realiza debate sobre reorganização escolar neste domingo em Artur Nogueira

Evento começa às 18 horas na escola José Apparecido Munhoz. Estudantes, professores e lideranças comunitárias devem participar da discussão.

O Coletivo ModTrip realiza neste domingo (29) o Chá Filosófico “Até quando Brasil Colônia?” para debater os rumos da educação e a reorganização do ensino proposta pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB). O debate contará com a presença de profissionais da Educação e representantes da comunidade estudantil e está previsto para começar a partir das 18 horas na escola José Apparecido Munhoz. A entrada é gratuita. Após o debate haverá apresentação do rapper FD3 e o do músico Leonardo Silva.

Foram convidados para a mesa de debates o presidente da Associação de Moradores do bairro Jardim Carolina, Advigues Santana – um dos participantes de um projeto premiado na ONU em 2014 –; presidente da Pastoral da Juventude de Artur Nogueira, Vânia Silva; aluna aprovada em projeto de Hardvard, Rute Hellen; editora do Canal da Imprensa, Dani Fernandes; e o estudante Ibu Lucas Vilas Boas, da EE José Apparecido Munhoz. A conversa será mediada pela jornalista Isadora Stentzler.

Segundo a organização do evento o tema foi escolhido por se tratar de um tema que, se aplicado, deve mudar drasticamente a realidade dos estudantes. “O tema é o que tem tirado o sono da juventude”, aponta um dos membros do coletivo, Cley Medeiros. “O plano mirabolante de última hora do governo do Estado de São Paulo, de fechar escolas e o realocar estudantes, pode vir a prejudicar, e muito, o futuro da educação pública. E o chá é o momento onde a juventude pode discutir a vida e o cotidiano. O coletivo ModTrip acredita que o debate permanente com a sociedade sobre temas que atingem diretamente nosso dia a dia é de vital importância para oxigenar novas visões e dar continuidade ao processo criativo da humanidade”.

12273078_1031557090209956_1102383385_n

Com a recente reforma educacional proposta pelo governador Geraldo Alckmin diversos estudantes pelo estado têm ocupado suas escolas pedindo a revogação da medida e dando um novo sentido aos espaços. Aulas voluntárias são conclamadas pela internet e os serviços de limpeza e alimentação são feitos em parcerias com os próprios estudantes e professores. Até esta quarta-feira (25), 174 escolas de todo o estado já haviam sido ocupadas.

Em Artur Nogueira a medida estadual deve alterar a organização das escolas José Apparecido Munhoz, que atenderá apenas os anos finais do ensino fundamental (6º ao 9º ano), e João Baptista Gazzola, somente Ensino Médio. A medida deve ser aplicada a partir de 2016. Segundo a assessoria de imprensa da Secretaria de Educação do Estado, não haverá prédios desocupados no município.

No dia 14 de novembro foi realizada uma assembleia com os pais no chamado ‘Dia E’ para explicar diretrizes do assunto. Segundo dirigente de ensino da região de Limeira, José Roberto Varussa, as famílias que não quiserem acatar a medida podem procurar outras escolas. Os que decidirem seguir nas estaduais precisam realizar a matrícula.

Estudantes da cidade, no entanto, tem se manifestado contra. Uma caminhada feita no dia 14 de outubro com pouco mais de 100 alunos pedia a revogação da medida.

IMG_0034

Reorganização

A reforma proposta pelo Estado deve realocar em unidades específicas, a partir de 2016, estudantes do ensino fundamental inicial, estudantes do fundamental final e estudantes do ensino médio. De acordo com a assessoria de imprensa da Secretaria de Educação do Estado, escolas não devem ser fechadas, mas se “houver espaços ociosos” os prédios devem servir para outros modelos educacionais como creches e ensino técnico.

A medida foi tomada com base em um estudo encomendando pela Secretaria de Educação à Fundação Saede sobre as matrículas na rede estadual.

De acordo com a pesquisa, entre 1998 e 2015 a rede estadual de ensino perdeu 2 milhões de matrículas, o que se somou a queda das taxas de fecundidade no período, o que teria ocasionado uma diminuição no número de inscritos nas escolas. “A redução de nascimentos e, assim, do número de crianças e jovens em idade escolar no estado é o principal fator para a queda de matrículas, seguido pela municipalização do ensino fundamental (ainda em andamento no Estado) e pela migração para a rede privada”, aponta a assessoria de imprensa sobre o estudo.

Até 2030, a fundação estima que a população de 6 a 17 anos no Estado terá 6,8 milhões de pessoas a menos.

E os estudantes?

No mês passado, cerca de 100 alunos da Escola Professor José Aparecido Munhoz, de Artur Nogueira, se reuniram em uma passeata rumo à Praça do Coreto, no Centro. Um pequeno grupo de estudantes das escolas Professora Magdalena Sanseverino Grosso e João Baptista Gazzola (Carolina), também participaram do ato. Os estudantes caminharam com cartazes que pediam a anulação da medida estadual que propõe agrupar períodos de escolaridade em comum, e pôr fim a união de diferentes ciclos em uma só escola.

Na ocasião, o estudante Lucas Gabriel Vilas Boas, de 16 anos, um dos organizadores da passeata, se posicionou contrário a mudança pois, segundo ele, a medida fere diretamente o andamento da rotina escolar. “Primeiramente essa manifestação parte dos próprios alunos que se organizaram nesse ato contra as mudanças do estado, que atua de forma brusca, atingindo diretamente a nossa cidade e escola também,” declara.

Serviço

O que: Chá Filosófico – “Até Quando Brasil Colônia – A reorganização escolar e o futuro da educação pública”
Quando: Domingo
Horário: 18 horas
Onde: Escola José Apparecido Munhoz.
Valor: Gratuito

Evento no Facebook 

Veja mais

Coletivo ModTrip se destaca na produção de iniciativas culturais em Artur Nogueira

Duas escolas serão afetadas com reorganização do ensino em Artur Nogueira

Alunos de escolas estaduais de Artur Nogueira promovem marcha contra mudanças no ensino

 


Comentários

Não nos responsabilizamos pelos comentários feitos por nossos visitantes, sendo certo que as opiniões aqui prestadas não representam a opinião do Grupo Bússulo Comunicação Ltda.