30/12/2015

Cai número de beneficiados pelo Bolsa Família em Artur Nogueira

Para responsável pelo programa na cidade, queda de 12,3% é positiva pois representa ascensão social das famílias beneficiadas.

O número de atendidos pelo programa Bolsa Família em Artur Nogueira sofreu uma queda de 12,3% em comparação com 2014. De acordo com dados do Dados do Ministério de Desenvolvimento Social (MDS), o número segue tendência contrária à Região Metropolitana de Campinas (RMC), que teve um aumento de 11,2% e, além disto, apresenta um fator positivo. Isto porque muitas famílias deixaram de receber o benefício devido a não compatibilidade social com os critérios, ou seja, significativa parte de nogueirenses que integram este grupo tiveram aumento na renda familiar, ao contrário de Campinas onde o número de beneficiados pelo programa aumentou em 21% de outubro do ano passado para cá.

O número de famílias beneficiadas em Artur Nogueira caiu de 1245 em outubro do ano passado para 1091 em novembro deste ano. De acordo com Célia Regina Benvenutto, gestora do Bolsa Família em Artur Nogueira, os números variam mês a mês, conforme atualização das condições sociais de cada família. Ela explica ainda que a queda está relacionada a ascensão social das famílias que participam do programa. “O objetivo do Bolsa Família é este mesmo, que a pessoa saia, que deixe de receber o benefício”.

Ainda de acordo com informações do MDS, o programa contempla famílias que tenham renda mensal per capita de R$ 154. Além da renda, são solicitados dados antropométricos de crianças e mulheres integrantes da família beneficiada, além das notas escolares das crianças.

Diferente de Artur Nogueira, alguns municípios da RMC sofreram significativo aumento no número de famílias beneficiadas. Em Pedreira, por exemplo, o número subiu 52%, já Indaiatuba teve alta de 41%.

De acordo com estudos efetuados pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), cada R$ 1 investido no Bolsa Família representa um crescimento no PIB – Produto Interno Bruto, de R$ 1,78. Além de o benefício ajudar as famílias em condição de pobreza ou de extrema pobreza a ter uma ajuda de custo para sobreviver, acaba fomentando o mercado local e possibilitando o crescimento de pequenos comércios.

Atualmente a região mais beneficiada é a do Nordeste, que representa aproximadamente 51,6% da renda distribuída e 50% no total de famílias. O Bolsa Família destinado para a distribuição em novembro é de R$ 2,2 bilhões, atendendo 13,8 milhões de famílias.

As críticas ao sistema do Bolsa Família são a falta de controle com relação aos pagamentos indevidos e as famílias que possuem renda maior que o permitido, ou seja, renda per capita superior a R$ 154,00, estarem recebendo o benefício.

Para o professor Reginaldo Gonçalves, coordenador do curso de Ciências Contábeis da Faculdade Santa Marcelina e especialista em Informática da Saúde, o processo deve ser filtrado, controlado e também auditado. “Não se pode permitir que as pessoas se acostumem a receber um valor e se contentem com ele, deixando o trabalho de lado”.

Ainda de acordo com Gonçalves, “é preciso haver um aperfeiçoamento do sistema do Bolsa Família para que ele atenda a quem efetivamente necessita, além de estimular o emprego que faz com que haja a possibilidade de melhoria da qualidade de vida da população. Os recursos recebidos indevidamente devem ser devolvidos”, afirma o especialista.


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