26/09/2017

Atleta de Artur Nogueira conquista 3º lugar em maratona internacional

Luana Sacilotto Lapa desafiou o clima adverso da Patagônia Chilena e enfrentou ventos de até 80 km/h durante a prova

Alysson Huf

“Olha, de verdade, foi a prova mais difícil que já fiz”, afirma a advogada Luana Sacilotto Lapa. No início do mês, a nogueirense participou da famosa Patagonian International Marathon e conquistou a terceira colocação em sua categoria.

O resultado, porém, foi uma surpresa até para ela, que, apesar de confiante antes da corrida, só se deu conta do tamanho do desafio quando estava prestes a completar o segundo quilômetro do percurso.

Luana, de touca rosa, foi a terceira colocada na categoria dela

A maratona é conhecida pela dificuldade que proporciona aos corredores, pois contém diversos trechos em terra, com pedras, e muitas subidas. A variação de altitude que os atletas enfrentam durante o sinuoso percurso pode superar os 400 metros, segundo Luana. Contudo o grande inimigo de quem realiza a prova é, sem dúvidas, o clima. Isso faz com que a organização do evento mantenha os participantes sempre atualizados sobre a previsão do tempo.

“Para o dia 9, sábado, tem previsão de uma temperatura em torno de 5°C, mas com ventos de velocidade média em torno de 30 km/h. As rajadas podem alcançar os 80 km/h. Até agora não se prognosticam precipitações para o dia da corrida”, informou um e-mail dos organizadores enviado três dias antes da prova para os atletas. A máxima deles, porém, é que não existe mau clima mas equipamentos inadequados.

Rajadas de ventos com 80 km/h castigaram os corredores

Por isso, Luana teve que se preparar muito bem para a maratona, mais do que o habitual. Além dos treinos, que priorizaram os terrenos em aclive, a nogueirense adquiriu equipamentos específicos para a prova. Ela comprou tênis desenvolvidos para o solo adverso, calça de compressão, segunda pele e gorro, entre outros itens. “Comprei coisas que usei na prova e que pretendo aproveitar depois, em outras competições”, explica.

O clima desfavorável da prova se deve ao fato de ela ser realizada em um dos lugares mais bonitos e rigorosos do planeta, o Parque Nacional Torres del Paine, localizado na Provincia de Última Esperanza, no sul do Chile. A paisagem deslumbrante da Patagônia Chilena, com montanhas nevadas no horizonte e enormes lagos espelhados no sopé do percurso, atrai atletas de todos os lugares do mundo: Estados Unidos, Espanha, Brasil, Colômbia, Canadá, África do Sul, Japão, entre outros.

Todavia, como a previsão do tempo estava correta, Luana não conseguiu apreciar nada da paisagem durante a corrida. “Eu não vi montanha, não vi lago, só fiquei tentando segurar meu gorro e olhar fixamente para o chão”, conta a atleta. “Ou eu corria ou aproveitava a paisagem, porque o vento estava muito forte”.

Mais de 10 países foram representados na maratona internacional

Rajadas com 80 km/h ou mais marcaram todo o percurso da prova. Somados à temperatura de 0ºC que fez no dia, os ventos tornaram as subidas do percurso empreendimentos quase hercúleos para os corredores. Além de superar a si mesma, Luana teve que vencer as forças da natureza em um dos locais mais inóspitos do mundo. “Por duas vezes eu cheguei a tropeçar nas minhas próprias pernas por causa do vento, que as empurrou uma contra a outra”, relata.

Todas as expectativas de Luana sobre a dificuldade da prova foram superadas. “Quando fui para a corrida, eu sabia que poderia ficar bem colocada. Mas no final do segundo quilômetro eu já não estava mais pensando nisso. Eu só queria chegar no final, porque estava muito complicado”, conta a nogueirense, que precisou de 2h08m20s para percorrer 21 quilômetros.

Clima adverso atrapalhou os corredores que queriam apreciar a paisagem durante o percurso

Apesar disso, Luana conseguiu o terceiro melhor tempo em sua categoria, a Puma, para mulheres com idade entre 30 e 39 anos. Na classificação geral, a atleta conquistou a sexta melhor posição. Levou para casa uma medalha de bronze, uma medalha de participação e a deliciosa lembrança de ter superado um desafio que parecia intransponível. “Foi um desafio diferente de tudo o que já fiz, e a sensação no término da prova é muito boa”, comemora.

A nogueirense sempre quis conhecer a Patagônia Chilena. Agora, no entanto, não pretende voltar mais para lá. “Preciso de algo diferente”, afirma a aventureira. Seu próximo desafio é a Travessia Bertioga-Maresias, que acontece em outubro e tem 74 km de extensão.

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