04/02/2016

Artur Nogueira tem três casos de dengue confirmados

Pelo menos 20 notificações foram registradas. Casos de Zika e Chikungunya não foram registrados até o momento.

Pelo menos três pessoas foram infectadas pelo vírus da dengue este ano em Artur Nogueira. Segundo dados da Secretaria de Saúde, foram 20 notificações e três registros, sendo dois deles de casos importados, isto é, de pessoas contaminadas em outras cidades. Em relação ao Zika Vírus nenhum registro foi feito até o momento.

Em todo o ano passado o número de pessoas infectadas chegou a 801 na cidade, sendo 796 locais e cinco importados, contra 115 em todo o 2014, conforme aponta o Centro de Vigilância Epidemiológica da Secretaria Estadual da Saúde.

A maioria dos casos na época ocorreram entre os meses de janeiro e março, quando 791 pessoas das 801 foram infectadas. Do total dos cinco primeiros meses apenas três se tratavam de casos importados.

Segundo o coordenador do departamento de infectologia da Associação Paulista de Infectologia, Juvêncio Furtado, o clima quente e chuvoso do verão cria a condição ideal para a proliferação do mosquito Aedes Aegypti – transmissor da Dengue, Zika e febre Chikungunya –, por isso o maior índice nesse período se torna ‘comum’. “O clima influencia na proliferação do mosquito. Um clima quente e chuvoso é o ideal para o mosquito porque as larvas aceleram o seu desenvolvimento quando o clima está mais quente. Então evidentemente a população de insetos aumenta nesse período”, explica, detalhando que nem todo mosquito é contaminado com a doença e que para ele se tornar um transmissor precisa entrar em contato com uma pessoa infectada.

Nesse ínterim a chegada do carnaval pode se tornar um período de alerta, já que une uma grande quantidade de pessoas em um clima que já é favorável para o Aedes. Furtado aponta que a probabilidade é grande em todos os locais de festa a céu aberto e frisa que é necessário manter a luta contra os focos de criadouros para amenizar o problema.

Devido ao Aedes se proliferar na água o combate a ele é feito eliminando seu local de procriação e mantendo o domicílio sempre limpo. O Ministério da Saúde ainda indica o uso de roupas que minimizem a exposição da pele durante o dia, quando os mosquitos são mais ativos; e ainda repelentes e inseticidas, além de mosquiteiros como forma de autoproteção.

Até o momento a única vacina que tem informações para o combate da dengue foi liberada pela Anvisa no final do ano passo, mas ainda não está disponível na rede pública de Saúde. Já para o Zika Vírus ainda estão sendo feitos estudos em laboratórios.

Mosquito

O Aedes Aegypti, vive e se reproduz em ambientes com água limpa. Qualquer local com capacidade de armazenamento mínimo – como um pote, uma tampa ou um plástico –, ao receber água da chuva, torna-se um espaço ideal para a proliferação e reprodução do Aedes.

Os mosquitos fêmeas podem colocar até 400 ovos por vez e estes são capazes de sobreviver até dois anos sem contato com a água. Mas logo que encontram condições favoráveis eles eclodem e dão continuidade ao ciclo de vida, deixando de ser larva e se tornando mosquito em no máximo 10 dias.

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Ao picar alguém a doença pode se manifestar de duas formas: a clássica e a hemorrágica. Os sintomas da dengue clássica são febre alta, dor de cabeça, dor atrás dos olhos, dores nas costas, com ou não aparecimento de manchas vermelhas no corpo. Em alguns pacientes podem ocorrer pequenas hemorragias na boca, urina e nariz. Já a dengue hemorrágica é a mais grave. No início os sintomas são iguais aos da dengue clássica, mas após o quinto dia, infectados podem apresentar sangramento em vários órgãos e choque circulatório. Este tipo de dengue pode levar a pessoa a morte.

Zika

Em relação aos sintomas de Zika, também transmitido pelo mosquito, apenas 20% dos infectados apresentam manifestações clínicas que são semelhantes às da dengue: dor de cabeça, febre baixa, dores leves nas articulações, manchas vermelhas na pele, coceira e vermelhidão nos olhos. Outros sintomas menos frequentes são inchaço no corpo, dor de garganta, tosse e vômitos. No geral, a evolução da doença é benigna e os sintomas desaparecem espontaneamente entre três e sete dias. No entanto, a dor nas articulações pode persistir por aproximadamente um mês. Formas graves e atípicas são raras, mas quando ocorrem podem, excepcionalmente, evoluir para óbito, como identificado no mês de novembro de 2015, pela primeira vez na história, segundo aponta o Ministério da Saúde.

Ao atingir mulheres grávidas a doença pode estar relacionada à causa de microcefalia nos bebês, mas Furtado destaca que nem todos os casos são decorrência da virose. “O Zika vírus está relacionado com a microcefalia, isso está comprovado. O que não existe comprovação é que todos esses casos de microcefalia são decorrentes do Zika vírus. Existem muitas outras doenças infecciosas que podem levar à microcefalia. Então alguns caos de Zika podem ter sido responsáveis, mas não todos”, esclarece.

Mutirão

Na próxima sexta-feira (05) a Prefeitura de Artur Nogueira retomará no município a realização do Mutirão de Combate ao mosquito Aedes Aegypti, transmissor da Dengue, Febre Chikungunya e Zika Vírus nos bairros Jardim Medeiros, Coração Criança e Sacilotto II, que no ano passado tiveram alto índice de casos suspeitos e confirmados da doença. Toda a atividade deve acontecer entre as 8h30 e às 15h30.

As equipes envolvidas nesse trabalho – Vigilância em Saúde, Secretaria Municipal de Saúde de Postos de Saúde da Família (PSF’s) e voluntários – deverão realizar a inspeção de casa em casa a fim de detectar criadouros de mosquitos.

Toda a equipe estará identificada e ainda haverá um carro oficial da Prefeitura acompanhando o trabalho.

Na semana passada as atividades começaram no dia 29, mas tiveram que ser interrompidas devido às chuvas. Mas segundo as novas previsões, o tempo estável desta semana deve ajudar nos trabalhos. Nos próximos dias o trabalho também deve ser estendido a outros bairros da cidade.

A prefeitura pede a colaboração dos moradores dos bairros para que possa realizar o trabalho de fiscalização com eficácia.

Denúncias de locais com água parada podem ser feitas para a Vigilância Sanitária no (19) 3827-3846.


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