Artur Nogueira tem 96 casos confirmados de dengue

Nos dois primeiros meses de 2015 Artur Nogueira já registrou 96 casos confirmados de dengue e 200 suspeitas, segundo a Secretaria de Saúde. O número ultrapassa os registros feitos em todo o ano passado que totalizaram 88.

De acordo com a Secretaria de Saúde cinco focos encontrados na cidade já foram destruídos. Um deles no bairro Coração Criança e um no Parque dos Trabalhadores, mas conforme explica o prefeito Celso Capato a maioria dos focos está nas casas. “O grande problema é que o foco está dentro das residências e tem gente que não permite que a gente entre lá dentro”, explica Capato, apontando o fator como um dos desafios no combate. “Se não existir envolvimento da população nós não vamos conseguir combater.”

Isso porque o mosquito transmissor, Aedes Aegypti, vive e se reproduz em ambientes com água limpa. Assim, qualquer local com capacidade de armazenamento mínimo – como um pote, uma tampa ou um plástico –, ao receber água da chuva, torna-se um espaço ideal para a proliferação e reprodução do Aedes.

Os mosquitos fêmeas podem colocar até 400 ovos por vez e estes são capazes de sobreviver até dois anos sem contato com a água. Mas logo que encontram condições favoráveis eles eclodem e dão continuidade ao ciclo de vida, deixando de ser larva e se tornando mosquito em no máximo 10 dias.

Ao picar alguém a doença pode se manifestar de duas formas: a clássica e a hemorrágica. Os sintomas da dengue clássica são febre alta, dor de cabeça, dor atrás dos olhos, dores nas costas, com ou não aparecimento de manchas vermelhas no corpo. Em alguns pacientes podem ocorrer pequenas hemorragias na boca, urina e nariz. Já a dengue hemorrágica é mais grave. No início os sintomas são iguais aos da dengue clássica, mas após o quinto dia, infectados podem apresentar sangramento em vários órgãos e choque circulatório. Este tipo de dengue pode levar a pessoa a morte.

Em Artur Nogueira todos os casos confirmados foram de dengue clássica.

Combate

Atualmente a Vigilância Sanitária de Artur Nogueira (Visa) trabalha diariamente com a fiscalização nas residências e nos pontos estratégicos há cada quinze dias. A avaliação de densidade larvária é realizada quatro vezes ao ano, além do bloqueio químico em áreas com mais de três casos positivos próximos. Os fiscais também averiguam os locais denunciados pela população.

Ao todo são 11 equipes fiscalizadoras. Quando um foco é encontrado, ele é imediatamente isolado em um raio de 150 metros, nebulizado e limpo. Nesse processo também há o reconhecimento do tipo de larva para a escolha do melhor processo de limpeza da área.

Além disso as equipes distribuem nas casas panfletos explicativos sobre a doença e a proliferação do mosquito.

Mas, de acordo com Capato, devido a situação atual as equipes receberão reforços. “Vamos trabalhar com uma equipe da Guarda Municipal, agentes da Brigada de Incêndio, Defesa Civil e mais dois caminhões para fazer um trabalho que não é serviço da Prefeitura”, afirma se referindo à limpezas das casas. “Esperamos cobrir a cidade em 20 dias”.

Alerta

A Visa frisa que qualquer ambiente aberto pode se tornar um foco de mosquito. Por isso a população precisa fazer a vistoria todos os dias para evitar o acúmulo de água.

O site dengue.org divulgou dez dicas básicas que todas as pessoas podem aplicar nas próprias residências.