23/07/2014

Sistema de abastecimento desperdiça 39% de água em Artur Nogueira

Pesquisa é feita pela Agência Reguladora dos Serviços de Saneamento das Bacias dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (Ares-PCJ)

Rafaela Martins

Artur Nogueira foi apresentada como a quarta cidade da RMC (Região Metropolitana de Campinas) que mais desperdiçou água no sistema de abastecimento entre 2013 e 2014. De acordo com uma pesquisa feita pela Agência Reguladora dos Serviços de Saneamento das Bacias dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (Ares-PCJ), em conjunto com o Comitê das Bacias PCJ, o município registrou 39% de perda de água.

Em primeiro lugar está Sumaré com 59%, em segundo Pedreira com 42%. Engenheiro Coelho teve 40% de perda e Artur Nogueira 39%, sendo dados que apontam os índices entre 2013 e 2014. Em comparação, a pesquisa mostrou que em 2006, Artur Nogueira registrou um índice de desperdício de 40%. Depois de 7 anos o município teve 1% de queda na perda de água no abastecimento.

Em entrevista ao Jornal Correio Popular o diretor técnico operacional da ARES-PCJ, Carlos Gravina, considerou perda de água toda a diferença entre a medição que entra na Estação de Tratamento de Água (ETA) e a que efetivamente chega às residências. No processo existem perdas físicas que ocorrem dentro da própria ETA e fora da estação. Conforme Gravina apontou algumas formas que essa perda pode acontecer, sendo elas:  lavagem de filtros, vazamentos e rompimentos de rede, falhas na medição, fraudes e ligações clandestinas, torneiras de parques e outros dispositivos do município.

Segundo o coordenador de fiscalização da ARES-PCJ, Daniel Manzi, é considerado como aceitável o percentual de perdes em até 25%. “O índice de 25% é a meta definida pelo Plano de Bacias PCJ para ser atingida por todos os municípios das bacias até 2020. Chegamos nesse índice por meio de um balanço hídrico, que projeta a quantidade de água disponível e as demandas a serem atendidas. Verificamos que essa seria um número possível e necessário para que houvesse disponibilidade hídrica em 2020. Com isso, todos os municípios da bacia perseguem esse índice”, explica Manzi.

Entre as cidades da RMC, apenas Campinas está a baixo desse índice. Segundo dados apresentados pelo Sistema Nacional de Informações Sobre Saneamento (SNIS), a média brasileira de perdas físicas na distribuição é de 36,9%.

Para o Presidente Superintendente do SAEAN, Edson Antônio Sacilotto, esse índice de perdas é conhecido. “Há alguns anos elaboramos o Plano de Perdas de Água para o município, com objetivo de conhecer as perdas efetivas do sistema. Isso inclui perdas físicas e perdas comerciais. A partir desse documento, com valor estimado de perdas tanto comerciais como físicas em 39% elaboramos um plano de metas para atingirmos o que o Plano de Bacias preconiza para municípios do porte de Artur Nogueira. As ações que já foram implementadas ou estão em andamento são a implantação da macromedição e telemetria do sistema, a construção de estação de tratamento de lodo, a troca de redes antigas na região central do município e a instalação de hidrômetros que medem o consumo real da água”, explica Sacilotto.

saean


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