Arrecadação tributária de Artur Nogueira tem crescimento de 8%

Leonardo Saimon

A variação do desempenho tributário de Artur Nogueira ganhou destaque entre os municípios da Região Metropolitana de Campinas (RMC). Dados da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) apontaram que o município ‘Berço da Amizade’ ostentou a segunda maior colocação na variação de arrecadação de impostos da RMC entre 2015 e 2016. Os números, contudo, só contabilizam o tributo arrecadado dentro do município.

Com variação de 8,23%, Artur Nogueira ficou atrás apenas de Morungaba (SP), que fechou o ano passado com arrecadação acima dos 17%. Valinhos (SP) ficou logo depois de Artur Nogueira com variação positiva de 7,59%.

A associação paulista computou que, em 2015, o município nogueirense arrecadou R$ 20,3 milhões. Um ano depois, este valor subiu para R$ 22 milhões. Embora tímido, este resultado ficou bem acima da média regional, estadual e federal. Se somado todo o imposto arrecadado na região em 2015 e comparar com 2016, a RMC apresentou um aumento de 2,94%. Já o estado de São Paulo apresentou queda na arrecadação de -0,63%. O Brasil também cresceu, mas de forma muito modesta, 0,59%.

Dinheiro aplicado

Se fosse possível canalizar todo esse dinheiro para um setor apenas, os impostos conseguiriam construir 260 casas populares – de 75,85 m² –, cada uma custando em média R$ 85 mil.

Na Educação, o recurso poderia contratar 10.629 professores de Ensino Fundamental, com salário médio de R$ 1,9 mil e carga horária de 40 horas semanais. Se estes impostos fossem destinados unicamente para a compra de ambulâncias, por exemplo, seria viável adquirir 810 unidades móveis de emergência, cada uma orçada no valor de R$ 27,3 mil.

Esse dinheiro também ajudaria os moradores do bairro Bevenuto a formalizar a situação de esgoto no local. Com custo médio de R$ 280 mil, o montante arrecadado em 2016 providenciaria 79 quilômetros de rede coletora de esgoto e pavimentaria oito quilômetros de estradas simples.

Aumento real

O economista Ricardo Buso reforça o desempenho expressivo do município. Contudo, ele também elenca que, se for levado em consideração a correção inflacionária, que no período foi de 6,3%, percebe-se que o município obteve crescimento real de 1,9%, ou seja, um valor irrisório. “Artur Nogueira segue em crescimento e por isso está em uma situação mais tranquila. Diferente da maioria dos municípios, que devido à queda de arrecadação, tem seus recursos limitados”, explica Buso.

Mas de acordo com ele, uma análise mais acurada permitirá saber qual o motivo deste aumento. “Se decorrente do crescimento econômico, a arrecadação já é reflexo de uma melhoria na atividade. Mas se o crescimento resultou de aumento de carga tributária, o benefício tende a ser apenas temporário, com pouca capacidade de sustento e, ao retirar recursos através dos tributos, pode prejudicar o crescimento econômico”, conclui o economista.

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