06/05/2014

Após morte da filha por infecção, família nogueirense acusa Unicamp de negligência

De acordo com os pais, mesmo com resultado de exame apontando caxumba e infecção, Unicamp liberou a filha

Norton Rocha

Na última quinta-feira, feriado de 1º de Maio, Karem Morais Dinardi, de 21 anos, deu entrada no Pronto-socorro de Artur Nogueira apresentando mal-estar e sintomas semelhantes a caxumba. Com parte do rosto e do pescoço inchada, Karem já sentia certa dificuldade em respirar, segundo os pais. Após exame de sangue, a mulher foi diagnosticada com caxumba e liberada sob orientações de repouso e dieta balanceada.

Os pais afirmam ainda que neste dia, o médico solicitou um exame de ultrassonografia, que não é realizado no Pronto-socorro Municipal, apenas no Centro de Especialidades Médicas do município, com agendamento prévio.

Na sexta-feira, Karem acordou pior. Com dores, fadiga e diarreia, os pais resolveram leva-la até o Hospital da Unicamp, em Campinas. Após a realização de um ultrassom, que serviria para detectar algum tipo de infecção, o diagnóstico seguiu o mesmo: caxumba. Os pais reforçaram sintomas que consideraram estranhos em Karem: abdômen inchado, uma bolha de pus no dedo e inflamação em um machucado. Foi sugerido portanto, que a mulher tomasse apenas um medicamento para dor. Levada novamente para casa, Karem, que sofria de transtornos mentais, ainda passou o sábado com a família.

No domingo, o quadro se agravou e ela foi levada às pressas para o Pronto-socorro de Artur Nogueira. Ao constatarem a gravidade do caso, o médico de plantão solicitou os exames feitos na Unicamp.

Segundo o pai, José Fernandes Alves Santos, o médico de Artur Nogueira constatou, ao analisar a ultrassonografia feita na Unicamp, que Karem deveria ter sido internada em Campinas na sexta-feira. Conforme relatos da família, o exame feito em Campinas apontava um princípio de infecção, naquele mesmo dia. Ainda segundo eles, a infecção se alastrou pelo corpo e contaminou todos os órgãos da filha.

No domingo, Karem foi encaminhada com urgência para a Unicamp. Chegando no hospital em Campinas ela passou por procedimentos, mas não resistiu e veio à óbito.

A denúncia

Marlene de Morais Dinardi, mãe de Karem, reclama da negligência médica do Hospital das Clínicas da Unicamp ao não avaliarem corretamente o exame de ultrassom realizado na sexta-feira e que, segundo ela, apontava o princípio de infecção que matou a filha. “Os médicos da Unicamp sugeriram que ela demoraria ainda uma semana até se recuperar, e em nenhum momento deram a entender que ela corria algum risco de morte”, afirma Marlene.

Karem foi velada na tarde de ontem, segunda-feira (5), no Cemitério Municipal de Artur Nogueira. Querida por todos, Karem sempre teve o carinho e o apoio da família para lidar com as dificuldades do dia-a-dia. Inconformados, os pais garantem que vão tomar as medidas legais cabíveis contra a Unicamp devido a negligência no atendimento. “Isto não vai ficar assim”, garante o pai da jovem.

filha marlene


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