25/02/2018

Apae de Artur Nogueira investe em telemarketing para conseguir doações

Serviço da entidade começa a operar nesta segunda-feira (26)

Da redação

Em meio às dificuldades para conseguir angariar fundos e pagar contas, entidades nogueirenses têm recorrido à criatividade e ao espírito inovador para manter a saúde financeira. O mais recente exemplo disso é a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) de Artur Nogueira, que instalou uma central de telemarketing no local com o intuito de arrecadar doações.

O serviço será inaugurado nesta segunda-feira (26). Todos os dias da semana, duas telefonistas ligarão entre as 7h30 e as 17 horas para moradores da cidade. Na conversa, elas explicarão os motivos da chamada e pedirão uma doação, que poderá ser feita mensalmente, bimensalmente, trimestralmente, anualmente ou só quando a pessoa tiver condições. A frequência é de escolha do doador, mas o valor mínimo será de R$ 5.

Após a doação ser negociada via telefone, será agendado o dia e o horário em que um mensageiro passará na casa do doador para buscar o dinheiro. A contribuição, no entanto, poderá ser feita também com cartão de crédito e débito (a maquininha será levada até o doador) ou até mesmo cheque – o que for mais conveniente a quem quiser colaborar.

Um recibo de duas vias e código de barras registrará a doação, mantendo a transparência do processo e servindo como base para relatórios e demonstrativos financeiros. “Vai ser tudo bem transparente, com um balanço mensal que será exposto ao público, para todo mundo ver. Daí vamos fazer um demonstrativo do valor arrecadado e no que foi utilizado”, explica Flávio Almeida, diretor geral da Apae nogueirense.

Reestruturação

O serviço de telemarketing para arrecadar doações já era utilizado pela entidade, mas quem operava o processo todo era uma empresa terceirizada, que atende várias outras organizações também. De acordo com Almeida, metade das doações conseguidas chegava à Apae, e a outra metade ficava com a prestadora de serviço. “O que eu achei muito, realmente achei muito”, comenta.

Ao notar que a entidade já possuía o que seria necessário para operar o próprio telemarketing, resolveu não renovar o contrato com a empresa e estruturar uma central no prédio da Apae. “Nossa intenção é que, com essa nova modalidade, consigamos alcançar um valor maior, já que toda a arrecadação ficará com a Apae, e nosso gasto não será tão alto. Vamos conseguir arcar com o custo sem despender metade da arrecadação”, ressalta o presidente.

Ele conta que visitou outras cinco Apaes da região que já operam o telemarketing sem depender de empresas terceirizadas. “Fui ver como funcionava para poder instalar aqui”, conta. “Nós vamos começar com duas operadoras, a Cláudia Boer e a Bruna Chiste. Temos um sistema que tem tudo e vai facilitar nosso trabalho”, detalha.

Os fundos que serão arrecadados com o novo serviço já possuem destino bem definido. “A gente tem algumas prioridades: temos que terminar a piscina, temos que fazer algumas coberturas no prédio para que os alunos não peguem chuva quando chegarem à Apae, queremos colocar um climatizador de ar no salão (pois lá faz muito calor), além de aumentar o número de profissionais”, elenca Almeida.

Contramedida

Além de otimizar a arrecadação de doações, a instalação da central de telemarketing funciona como uma contramedida da entidade para uma decisão do governo estadual: a mudança na forma de se doar os créditos da Nota Fiscal Paulista para Organizações Não Governamentais (ONGs). A alteração, em vigor desde o ano passado, afetará substancialmente a arrecadação da entidade.

Antes, quem não registrava seu CPF nas notas fiscais podia deixar os papéis em urnas instaladas nos locais de compra. Essas urnas eram recolhidas periodicamente pelas entidades assistenciais, que, por conta própria, registravam as notas com seu CNPJ. Assim, o ressarcimento tributário do programa estadual era feito para a entidade, e não para o comprador – uma forma de doação muito popular até 2017.

Com a mudança nas regras, a doação só poderá ser feita pelo próprio comprador e por meio de um aplicativo de celular ou pela internet. A vantagem para o indivíduo é que ele faz a doação e continua com o recibo, podendo participar dos sorteios realizados pelo programa Nota Fiscal Paulista. Mas, para as ONGS, a notícia não é boa, já que pode levar a uma queda muito grande nas doações.

“A gente trazia um monte de recibos, sacos e sacos de notas”, lembra Almeida. Estima-se que fossem cerca de 15 mil notinhas por mês. Duas vezes por ano, a entidade recebia o ressarcimento tributário, que era responsável por aliviar boa parte das dificuldades financeiras da Apae. “Vai ficar ruim para a gente.”

Com a central de telemarketing, a direção da entidade espera suprir essa queda na arrecadação e dar continuidade aos projetos agendados.

Quem quiser ir ao local e conhecer pessoalmente o novo serviço – e doar também –, pode ir em qualquer dia da semana, no horário de funcionamento. O telefone para contato é o (19) 3827-3625.

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