01/10/2013

A flor da Honestidade

Conta-se que na China antiga, um príncipe da região norte do país estava as vésperas de ser coroado imperador. Antes, porém, ele deveria se casar. Conhecendo as exigências das leis e os costumes locais, ele resolveu promover uma disputa entre as moças da China, da nobreza ou não. Feito o anúncio oficial, o príncipe marcou […]

Conta-se que na China antiga, um príncipe da região norte do país estava as vésperas de ser coroado imperador. Antes, porém, ele deveria se casar.

Conhecendo as exigências das leis e os costumes locais, ele resolveu promover uma disputa entre as moças da China, da nobreza ou não.

Feito o anúncio oficial, o príncipe marcou o dia em que receberia todas as pretendentes e lançaria o desafio. A vencedora seria sua esposa e imperatriz.

Uma velha senhora, serva do palácio há muitos anos, ouvindo os comentários sobre os preparativos, sentiu uma leve tristeza, pois sabia que sua jovem filha tinha profundo amor pelo príncipe mas, sendo plebeia, nem podia sonhar em participar. Ao chegar em casa e contar sobre a cerimônia marcada para breve, a velha serva espantou-se, ao saber que a filha pretendia ir a celebração. Indagou, incrédula:

– Minha filha, o que você fará lá? Estarão presentes as mais belas e ricas moças da corte. Tire essa ideia insensata da cabeça, eu sei que você deve estar sofrendo, mas não torne o sofrimento uma loucura!

– Não querida mãe, não estou sofrendo e muito menos louca. Sei que jamais poderei ser escolhida, mas é minha oportunidade de ficar pelo menos alguns momentos perto do príncipe, e isso basta para eu ser feliz.

Chegado o dia do lançamento do desafio, a jovem plebeia chegou ao palácio. E de fato, lá estavam as mais belas moças da nobreza, com belas roupas, com joias finas, e todas com a firme intenção de se tornar imperatriz.

Após uma grande espera, o príncipe finalmente anunciou o desafio:

– Darei uma semente a cada uma de vocês. Aquela que, dentro de seis meses, trouxer a mais bela flor, será escolhida minha esposa e imperatriz da China.

Na casa da velha serva, sua resignada filha se esforçava para produzir uma flor a partir da semente recebida. Mesmo não tendo habilidades com jardinagem, ela cuidava com paciência e ternura, na esperança de conseguir uma flor tão bela quanto o seu amor pelo príncipe.

Passaram-se 3 meses e nada surgiu. A jovem tudo tentara, usara de todos os métodos que conhecia, mas nada havia nascido. Dia após dia, semana após semana, o tempo foi se esgotando até que se completaram os 6 meses do desafio e nada havia brotado no vaso que ela com tanto carinho cultivava.

Na hora marcada ela estava lá, com seu vaso vazio. Ao contrário dela, as outras moças chegavam com uma flor mais bela que a outra, das mais variadas formas e cores.

Chega por fim o esperado príncipe e entra no salão. Uma por uma, observa todas as pretendentes, todas as flores, inclusive a plebeia e seu vaso vazio. Após uma curta reflexão, aponta a jovem plebeia com sua futura esposa. O salão ecoou uma surpresa geral. Ninguém entendia a escolha daquela que nada havia cultivado. Calmamente o príncipe esclareceu:

– Esta foi a única que cultivou a flor que a tornou digna de se tornar uma imperatriz. A flor da honestidade. Pois todas as sementes que entreguei eram estéreis.

“Se para vencer, estiver em jogo sua honestidade, perca. Você será sempre um vencedor!”


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